Meditação da Liturgia da 6ª feira da Semana Santa



     Após a ceia Jesus retirou-se para o Jardim das Oliveiras com os discípulos, exceto Judas que havia ido executar seu plano diabólico. No jardim escuro, ao ouvir passos uma voz pergunta:- A quem vocês procuram? - A Jesus de Nazaré. E a mesma voz responde: ”Sou eu !”. Os guardas estavam frente a frente com Jesus e se assutaram. Estavam diante de um homem com poderes sobrenaturais. Judas beija-O como sinal, o gesto combinado para entregá-LO. 

     Jesus foi conduzido a Anás - grande líder da família sacerdotal -    e depois a Caifás que por vontade de Deus profetizou: “convém que um só homem morra em lugar do povo”. 

     Ao ser interrogado sobre sua doutrina respondeu que nada havia feito ocultamente, ensinava nas sinagogas e no templo onde os judeus se reuniam. Foi esbofeteado injustamente. Enquanto isso Pedro que havia entrado no pátio por influência de João, havia sido reconhecido pelos serviçais e havia negado Jesus por três vezes. 

     De Caifás Jesus foi conduzido a Pilatos - autoridade romana- que disse: “tomai-O e julgai-O vós mesmos segundo a vossa lei”, ao que os judeus responderam:”não nos é permitido matar ninguém”. 
    
      Ao ser indagado sobre sua realeza Jesus responde a Pilatos: “ o meu Reino não é desse mundo”. “ Sim eu sou rei”.”Eu vim ao mundo para dar testemunho da verdade”. Pilatos não encontrando culpa nenhuma n’Ele sugeriu aos judeus que O soltasse. Estes, no entanto, preferriram que fosse solto em seu lugar o salteador Barrabás. Por ordem de Pilatos, atendendo às exigências dos judeus O Filho do Homem foi flagelado, coroado de espinhos, esbofeteado, escarnecido. Os pontífices e os guardas instigavam o povo a gritar :crucifica-O! crucifica-O! apesar de Pilatos afirmar que não encontrava nenhuma culpa em Jesus.Exigiam a morte do Messias alegando que ele havia transgredido a lei declarando-se Filho de Deus. Pilatos voltou a interrogá-Lo e disse-LHE que tinha poder para solta-Lo ou crucifica-Lo. Jesus disse-lhe que todo poder emana de Deus e que os pecados dos que O entregaram a Pilatos era bem maior que o dele. Pilatos tentou salva-LO, mas, os judeus o ameaçavam dizendo que se ele O soltasse não era amigo do Imperador. Afirmavam que Jesus se declarou rei, portanto, era inimigo do imperador. Os sumo sacerdotes gritavam: “não temos outro rei senão César”.Diante de tudo isso Pilatos entregou-lhes Jesus para que fosse crucificado. 
     
     Jesus flagelado, desfigurado a ponto de perder a aparência humana carregou a cruz até o Calvário. Ele tomou sobre si nossas enfermidades e carregou nossos sofrimentos como um cordeiro que se conduz ao matadouro sem abrir a boca. Foi crucificado entre dois malfeitores. 

     No alto da cruz estava nas línguas usadas no tempo o letreiro:”Jesus de Nazaré rei dos judeus”. 

     Suas roupas foram divididas entre os quatro soldados e sua túnica sorteada para que se cumprisse a Escritura, o salmo 21,19, que diz: “Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sorte sobre a minha túnica”. 


     Do lenho da cruz, na derradeira hora, antes de dar a sua vida à humanidade Jesus deu ao apóstolo João o que possuía de mais valioso; entregou – lhe sua mãe que se encontrava com algumas mulheres ao pé da cruz, e vice-versa, dizendo:”Mulher eis aí o teu filho” e em seguida “Eis aí a tua mãe”. João representava ali a humanidade, a Igreja nascente, portanto Maria nos foi dada como nossa mãe, mãe da Igreja pelo próprio Jesus antes de entregar seu espírito ao Pai. Mesmo diante de tanto sofrimento intercedeu humildemente pelos que O mataram: ”Pai perdoai-lhes ,eles não sabem o que fazem”. 
Prometeu também ao ladrão arrependido estar com ele no céu naquele mesmo dia.

     Os soldados receberam ordem de matar os três crucificados param serem sepultados antes de anoitecer. Era costume entre eles quebrarem as pernas dos condenados com martelos. Os mesmos vendo que Jesus já havia morrido transpassaram o seu coração com uma lança de onde saiu sangue e água. Cumpriu-se assim as Escrituras que dizem:”nenhum dos seus ossos será quebrado”(Ex 12,46) e “olharão para aquele que transpassaram” (Zacarias12,10). No Antigo testamento não se quebravam os ossos dos cordeiros oferecidos em sacrifícios a Deus na Páscoa. E Jesus era o Cordeiro de Deus, o cordeiro pascal oferecido no novo sacrifício pela salvação da humanidade. 

     Autorizados por Pilatos José de Arimatéia e Nicodemos (membros do Sinédrio, simpatizantes ocultos de Jesus) fizeram um embalsamamento provisório e sepultaram - NO num sepulcro novo que havia ali num jardim de propriedade de primeiro. 

     Maria, a Mãe das Dores, a mãe da Piedade, acolheu seu filho no colo quando este foi retirado da cruz, antes de ser levado para o sepulcro. 


     Pai, nós vos agradecemos pelo vosso amor por nós, míseros pecadores. Obrigada pelo sacrifício do vosso Filho por nossa salvação. Jesus perdoa-nos e nos concede o dom do perdão! Maria dá-nos a fortaleza que tiveste ao pé da cruz. Nos queremos receber a unção do santo Espírito para cumprirmos a nossa missão de batizados, de cristãos. 




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