SEXAGÉSIMA QUINTA AULA DE TEOLOGIA.

SEXAGÉSIMA QUINTA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Como foi explicado, na aula anterior, que os evangelistas amavam a brevidades, fica difícil para se entender o que não está completo a não ser estudando cristologia e teologia. Também nada que foi escrito foi escrito por Jesus. Jesus não escreveu nada. Pouca coisa se sabe, de fato, quem foi Jesus Cristo. Há muitos mistérios sobre ele. Os exegetas, historiadores, pesquisadores só conhecem um décimo de sua vida aqui na terra. Há muitas coisas que Jesus falou e que se perderam ao longo dos tempos. Os evangelhos são resumo de tudo que ele fez e ensinou em forma de catequese. Os evangelhos só foram escritos porque os cristãos que viviam do anúncio da tradição oral esperavam a parusia de Jesus, o fim do mundo. Como as esperanças se acabaram, vieram os fenômenos circunscritos para não morrer a originalidade da tradição que circulava de boca em boca. Jesus já havia morrido no dia sete de abril do ano trinta. Os evangelhos surgiram quarenta anos depois da morte de Jesus. Os evangelistas se basearam na oracidade que circulava em vários países como sendo: Na Grécia, na Turquia, na Palestina e em Roma. Os relatos dos evangelhos são textos escritos informativos para se formar múltipla atestação. Nem tudo que Jesus falou estão nos relatos dos evangelhos. Por que não? Porque não foram escritos no momento da pregação [ano vinte] como se faz uma manchete jornalística hoje. Não havia o recurso que temos hoje de câmara filmadora, de gravador, de celular e nem máquinas fotográficas. Tudo foi copiado da oracidade e muitas coisas se perderam. Não podemos afirmar que tudo que estão escritos nos evangelho foi desse jeito que Jesus falou. Houve uma evolução por causa da cristologia. Os evangelhos não são filmes e nem gravação de tudo que neles estão escritos. Afirmar que deveras tudo que contém de mensagens neles é exatamente como se ler é ser muito ingênuo da parte do leitor que pensa assim. Ademais os evangelistas não estavam interessados a escrever história. O mais ridículo é que 90% das pessoas que leem a Bíblia afirmando que é desse jeito como está escrito. Foi desse jeito que Jesus falou. Se hoje cremos nos evangelhos como palavra de Deus e confirmamos que Jesus é Deus, [o caminho, a verdade e a vida], porque houve uma grande evolução e progresso cristológico e teológico muito profundo de interpretação dos relatos tão abreviados que lemos neles. Houve um avanço excepcional ao conhecimento da beleza teológica de cada evangelista que escreveu. Há relatos que só quem estuda teologia ou um estudioso ou ainda formado em exegese que irá entender certas coisas que estão escritas nos evangelhos. Como por exemplo. Afirmar que Pedro negou a seu Mestre! Dizer que Judas o traiu! Que Tomé não acreditou na ressurreição; que os apóstolos filhos de Zebedeu foram egoístas pedindo a Jesus um lugar especial no reino de Deus é falta de conhecimento da hermenêutica. Aqui há um critério do constrangimento dos relatos que falam destes apóstolos. Pedro foi uma pessoa que Jesus o confiou em tomar conta de suas ovelhas. Paulo o admirava bastante e, em nenhuma epístola dele, fala que Pedro negou a Jesus. [Já foi explicado em aulas interiores sobre esse assunto do critério terceiro e não segundo e primeiro].

Como está claro o que contém nos evangelhos, agora vamos estudar o que é a fé. O que é fé? Essa palavrinha de duas letras é muito complexa e difícil de si compreender. Sem crer é impossível ter fé. E o que é crer? Bem eu posso crer e não ter fé. Mas não posso ter fé sem crer. A fé tem de ser cultivada, catequizada, e preservada. A analogia da fé ultrapassa a razão; a analogia da fé é supra-normal. “Eu posso dar uma aula de natação para uma pessoa e toda a técnica da natação, mas eu não posso chegar numa piscina e pular, mergulhar e nadar, e depois eu saio e empurro o aluno na piscina para ele fazer o mesmo que eu fiz. É preciso que ele saia da teoria e ir para a prática todos os dias treinando até que possa ser um bom atleta de natação”. Assim é a fé. Precisa que tenha um caminho a caminhar entre trancos e barrancos; com atrozes sofrimentos e quedas, fracassos, lutar constantemente, mas tudo interiormente, pois ela existe muita crise. Nada é exterior. É iluminar de dentro para fora. É enxergar no escuro vendo a luz brilhar de dentro para fora. Fé é uma virtude teologal. A única manifestação individual da fé é que devo crer sem ver e vendo de dentro para fora com a luz da sabedoria de crer. Crer sem vacilar é ter fé segura e não vulnerável. O credo é uma oração de fé, pois confessamos que: “Creio em um só Deus, [primeira pessoa do verbo crer: “Eu creio”] pai todo poderoso criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Esta é uma profissão de fé com a crença de crer. Mas se você recebeu um dom de Deus de ter fé, ninguém poderá lhe tirar ou destruí-la. Nem mesmo você será capaz de deletá-la ou passar a borracha. A fé é individual e só pertence a você e mais ninguém. A minha fé não serve para o outro. Como também a do outro não serve para mim. Também ninguém poderá provar a fé. Quem leu o livro de Jó poderá entender o que é fé, pois ela só existe com muitas crises e sofrimentos. Eu posso lhe incutir de você ter fé. Poderá tê-la; mas eu posso destruí-la, porque fui eu que lhe fez você crer e ter fé. Não foi dom de Deus. Há muita fé falsa, porque não há um ensinamento da verdade com a sabedoria que vem de Deus. Como é a fé falsa? É aquela que eu só creio no poder dos milagres, da cura do corpo biológico e não a espiritual e a conversão. A fé que evita o sofrimento e busca a cura biológica é falsa. A fé verdadeira é aquele que Jesus ensinou: “Quem não carregar a sua cruz, não é digno de mim.” Cruz dos sofrimentos como fora a de Jesus o tempo todo até o alto da cruz. É bom que leia os Atos dos Apóstolos a vida de Paulo e os discípulos como sofreram para alcançarem a vitória.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 06/08/2013
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