QUINQUAGÉSIMA SEGUNDA AULA DE TEOLOGIA .
QUINQUAGÉSIMA SEGUNDA AULA DE TEOLOGIA.
POR HONORATO RIBEIRO.
Jesus contou uma parábola que é uma verdadeira catequese para todos aqueles que querem imitá-lo e para isso é preciso ser humilde e viver sem arrogância. Entre muitas que ele contou, essa é um ponto central para uma boa reflexão: A parábola do fariseu e o publicano. Quem nos relata esse conto em alegoria é Lucas.
“Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano. [Publicano era quem cobrava impostos, mas era tido como ladrão]. O fariseu em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros. O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! [Aqui está a verdadeira oração]. Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.” [Lc 18, 9-14].
Que riqueza de teologia Lucas faz nesse conto alegórico contado por Jesus! Vamos fazer uma exegese desta perícope. A primeira personagem é um fariseu: doutor da lei mosaica, embora soubesse interpretar e ensinar o que diz a lei, mas não vivia. Era hipócrita, arrogante e sempre estava em debate contra Jesus; fazendo-lhe perguntas para ver se o pegaria em algum erro. Aqui, essa figura farisaica, representa muitos que se dizem cristãos. Têm sempre a tendência de enxergar o cisco no olho do outro e se esquecem da trave no seu. São, também, figuras como joio, que sempre estão sentados assistindo à missa, [celebração eucarística], mas usam dos mesmos artifícios do fariseu: eu ajudo muito a igreja, não deixo de pagar o dízimo, ajudo para caiar a igreja, comprar bancos novos. Há muita gente que não faz assim como eu. São, além de joio, é também, a sua oração como a do fariseu dessa parábola. Sempre arrogantes e exaltados. Mas a parábola mostra os que são trigos, árvores que dão frutos, e são como o publicano. A sua oração é, realmente, pedindo perdão dos seus erros, não pede para lhe curar a sua dor, sarar o seu corpo biológico, mas a sua alma pecadora. [conversão]. Reconhece que é pecador e precisa do perdão de Deus. Há pessoas humildes, embora, hoje, seja a minoria; são os que São Paulo os chama de santos. [Batizados].
A atitude deste [fariseu] é o que abraça as trevas; [é o exaltado], a do outro, [o publicano] a humildade, abraça sempre a luz: Jesus Cristo. Quem se exalta será humilhado, isto é, perante o juízo final será julgado severamente pelo Juiz, no dia da escatologia individual. [O dia de sua morte]. Aqui, Jesus cita passagem das bem-aventuranças. “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”. Quem usa ser misericordioso não é arrogante e não se exalta. Está em direção da estrada que é Jesus; a porta estreita quem entra por ela são os humildes de coração. Aqui é um conto alegórico, porque existem duas figuras reais: O exaltado e o humilde. O humilde é sempre justificado, isto é, a sua oração agradou a Deus e foi bem recebida nos céus. Na maioria dos cristãos não sabe fazer essa bela oração; reconhecendo os erros que cometeu; e reconhece que é pecador e precisa do perdão de Deus. A maioria dos que se exalta é católico ritualista, católico folclore e pagador de promessa com orações patológicas fora da realidade cristológica. [“Quem não carregar a minha cruz não é digno de mim”]. Não conhece o poder da oração pela humildade; mas age para pedir socorro imediato e quer imediatamente forçar a Deus que faça a sua vontade. Esse relato é uma pastoral para quem quer ser humilde a não se exaltar. Reconhecer que sempre está propenso a enxergar os defeitos dos outros e se esconde o seus. Deverá corrigir os seus defeitos e pedir sempre o perdão a Deus. É um relato para uma boa reflexão.
hagaribeiro.