11º CURSO DE TEOLOGIA.
11º CURSO DE TEOLOGIA.
POR HONORATO RIBEIRO.
[ Décima primeira aula ].
A Tradição era ensinada e vivenciada pelos cristãos que viviam pela palavra de Deus. Muitos anos se prolongaram os ensinamentos de Jesus que foram anunciados de boca em boca até chegou a ser escrito em pergaminhos pelas comunidades cristãs. Essas comunidades, juntos aos apóstolos frequentavam assiduamente o templo e as sinagogas. Somente, a partir da destruição de Jerusalém e do Templo é que os cristãos começaram a celebração eucarística. [Veja Atos dos Apóstolos].
A celebração eucarística, (Missa), desde o primeiro século até o quarto, era celebrada no túmulo de um mártir. No começo do século quarto, [anos 312, nasce a Igreja clerical em união com o Estado]. A partir daí, foram construídas igrejas (construção de pedra), determinou que as celebrações eucarísticas devessem ser no altar Mor. Nele, foi colocada uma pedra de mármore e, no centro dela, colocou-se uma relíquia de um santo mártir. Após o Concílio Ecumênico Vaticano II, [1965], foi abolida essa pedra nos altares das igrejas a partir de 1965 a Igreja deixou de celebrar as missas em latim e, em cada país começou a celebração eucarística em sua própria língua com uma nova liturgia anual. [Ano A, B e C no lecionário].
A Igreja católica que estava enclausurada desde o ano 312, e sem uma didática litúrgica, pois, só havia o missal em latim do evangelho de Mateus, saiu da clausura ao encontro do povo com uma nova liturgia com o povo a partir do término do Concílio Vaticano II. Foi um grande milagre de ela não ter desaparecido por completo, pois, além de o povo não receber uma catequese e não ter a liberdade de possuir a Bíblia e nem conhecia nada sobre liturgia e nem ritual nenhum. Só conhecia o que estava escrito no livro de catecismo “Porta do Céu”, para crianças e adultos e nada mais. Não sabia nada de sua própria religião. Quem acompanhava o celebrante na celebração eucarística era o sacristão e coroinhas que teriam de aprender as respostas do celebrante em latim. Tudo o que nós fiéis respondemos hoje na hora da celebração junto com o celebrante era tudo em latim. O celebrante ficava de costa para a assembleia, também o sacristão e todo ritual, liturgia da palavra e liturgia da eucaristia era celebrado em latim. E o único evangelho que era lido, era o de Mateus. Não havia ano litúrgico, A, B C, e lecionário litúrgico como hoje. Somente depois do Concílio Vaticano II é que foram modificados; é o que temos hoje. Até o coral cantava-se a missa festiva em latim e as ladainhas.
O Novo Testamento foi escrito em pergaminhos na língua grega. No século IV, a pedido do papa Dâmaso I, a São Jerônimo que fez a Vulgata, isto é, passou do grego para o latim, língua falada no mundo romano. E do latim às outras línguas. Antes ninguém pregava lendo a Bíblia, pois não havia. Havia os escritos em pergaminhos na língua Grega e havia muitos pergaminhos. Tiveram de juntar um por um para se formar os livros do Novo Testamento. A palavra Bíblia foi usada depois de juntar todos os manuscritos em pergaminhos; passou-se para a Vulgata e depois para o latim e outras línguas. [Esse foi o trabalho eficaz da Igreja Católica Apostólica Romana]. Depois é que foram colocados os capítulas e versículos por um padre e um bispo. A Bíblia foi impressa nos anos de 1532, com a descoberta da imprensa pelo alemão Gutenberg e foi aprovada pelo Concílio de Trento em 1546. Após o Concílio Ecumênico Vaticano II, por determinação do papa Paulo VI houve uma revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico. [Lecionário]. Foi terminada essa revisão em 1975, e promulgada pelo papa João Paulo II, no dia 25 de abril de 1979, e foi denominada de Nova Vulgata ou Bíblia Católica. Toda Bíblia escrita no mundo inteiro foi transcrita [impressa e publicada] pela Igreja Católica Apostólica Romana, depois da Vulgata. Como também os capítulos e versículos por um padre e um bispo. Não há diferença nenhuma, pois a Bíblia é única para todas as igrejas, que seja protestante ou outras seitas. Ela só foi preservada até os dias de hoje, graças a Igreja Católica Apostólica Romana. Se não fosse ela tudo ficaria como contos folclóricos ou lenda. Desapareceria. Foi um grande milagre de esses escritos em pergaminhos não terem desaparecidos, pois a perseguição era muito grande; e fizeram de tudo para acabar com a coisa mais preciosa do mundo: os ensinamentos deixados por Jesus Cristo, o Salvador da humanidade.
