VIGÉSIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA.

VIGÉSIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

Aqui está resumindo e explicado, com uma visão exegética dos evangelhos sinóticos para quem ler entender melhor o que neles estão relatados como escritos literários teológicos. Não há controvérsia nenhuma, entre eles, mas a maneira de narrar o texto dentro de uma visão exegética.

Esse livro que chamamos de Bíblia – palavra grega que está no plural - ensina a todos o bem, o amor e viver bem consigo mesmo e com os outros. Não há nada nela que exista de ensino fora da ética e da moral com uma pedagogia catequética e de uma alta espiritualidade. Ela não ensina erotismo, mentira, exploração do ser humano pelo o outro, não ensina nada que venha nos prejudicar, desassociando-nos e desumanizando-nos. Não. Como também não ensina a economia de bens materiais, supérfluas, mas a economia da fé em Cristo. Ela nos ensina o bem, o amor, o perdão, a partilha, a solidariedade, a fraternidade, viver dignamente como ser humano, e viver como irmão de um mesmo pai: Deus e os valores sacramentais. [Sinal de Deus]. Por isso nós a chamamos de Palavra de Deus, Sagradas Escrituras, porque ela é a nossa própria história em sintonia com Deus. A Bíblia é o sacramento da salvação, bem como todas as personagens que escreveram fazendo parte dela são sacramentos da presença de Deus. Eu, você todos nós e as coisas que nos envolvem são sacramentos, pois, tudo tem valor sacramental e nós amamos e vivemos esse sacramento, sinal de Deus em cada um crente. Somos pelo batismo e renovação da crisma filhos de Deus e co-herdeiros dos céus. Nisso tornamo-nos carismáticos. [Carismático aqui se refere ao dom do Espírito Santo e não instituição religiosa]. São Paulo chama os cristãos de santos, isto é, os que receberam o batismo. Herdamos esse tesouro sendo filhos de Deus pela Paixão, morte e ressurreição de Jesus. Jesus nos fez co-herdeiros do Reino dos céus pela sua morte e ressurreição.

Quem escreveu o Novo Testamento, que chamamos de evangelhos, Atos dos Apóstolos, epístolas e apocalipse, nenhum deles conheceu e nem foi apóstolo de Jesus, segundo estudo moderno de historicidades pelos exegetas: Mateus, o cobrador de impostos, que se chamava Levi, um dos apóstolos de Jesus, os exegetas e historiadores afirmam, hoje, que não é o Mateus que escreveu o evangelho; também, eles afirmam que João evangelista não foi o apóstolo João filho de Zebedeu e nem quem escreveu o livro do Apocalipse. Nenhum dos que escreveram o Novo Testamento conheceu e conviveu com Jesus, mas sim alguns das comunidades que viveram com Jesus, como Simão Cirineu, Bartimeu e outros que receberam milagres de Jesus fundaram as primeiras comunidades cristãs as primeiras igrejas e conservaram passando de boca em boca tudo o que Jesus realizou e ensinou durante a sua vida pública. Os ensinamentos de Jesus andaram e foram preservados de boca em boca por muitos anos. Somente depois dos anos oitenta, é que apareceu o primeiro evangelho de Marcos. Marcos era discípulo de Paulo. Lucas foi discípulo de Paulo. Paulo não conheceu a Jesus. Os nomes dos evangelistas que escreveram os evangelhos com suas comunidades receberam os nomes dos apóstolos, cujos nomes eram conhecidos pelas comunidades, a fim de dar mais valor literário e cristológico da vida de Jesus a quem lesse. Mas não há prova nenhum de que os quatro evangelistas fossem apóstolos de Jesus. Os nomes citados nos quatro evangelhos já se têm provas que nenhum deles conheceu a Jesus. O primeiro a escrever sobre a vida e os ensinamentos de Jesus foi Paulo nos anos sessenta. Depois é que apareceram os evangelhos, lá pelos anos oitenta e noventa.

