DÉCIMA OITAVA AULA DE TEOLOGIA.

DÉCIMA OITAVA LIÇÃO DE TEOLOGIA.

POR HONORATO RIBEIRO.

As palavras que Jesus disse a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”, [Neologismo], é a primeira vez que Jesus fala em igreja e somente em Mateus. Ainda ele diz para Pedro: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. [Mt 16, 19]. [As chaves pertencem a Deus esse poder]. Jesus da uma incumbência de ser responsável de dirigir a igreja, comunidade e preservar a palavra, pois ele iria para o Pai e deixou os seus ensinamentos para preservar e anunciar até a consumação dos séculos. No evangelho de João, Jesus ora para os discípulos e pergunta a Pedro se ele o ama por três vezes. Depois, Jesus pede a Pedro, logo depois, que Pedro confirmou que o amava: “Apascenta as minhas ovelhas”. [Jo 21, 17]. Esta perícope do capítulo 21 foi escrita nos anos noventa, é um apêndice acrescentado possivelmente por um dos discípulos do evangelista João. É com esse relato dos dois evangelistas [Mateus e João] é que a Igreja Católica Apostólica Romana afirma que Pedro é o primeiro bispo de Roma, e responsável para governar a Igreja, povo de Deus. [Chamado para fora]

“Antigamente, essa questão era muito polêmica. O texto bíblico era usado como argumento “apologético” para se afirmar ou negar a primazia da Igreja de Roma e do papa sobre as demais igrejas e bispos. Hoje, embora o papa nem sempre seja reconhecido como o chefe da Igreja de Cristo e nem da Igreja Católica como a única Igreja de Cristo, essa questão não é mais discutida em termos apologéticos, e sim “teológicos”. Procura-se entender, hoje, no seu contexto, o que significa essa expressão de Jesus”. Se você ler alguns textos do Antigo Testamento você encontrará afirmando que Deus é a Rocha de Israel. [Dt. 32, 15]. “Para mim Javé é o Libertador, a Rocha, a Fortaleza. Meu Deus, meu Rochedo no qual eu me abrigo”. [Sl 31, 44]. Diz o profeta Isaias: “Ouvi-me, vós seguis a justiça, e buscai Javé. Considerai a rocha de onde fostes cortados e a pedreira de onde fostes extraídos. Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara que vos deu à luz: ele estava sozinho quando o chamei, mas eu abençoei-o e multipliquei-o” [Is 51, 1-2]. No Novo Testamento Jesus é a Rocha, é a pedra angular. Jesus acrescentou: “Nunca lestes nas Escrituras: “A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; isto é, a obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos”. [Sl 117, 22]. Mateus é o evangelista que relata sempre o Antigo Testamento e coloca no Novo Testamento para dar continuidade e qualidade de união para se formar tudo no novo. É o evangelista eclesial, passa tal designação a Pedro, do mesmo modo como o profeta Isaias designa Abraão como a rocha de Israel. Veja o paralelismo que ele faz: “Antigo Testamento rocha é Deus a Abraão”. No Novo Testamento: “Rocha Cristo a Pedro.” “Tu és Pedro, e sobre esta pedra [Kefas], edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” [Mt 16, 18].

“Em 1952, o teólogo e exegeta protestante, Oscar Cullmann, mostrou em seu livro, que o texto de Mateus é autêntico, e que de fato designa a pessoa de Pedro como o fundamento da Igreja”. Jesus ao dizer: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” não quis dizer ou pensava em aristocracia hierárquica, mas provando a fé que tinha Pedro de confirmar tudo o que ele, Jesus, tinha ensinado. O apóstolo Paulo reconhece Pedro como o apóstolo e como intérprete do poder apostólico em sua epístola aos Gálatas. [Gl 2, 14] “Mostra que a verdade está acima dos apóstolos. “É sobre esta verdade que está apoiado o poder apostólico de Pedro, que por sua vez se fundamenta em Jesus, o único e verdadeiro fundamento da Igreja.” “Tanto os católicos como os protestantes não veem nessa passagem uma afirmação de que a Igreja está fundamentada sobre a pessoa de Pedro, mas sim que o fundamento da Igreja é Jesus, a eterna e imutável Verdade, expressa na confissão de Pedro”. Pedro é o protótipo que reconheceu Jesus o verdadeiro Messias e a sua confissão fez com que Jesus o considerasse uma rocha, pedra, [kefas], sem perder o valor primordial de ser ele, Jesus, a verdadeira pedra, o alicerce da Igreja dos cristãos. “A razão pela qual Pedro é chamado rocha, pedra, é a sua confissão de fé em Jesus Messias não só agora, mas principalmente por seu testemunho de fé na ressurreição de Jesus, depois da Páscoa”. Essa opinião de católicos e protestantes é uma exegese de hoje, isto é, “moderna” e com uma nova teologia bem aceita e definida. [Ecumenismo]. Esclarecemos que há uma diferença entre protestantes tradicionais [século XVI] e igrejas pentecostais, isto é, evangélicas, principalmente os pentecostais da teologia da prosperidade, que pregam a fé sem ação; a ação deles é mágica baseada no paganismo. [politeísmo] Sentaram no trono de Deus a propagar milagres matematicamente e cronologicamente a afirmarem que possuem o poder de pedir em nome de Jesus a cura e ela virá. [Deus está a serviço deles]. Não há fiéis de fé e ação, mas pacientes e clientes em busca de curas patológicas e progresso financeiro, o que Jesus nunca ensinou. Os protestantes luteranos seguem uma teologia idêntica aos católicos. Há uma grande diferença entre protestantes tradicionais e evangélicos pentecostais da teologia da prosperidade surgido no final do século XX.

