NÚMEROS 35: PECADO INTENCIONAL E SEM QUERER// MISERICÓRDIA E JUSTIÇA DE DEUS// EXPIAÇÃO PELA MORTE// SACRIFÍCIO COM O SANGUE DE JESUS
""Dá ordem aos filhos de Israel que, da herança da sua possessão, dêem cidades aos levitas, em que habitem; e também aos levitas dareis arrabaldes ao redor delas. E terão estas cidades para habitá-las; porém os seus arrabaldes serão o seu gado, e para os seus bens, e para todos os seus animais." (NM 35:2-3)
Irmãos, os levitas faziam a obra do Senhor e o Pai não deixaria que nada lhes faltasse. Eles não teriam herança, mas receberiam provisões e terra. Aquele que faz a obra do Senhor nunca é desamparado e não me refiro somente aos que têm ministérios dentro da Igreja, mas àqueles que pregam a Palavra do Senhor nos lugares onde vai e ao máximo de pessoas possível. Tanto os que fazem a obra quanto seus bens estão guardados pelo Senhor e nada faltará. Há pessoas que têm o chamado para se dedicar à obra do Senhor integralmente, mas não atendem por se preocuparem com as questões materiais. Irmãos, se alguém tem esse chamado, não fique preocupado: Deus dará as condições. Jesus mesmo disse:"Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé?" (MT 6:26-30). Também é bom lembrar das pessoas que criticam aqueles que são sustentados pela obra. Ora, há pessoas que, em um momento de necessidade, em uma emergência, querem chegar à Igreja no meio da tarde e ter um irmão lá para atendê-las, fazer uma oração, fazer uma visita, etc. Para essa pessoa estar lá de plantão, como ela trabalhará? Ou ela terá um emprego que possibilite esses horários ou se dedicará à obra em horário integral. Nesse caso, como ela sobreviverá? Claro, há ajuda de familiares, mas se ela se dedica à obra é natural que viva dela. Não se trata de fazer da obra do Senhor uma agência de empregos, mas de ser justos e deixar os julgamentos nas mãos de Jesus, que sabe quem faz a obra com seriedade ou não e o que não faz acertar-se-á com Ele, pois maldito é o que faz a obra do Senhor de modo negligente e relaxado (JR 48:10).
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"Das cidades, pois, que dareis aos levitas, haverá seis cidades de refúgio, as quais dareis para que o homicida ali se acolha; e, além destas, lhes dareis quarenta e duas cidades." (NM 35:6)
Não se sabe se o Senhor se refere àquele que mata acidentalmente ou àquele que se arrepende, mas o fato é que Ele mostra aqui sua misericórdia separando lugares ara abrigar essas pessoas. Além disso, interessante reparar que eles ficariam abrigados com os servos do Senhor. Irmãos, o ideal é que não pequemos mas, se pecarmos, como os homicidas, busquemos abrigo na presença do Senhor Deus: Ele nos perdoará, purificará e restaurará por completo. Deus usaria seis cidades para os homicidas, mas aos levitas sobrariam ainda quarenta e duas. Aquele que faz a obra do Senhor, que O obedece e ajuda aos outros nunca é deixado sem nada, mas prospera grandemente.
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"E quanto às cidades que derdes da herança dos filhos de Israel, do que tiver muito tomareis muito, e do que tiver pouco tomareis pouco; cada um dará das suas cidades aos levitas, segundo a herança que herdar." (NM 35:8)
Deus é justo e não pede algo que alguém não tenha condições de dar, inclusive na vida espiritual. Não achemos que Deus está cobrando demais de nós ou que determinado problema ou provação é demais para nós, pois Deus não nos colocas para fazer algo para o qual Ele não nos tenha capacitado. Confiemos Nele. Deus é justo e nunca falha. Além disso, seriam tomadas mais terras daqueles a quem tem sido dadas mais terras. Jesus já falou que àquele a quem muito foi dado, muito será tirado e que aquele que conhece a vontade do seu Senhor e ão a obedece será castigado com muitos açoites, mas aquele que não conhece a vontade do seu Senhor será castigado com poucos açoites (LC 12:48). Não se trata de optar por ficar ignorante com relação à Palavra e à vontade do Senhor para ser castigado com poucos açoites, mas trata-se da justiça do Senhor com relação ao maior ou menor conhecimento e condições (materiais e espirituais) às quais Deus cobrará a cada um. A fala de Jesus contribui para acabar com a noção de sacrifício, pois Deus quer que cada um dê o que Ele capacita para dar, já que Ele é quem dá semente ao que semeia e aumenta os frutos da justiça. Além disso, como já falamos antes, seis cidades seriam de refúgio, mas quarenta e duas ficariam com os levitas. Deus dá a provisão de todas as necessidades aos Seus servos.