O primeiro evangelho escrito, nos anos 80 é o de Marcos que escreveu com sua comunidade. Lá pelos anos 85, Mateus baseou-se em Marcos e acrescentou algumas coisas, bem como Lucas. O evangelho de João é diferente dos três. É o evangelho de uma altíssima teologia e muito difícil de ser compreendido se não conhecer bem de exegese e entender de hermenêutica não irá compreender esse rico evangelho de João por possuir uma alta teologia e uma cristologia divina. É o evangelho dos “sinais”. São sete os sinais que ele relata. Sete é o número da plenitude; é simbólico e aparece muito nos relatos bíblicos. O primeiro sinal é o das Bodas de Caná, transformando a água em vinho. [Jo 2, 1-12]. O segundo é a cura do filho do oficial. [Jo 4, 43-54]. O terceiro é a cura de um paralítico. [5, 1-18]. O quarto é multiplicação dos pães. [6, 1-15]. O quinto Jesus anda sobre as águas. [6, 16-21]. O sexto Jesus cura o cego de nascença. [9, 1-41]. O sétimo é a ressurreição de Lázaro. [11, 1-44]. No capítulo 13 a 20 é considerado o livro da glória, por apresentar uma alta teologia e afirma que Jesus é Deus. Que Jesus e o Pai é a mesma pessoa. João começa seu evangelho com firmeza de que Jesus Cristo é Deus. Vejamos o relato: “No princípio era o verbo e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus. [Esse verbo não é no sentido gramatical, mas é o “Logos”]. No princípio, ele estava com Deus. [Princípio não significa quando tudo foi criado, mas a revelação]. Tudo foi feito por ele e sem ele nada foi feito.” [Jo 1, 1-3]. “Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito”, isto é, pelo Logos; o Logos é Jesus Cristo. [Aqui nessa perícope aparece Deus Trinitário]. E a vida era a luz dos homens. O Verbo era a verdadeira luz. A luz é o Logos. [Tudo foi criado como se ler no livro dos Gênesis]. Continua no mesmo capítulo: “veio para o que era seu e os seus não o receberam.”[Os judeus]. [Jo 1, 11] Veio para o povo escolhido, judeus, e eles não o receberam. [Pecado de adultério por que não aceitaram o próprio Deus na figura de Jesus]. “Mas a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus: aos que creem em seu nome, eles, [os cristãos], que não foram gerados nem do sangue, nem de uma vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas de Deus”. [1, 11-13]. Em algumas Bíblias está no singular: “Ele que não foi gerado...” [Na Bíblia de Jerusalém está no plural]. “E o verbo se fez carne e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único”. [Jo 1, 14]. João afirma que somente Jesus é único filho de Deus, mesmo sendo Deus. Nós somos filho de seres humanos, nossos pais, e não somos filhos de Deus. Jesus nos fez co-herdeiros dos céus e filhos adotivos pelo batismo. Entretanto há muitos de nós que estão mais pertos em sendo filhos de Deus, os que fazem a vontade de Deus, têm discernimento mais de que outros. O evangelho de João não faz parte dos sinóticos. E foi escrito muito tardio, lá pelos anos noventa de nossa era. Os evangelhos não foram escritos na terra de Jesus, e nem de uma só vez. Demorou muito para serem escritos os relatos que neles se encontram. Formaram as quatro comunidades uma distante da outro e assim surgiram as primeiras igrejas, que, a partir do século dois se juntaram e se transformaram no cristianismo. [Igreja Católica]. Foi crescendo o número de cristão nas comunidades, entre elas havia muitos que conviveram com Jesus e deram seus testemunhos. Pois já havia comunidades cristãs espalhadas por toda parte: na palestina, na Grécia, na Antioquia e em Roma. [A Diáspora]. Essas comunidades foram as que transmitiram tudo o que Jesus ensinou para os evangelistas; conservaram tradicionalmente pela oracidade, isto é, de boca em boca, pois não havia igreja organizada ainda, isto é, instituição religiosa. [O clero]. Muitos dessas comunidades guardaram na memória e conheceram e conviveram com Jesus. Mas nem tudo o que Jesus ensinou estão literariamente escritos nos evangelhos. Como prova disso, João, no capítulo 21, 25 diz: ”Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso (eu) que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever”. Concluo que Jesus pregou durante três anos deveria haver quantidade de escritos literários sobre o que ele ensinou. [Quando fizeram o calendário a partir de zero, Jesus já havia nascido à quatro anos. Portanto, a contagem certa seria o ano de 37 a morte de cruz e não 33 anos de idade a sua morte de cruz como afirmam a história do cristianismo]. Alguns historiadores afirmam que Jesus morreu nos anos vinte com 33 anos de idade. Peço-lhe que imprima.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 28/06/2013
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