Há outras Igrejas tradicionais como a presbiteriana e batista que seguem a mesma linha teológica cristã.

A pedra fundamental da Igreja é Jesus, a pedra angular. Ele é a verdadeira Igreja o Reino dos céus. O Frei Mauro Strabeli, doutor em teologia, afirma no seu livro, página 164, 165 o seguinte sobre Pedro Rocha: “Mateus, embora discutido ainda hoje sob o aspecto teológico, é bastante antigo e não é fruto de interpolação posterior para legitimar o poder de Pedro. A figura de Pedro emerge de modo especial desde as primeiras páginas dos evangelhos. Ele é o primeiro na lista dos doze, e é quem designado como o primeiro e não “como um dos apóstolos” [Mt 10,2]; é ele que está sempre mais perto de Jesus: como testemunha na transfiguração [Mt17,1], na paixão [Mt 26, 38]; sua casa é também a residência de Jesus em Cafarnaum [Mt 4, 13]; é ele o porta-voz dos discípulos nos momentos mais importantes, como em Cesareia de Filipe [Mt 16, 16], em Cafarnaum [Jo 6, 68]; a ele é que deve ser dado o primeiro anúncio da ressurreição de Jesus [Mc 16, 7]; [Jo 20, 3-7]; a ele por primeiro é que Jesus aparece depois da ressurreição [Lc 24, 34]; 1Cor 15, 5].” A exegese desse texto é difícil. As correntes de interpretações são muitas, tanto do lado católico como do protestante. “O que dissemos aqui foi colhido da exegese católica, hoje.” A teologia hoje é mais transparente e caminha com a transformação do progresso e evolução dentro da espiritualidade sem perder o sentido da cristologia. A Igreja Católica sofreu bastante por dentro e por fora e até hoje sofre com dores de parto. Mas Jesus afirmou: “Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos”.

Ser cristão não é encontrar com Cristo, mas ser uma nova criatura em Cristo em obediência fazendo a vontade do Pai como O foi. Segundo o padre Paulo Ricardo “a igreja surgiu antes de a Bíblia ser escrita e sempre nasceu católica, pois, ela sempre se apresentou para todos os povos, desde o Antigo Testamento. Falar que a Igreja nasceu, no século IV, por Constantino, é fugir da historicidade da Igreja e da eclesiologia como também da cristologia.” A Igreja católica apostólica não é uma instituição religiosa, mas o carisma do Espírito Santo sobre os fiéis. Não é o papa com a hierarquia clerical que governa a Igreja Católica e sim o Espírito Santos. [At. 2, 1-13]. Ela já nasceu antes de todos os séculos, pois, “foi Ele que falou pelos profetas”. [Teologúmeno] O nascimento da Igreja Católica tem fundamento histórico e teológico com incomensurável raiz na criação da humanidade. Deus é a Igreja, Jesus é a pedra fundamental dela. Ela foi gerada com dores de parto, mas triunfou com o “sangue do cordeiro” imolado no Gólgota e pela ressurreição de Jesus que aniquilou a morte. [Gostaria de você imprimisse esta aula, pois ela precisa de uma boa reflexão ao lado da leitura bíblica nas citações dos capítulos.].

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 17/06/2013
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