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"Fazei com que vos estejam à mão cidades que vos sirvam de cidades de refúgio, para que ali se acolha o homicida que ferir a alguma alma por engano." (NM 35:11)
Mais uma vez, vemos a justiça e a misericórdia do Senhor Deus ao prover a proteção àqueles que pecaram sem intenção. Deus é justo e reconhece quando erramos sem querer. Entretanto, o pecado intencional ou o pecado acidental são pecados da mesma forma. Tomemos cuidado para não acharmos que,por termos pecado por acidente, não precisamos pedir perdão a Deus e à pessoa que prejudicamos, além, é claro, de mudar de atitude e não cometer mais o mesmo erro. Com relação ao pecado intencional, devemos evitá-lo a todo custo, pois aqueles que conhecem a verdade e escolhem viver no pecado estão virando as costas para o Senhor e correm o risco de perder a salvação. Fiquemos vigilantes para não pecar acidentalmente e evitemos a todo custo situações que podem nos fazer pecar conscientemente.
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"E estas cidades vos serão por refúgio do vingador do sangue; para que o homicida não morra, até que seja apresentado à congregação para julgamento" (NM 35:12)
Irmãos, aqui vemos talvez uma alusão ao julgamento. O homicida deveria receber um julgamento justo e o Senhor é a justiça. Da mesma forma, nós também seremos julgados um dia e, nesse dia, não haverá misericórdia. Contudo, se Jesus não voltar antes de nossa morte, temos até a nossa ida à sepultura para mudar e servir a Deus. Irmãos, na sepultura não há obras. Não esperemos o último momento, pois pode ser que, quando o último momento chegar seja o juízo e nós pereceremos eternamente.
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"Porém, se o ferir com instrumento de ferro e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá. Ou, se lhe ferir com uma pedrada, de que possa morrer, e morrer, homicida é; certamente o homicida morrerá.
Ou, se o ferir com instrumento de pau que tiver na mão, de que possa morrer, e ele morrer, homicida é; certamente morrerá o homicida." (NM 35:16-17)
Irmãos, na justiça há uma coisa chamada homicídio doloso (quando há intenção de matar) e culposo (quando não há intenção de matar). Quando uma pessoa faz algo que ela sabe que pode resultar na morte de alguém, ela assume o risco. Logo, trata-se de homicídio doloso. Quando fazemos algo ou nos metemos em situações em que sabemos que podemos pecar ou fazer alguém pecar, matando-a espiritualmente, pois ela se afastará de Deus, estamos assumindo o risco e somos responsáveis. Certamente morreremos, pois o salário do pecado é a morte (RM 6:23), caso não nos arrependamos e mudemos de atitude. O que devemos entender é que não adianta dizer "foi sem querer que eu pequei" ou "foi sem querer que eu induzi alguém a pecar" se permanecemos ou levamos alguém a estar conosco em uma situação em que nós e esse alguém possa pecar. Somos culpados do mesmo jeito e deveremos pedir perdão a Deus, à pessoa e mudarmos de atitude. A Palavra diz algo importante: "Não deis lugar ao diabo" (EF 4:27). Evitemos o inimigo e as situações das quais ele gosta pois, com certeza, são contrárias ao gosto de Deus.
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"Porém, se de alguma maneira o homicida sair dos limites da cidade de refúgio, onde se tinha acolhido, E o vingador do sangue o achar fora dos limites da cidade de seu refúgio, e o matar, não será culpado do sangue." (NM 35:26-27)
Há pessoas que escolhem sair da presença do Senhor, delimitada pela Palavra Dele, ficando vulneráveis às obras do diabo. Irmãos, quando nós, deliberadamente, escolhemos sair da presença do Senhor não podemos reclamar de sermos atingidos pelas obras do diabo. Não adianta culpar a Deus, ficar revoltado, dizer que Deus nos esqueceu, etc: temos de nos arrepender, acertar-nos com Deus e com quem erramos e mudar de atitude. Quando escolhemos sair da presença do Senhor, desobedecendo os limites que Ele nos impõe pela Palavra, assumimos os riscos e passamos a ser responsáveis pelo que nos suceder. É como Simei, o parente de Saul que insultou Davi. Quando Davi morreu, Salomão disse a Simei que ele viveria em determinada localidade mas, se saísse daqueles limites, seria morto. O inimigo armou uma emboscada, Simei saiu dos limites e foi morto. O diabo sempre armará armadilhas para fazer com que saiamos da Palavra. Não façamos isso.
