QUADRAGÉSIMA SEXTA AULA DE TEOLOGIA.

QUADRAGÉSIMA SEXTA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Caminhando viu Jesus um cego de nascença. Os seus discípulos indagaram dele: “Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego?” Jesus respondeu: “Nem este pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifestem as obras de Deus”. [Jo 1, 1-41]. Os judeus acreditavam que toda pessoa cega, aleijada, muda eram simplesmente por ser pecador. [E eles não eram?] Os discípulos também tinham essa mentalidade; por isso fizeram a pergunta a Jesus quem teria pecado, o cego ou os pais do cego. Nós também herdamos essa cultura, pois, dizemos que alguém tivera uma morte feia, horrível ou sofreu muito, é para pagar o pecado que esse alguém teria cometido. Ele foi sempre mau e tinha que pagar. Mas não é verdade, pois, muitas pessoas justas têm atrozes sofrimentos e uma morte crucial. São os mártires do cristianismo. Mas há muitas doenças que são cometidas por prática pecaminosa e muitos morrem com este pecado: as drogas, as doenças sexuais. São abomináveis e contrários aos ensinamentos de Jesus. Aí não se trata de crendice. Mas são doenças do vício da carne, do pecado. È bem diferente do nascer cego ou aleijado. Todos nós adoecemos e morremos, pois, até mesmo os santos adoeceram, [doença comum] e morreram.

Jesus cuspiu no chão, fez um pouco de lodo com a saliva e com o lodo ungiu os olhos do cego. Depois disse-lhe: “Vai, lava-te na piscina de Siloé”. O cego foi, lavou-se e voltou vendo. Este capítulo é bastante rico e de uma teologia altíssima que João nos apresenta. Primeiro foi em dia de sábado que Jesus fez o milagre a um cego de nascença. [Esse cego é o mesmo que Marcos o chama de Bartimeu]. Com essa atitude revoltou-se os judeus, pois, no pensamento deles, fazer algo no dia de sábado era uma violação à lei de Moisés. Houve uma grande polêmica entre os judeus a interrogar o cego e o pai do cego afirmando até que ele não seria aquele cego que eles conheciam mendigando ali. De um lado, eles defendiam o judaísmo, do outro lado, Jesus mostrava-se que o Deus de Abraão, Isac e Jacó, bem como o de Moisés, era o mesmo que eles não estavam reconhecendo em Jesus. Jesus quis mostrar o rosto de Deus com a cura daquele cego. [Jesus afirma que ele se parece com um nu, faminto, prisioneiro: Eis a face de Deus]. Mais uma vez, Jesus mostra para eles que o homem é mais importante do que o sábado. Quando se trata de fazer o bem, a caridade, não há sábado, domingo e nem dia santo. Não há barreira para se fazer o bem, a caridade. Quando o pai do cego afirmou para os judeus, que o seu filho era adulto e que o interrogassem; esse pai é o símbolo de muitos que colocam um pé na igreja católica e o outro em outras cresças. São confusos e têm medo de dizer a verdade e se envergonha de assumirem a sua religião. Têm respeito humano e não são dignos de serem profetas e discípulos de Jesus.

Entre eles disseram uns: Ele é um profeta; Ele é um pecador. Mas se ele é um pecador, não sei. Só sei que eu era cego e agora vejo. Primeiro testemunho do cego: “Foi Jesus que me deu a visão” Segundo testemunho: “Ele é um profeta”. Terceiro testemunho: “Se ele é um pecador, não sei. Sei apenas isto: Sendo eu antes cego agora vejo.” Quarto testemunho: “O que é de admirar em tudo isso é que não saibais donde ele é e, entretanto ele me abriu os olhos... Se ele não fosse Deus não poderia fazer nada”. [grande testemunho deste cego]. E o quinto testemunho: “Crês no Filho do Homem? Respondeu o cego: “Quem é ele, Senhor, para que eu creia nele?” Disse-lhe Jesus: “Tu o vês, [há muitos cristãos que não ver não sendo cego de nascença] é o mesmo que fala contigo!” O sexto testemunho é a conversão do cego: “Creio, Senhor, disse ele. “E prostrando-se o adorou”. [Jo 9, 1-41] [Mc 10, 46-52]. Esse sexto testemunho é uma cura, não biológica, mas espiritual. [conversão total]. Ele era cego de nascença e agora enxerga com os olhos da alma; saiu-se das trevas e veio para a luz, que é a conversão em Jesus Cristo. Aqui houve dois milagres. O primeiro foi a cegueira biológica e o segundo, o melhor, a cura espiritual. Para enxergar com os olhos da alma, Jesus cuspiu no chão, fez um pouco de lodo [lembrando que somos feito de barro] e mandou o cego lavar-se na piscina de Siloé. [Simbolizando a pia batismal]. Jesus mostra que sem a água batismal é difícil entrar no Reino dos céus. O lodo simboliza que fomos feito de barro; somos frágeis e precisamos lavar nossos olhos com o lodo da saliva de Jesus que é vida nova; lavando na fonte da água viva que não terá mais sede quem a beber. Veja que João faz aqui, nesse relato da cura do cego de nascença, uma verdadeira e alta teologia e difícil de ser interpretada.

Jesus cura a nossa cegueira, mas para quem não tem respeito humano de dizer que é cristão praticante. Há muitos que têm vergonha de dizer: Hoje eu fui à igreja assistir à santa missa, comunguei, cantei, louvei e aprendi amar e perdoar. Não têm essa coragem de afirmar que é cristão praticante. Mas não têm vergonha de dizer: Essa noite eu fui ao baile, fui ao cinema, fui ontem à tarde ao Maracanã. Quantos de nós somos covardes de afirmar e anunciar a nossa religião! Não temos a coragem desse cego que enfrentou até ser expulso do templo, das sinagogas, e até mesmo apedrejado para, com coragem dizer que Jesus lhe curou da cegueira biológica e espiritual. Jesus cura o homem total. Muitos falam em milagre, mas biológicos: “Eu me encontrei com Jesus, pois eu estava desenganado pelos médicos e estou bem. Bem biologicamente; e espiritualmente qual é o seu testemunho de cura?

Devemos ser desobediente civil.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 17/07/2013
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