QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA AULA DE TEOLOGIA.

QUINQUAGÉSIMA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO

Ele, em forma de pão e vinho, celebração eucarística, o holocausto no sacrifício incruento, no altar, o novo Gólgota. [Pão e vinho].

Iremos fazer uma exegese desta perícope muito difícil. Os judeus se escandalizaram porque entenderam que Jesus estava lhes transformando em antropófagos. [comer carne humana e beber o sangue humano]. Eles entenderam que o pão era o alimento do corpo biológico e o sangue, aquele que corre em nossas veias. A carne e o sangue são a transubstanciação eucarística. Jesus se faz comida e bebida, mas eucarística, [dogma de fé]. São coisas do céu; não é sabedoria humana. Carne é a forma humana de Jesus eucarístico. Nessa perícope houve uma separação do judaísmo com o cristianismo, pois o judaísmo fazia o sacrifício imolando um cabrito, uma ovelha para a expiação dos pecados. Aqui, Jesus é o holocausto sobre o altar na celebração eucarística. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Não há mais carneiro para imolar no altar pela expiação dos pecados. Agora ele se faz de vítima para a remissão dos pecados da humanidade. Por isso ele disse que é o pão descido do céu; e quem comer deste pão e beber do sangue terá a vida eterna. Porque ele, Jesus, é o Deus em forma das espécies de pão e vinho. [Pão e vinho representam o próprio Jesus na sua dividade].

São Paulo dá um grande testemunho para aqueles que têm medo de enfrentar a paixão carregando a cruz até o alto do Gólgota. Querem o Cristo para lhe pedir que lhe cure, não da cegueira espiritual, mas as dores e sofrimentos biológicos. Não aceitam sofrimento e correm atrás de milagres patológicos. Veja o que escreveu São Paulo: “Meu ardente desejo e minha esperança são que em nada serei confundido, mas que, hoje como sempre, Cristo será glorificado, quer pela a minha vida, quer pela minha morte. Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”. [Fil 1, 20-2]. Lucro ganhar a vida eterna pela ressurreição e glória de Cristo. O viver é Cristo, isto é, viver como Cristo viveu e o que ele passou até o alto da cruz. Sem esses valores, não encontrará a porta estreita; por medo de sofrer e ser perseguido, de fato, escolhe a porta larga, mesmo louvando, exaltando, Senhor, Senhor, ele responderá: “Não vos conheço.” No julgamento final, escatológico, muitos irão ouvir do juiz esta sentença: “Não vos conheço; afastei-vos de mim”. São os cristãos que não assumem a vida de cristãos. Vivem mais alienados ao entretenimento do mundo. As fantasias do mundo, consumismo, competição para subir na vida econômica aceitam com facilidade. Não tem tempo para Deus, o mundo é cronometrado. [Mas Deus está fora do tempo]. Mas, a economia da fé, a da vida espiritual não lhes interessam, porque não foram catequizados a ser cristãos, imitadores do Cristo. Aceitar o Cristo glorificado, isto é, paixão, morte, ressurreição e ascensão. Foi isto que Paulo abraçou. Também os santos mártires do cristianismo.

O mundo não é um campo neutro a espera de boa semente, para que seja plantada e regada e possa dar frutos bons. O mundo é um destruidor da fé. Ele não é dos que escolheram o reino do céu. O mundo é das trevas e precisa de bons semeadores da palavra para que ele se torne iluminado com a luz da sabedoria e da fé ensinada e vivida por Cristo.

Disseram-lhe os discípulos: “Eis que agora falas claramente e a tua linguagem já não é figurada e obscura. Agora sabemos que conheces todas as coisas e que não necessitas que alguém te pergunte. Por isso, cremos que saístes de Deus”. Jesus replicou-lhes: “Credes agora! ... Eis que vem a hora, e ela já veio, em que sereis espalhados, cada um para o seu lado, e me deixareis sozinho.[de fato deixaram]. Mas não estou só, porque o Pai está comigo.” Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. [Bem-aventurados os aflitos]. Coragem! “Eu venci o mundo.” [Jo.16,29-33]. Eu venci o mundo fazendo a vontade de meu Pai. Que quer dizer não foi ouvido: Todo o projeto de meu Pai para ensinar os homens, eu ensinei a todos. Mesmo sabendo que o meu pedido ao Pai de afastar-me o cálice eu lho respondi: “Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres”. [Mc 14, 36]. Aqui está uma boa catequese para os cristãos: fazer a vontade de Deus, mesmo perante as perseguições, calúnias, dores e sofrimentos. Por que os discípulos entusiasmados afirmaram que Jesus agora tinha falado mais claro e sem metáforas? Porque Jesus disse para eles que pudessem pedir o que quisessem em nome dele e ele daria. Aqui é uma catequese a todos aqueles que as igrejas estão cheias e só acreditam em Jesus se receber milagres. São os cristãos de fachadas e de interesse próprio. Mas Jesus entendendo os seus entusiasmos predisse: “No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo.” Aí está a missão do cristão, ter coragem de anunciar o evangelho denunciando aos que não têm a luz e vivem sem a moral cristã. Serão perseguidos e mortos pelo amor do evangelho e da glorificação de Jesus Cristo. Caiu por terra a má interpretação deles ao entender que tudo aquilo que pedissem ao Pai em nome de Jesus ele lhes daria. Mas o pedir força, coragem para enfrentarem as adversidades e perseguições para levar a Boa Nova ao mundo inteiro; eles não entenderam, como muitos de hoje não entendem a missão de ser cristão e fazer a vontade do Pai.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 29/07/2013
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