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"Todo aquele que matar alguma pessoa, conforme depoimento de testemunhas, será morto; mas uma só testemunha não testemunhará contra alguém, para que morra." (NM 35:30)
Temos de ter certeza das coisas. É o caso daquelas pessoas que falam que viram algo, ouviram ago, mas não se certificam das coisas e correm sério risco de sair por aí espalhando mentiras. Aliás, mesmo que tenhamos certeza, não falemos nada que não seja relevante e que não diga respeito a nós mesmos, pois se não for assim estaremos fazendo fofoca, algo que Deus desaprova. Cuidemos de nossas próprias vidas e, se nos for solicitada alguma palavra, opinião ou versão de um ocorrido, só falemos do que temos plena certeza, pedindo sempre a direção do Espírito Santo para que Ele não nos deixe mentir, aumentando ou diminuindo algo, mas que contemos exatamente o que aconteceu. Além disso, nunca acusemos alguém, muito menos sem termos certeza, pois podemos criar um imenso problema para nós mesmos. Em vez de acusar, entremos na presença do Senhor e peçamos a direção Dele sobre o que fazer com tal pessoa e diante de tal situação.
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"Também não tomareis resgate por aquele que se acolher à sua cidade de refúgio, para tornar a habitar na terra, até à morte do sumo sacerdote." (NM 35:32)
Talvez a espera pela morte do sumo sacerdote representasse uma expiação pelo sangue da vítima. Até a morte do sumo sacerdote, mesmo que a morte não tivesse sido intencional, o homicida não poderia voltar à sua terra. Irmãos, o fato é que, consciente ou inconscientemente, intencional ou sem querer, o pecado traz conseqüências, já que a própria Palavra diz que o salário do pecado é a morte (RM 6:23). O único modo de sermos restaurados é nos arrependermos, confessarmos nosso pecado a Deus ou a quem prejudicamos e mudar efetivamente de atitude. Caso contrário, o inimigo terá uma brecha contra nós e o salário chegará com toda sua maldição.
Apesar de resgate significar a família tirar a pessoa dessa situação e levá-la à sua casa, veio-me ao espírito algo muito importante: não queiramos tirar vantagem de quem nos ajuda ou de quem é ajudado por nós. Não achemos que por que estamos ajudando alguém temos o direito de extorqui-la ou sugá-la de qualquer forma. O motivo pelo qual estou escrevendo isso o Espírito Santo dirá a cada coração que ler essa mensagem. Examine-se e veja se você está nessa situação e agindo dessa forma. Se estiver, pare agora mesmo e arrependa-se, acerte-se com Deus e com a pessoa.
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"Assim não profanareis a terra em que estais; porque o sangue faz profanar a terra; e nenhuma expiação se fará pela terra por causa do sangue que nela se derramar, senão com o sangue daquele que o derramou." (NM 35:33)
O sangue profana a terra e deve ser expiado como sangue de quem o derramou. Se a pessoa mata outra, mesmo que sem querer, a expiação se dará pelo sangue,ou seja, pela morte. Para que a pessoa não seja morta, por ter sido um acidente, espera-se a morte do sumo sacerdote para que o homicida acidental possa voltar à sua terra. A vida está no sangue (LV 17:10-12) e a vida pertence ao Senhor, não devendo ser tirada pelo homem (a não ser a vida dos animais, para alimentação, e sem comer o sangue). Lembremo-nos de Jesus, que derramou Seu sangue, entregando a própria vida, pela expiação dos pecados que nós cometemos e do sangue que nós derramamos. Jesus é o sumo sacerdote eterno (HB 7:17) e mostra o poder máximo do sacrifício de sangue.
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"Não contaminareis pois a terra na qual vós habitais, no meio da qual eu habito; pois eu, o Senhor, habito no meio dos filhos de Israel." (NM 35:34)
Irmãos, o povo não podia contaminar a terra onde habitavam por que Deus habitava ali. Da mesma forma, Deus habita dentro de nós hoje em dia. Não podemos nos contaminar com o pecado,com a imundícia, com a sujeira, etc. É como se nós derespeitássemos a casa em que moramos. Ora, ninguém gosta de morar em um lugar sujo, onde a pessoa não tivesse liberdade. Por que, então, Deus gostaria de viver desse modo? Além disso, a terra na qual o povo habitava tinha a presença do Senhor. Hoje, a presença do Senhor está em nós. Respeitemos a presença do Senhor, louvemos a Ele, oremos em todo tempo, estejamos ligados com a Palavra, estudemos e meditemos a Palavra do Senhor, separando-nos e desligando-nos de todo tipo de impureza, em Nome de Jesus. Deixemos a casa do Senhor limpa e agradável a Ele, como forma de um sacrifício de louvor e adoração, e lembremo-nos do que Ele mesmo ordenou: Sede santos, por que eu sou santo" (I Pe 1:16; LV 20:7; I Pe 1:15). Como já falei de escolhas antes, repito: se escolhermos viver na imundícia, não estaremos mais vivendo com o Senhor e a vida sem o Senhor é muito triste, tendo como fim a morte, pois não há escolha: ou servimos ao Senhor, através do qual temos vida abundante (JO 10:10) ou servimos ao diabo, que veio para roubar, matar e destruir (JO 10:10). Façamos a nossa escolha e assumamos as consequências.
Paz a todos.