Antes do nascimento de Jesus, o povo de Israel, hebreu ou simplesmente judeu estava sobre o domínio do Império Romano, não era um povo livre. Vamos mostrar como se organizou esse povo e como eles viviam. Não tinha pátria própria [país constituinte], e nem rei. Só havia o Templo em Jerusalém, este estava sendo o grande banco econômico, dos religiosos, alto clero e o poder do rei César, rei de Roma.
A economia da Palestina, no tempo de Jesus, era composta da pecuária, criação de vacas, camelos, ovelhas, cabras; também a pesca e a agricultura. Os maiores donos de terra eram os anciões. [Havia 72 anciões, uma espécie de congresso]. Naquela época do nascimento de Jesus, Roma dominava toda a Palestina, e outros países estavam sobre o jugo do poderoso chefe político, César Augusto.
Como viviam o Estado e a religião do povo judeu? Viviam pelos impostos e taxas altíssimas cobrados pelos publicanos. Estes não eram funcionários do governo romano; eram autônomos. Eles sugavam, exploravam o povo com impostos altíssimos em nome do rei. Os cobradores de impostos arrecadavam a parte do rei e eles ficavam com suas partes, o que era legal para o rei. Portanto, para o governo, eram pessoas leais e tinham o seu apoio. Mas para os fariseus, escribas, anciões e sacerdotes, eram excluídos e excomungados, rejeitados e afastados da vida religiosa todos os cobradores de impostos. O Estado controlava toda a economia do País: coleta de impostos através das ofertas do Templo, administrado pelos sacerdotes, pertencia ao Estado. O maior centro de exploração e arrecadação era do Templo, que dominava e subjugava todo o povo. [inclusive os que moravam em outros países]. Ainda existia o imposto pessoal sobre as terras. Esse imposto servia para sustentar os soldados romanos que ocupavam a Palestina. [Havia 18000 empregados do Templo]. Havia ainda o imposto sobre compra e venda de mercadoria. A Judeia e a Samaria eram dirigidas por um procurador romano, mas o sumo sacerdote tinha o poder de gerir as questões internas, através da Lei Judaica. Este, porém, era nomeado e instituído pelo procurador romano. A política romana estava aliada aos sacerdotes e toda a cúpula religiosa dos judeus. Política e religião eram aliadas uma a outra; de um lado o governo romano; do outro lado os religiosos. [clero]. O centro do poder político interno da Judeia e Samaria era em Jerusalém e o Templo. O grande administrador do Templo era o sumo sacerdote, assessorado por um sinédrio composto de 71 membros: sacerdotes, anciães – donos de muitas terras – e escribas ou doutor da Lei. O sinédrio era o tribunal supremo, poder judiciário: criminal, político e religioso. Sua influência se estendia a todos os judeus, mesmo os que viviam fora da Palestina. Em cada aldeia e povoado havia um conselho dominado pelos grandes proprietários de terra: escribas e doutores da Lei. Privilegiados da política do rei romano César Augusto eram os saduceus, também grandes proprietários de terras: os anciãos do povo, conhecidos saduceus, que eram da elite sacerdotal. Eles tinham o poder nas mãos e controlavam a administração da justiça no tribunal superior chamado sinédrio. Foram esses os responsáveis pela condenação de Jesus. Aqui está a verdadeira história dos judeus aliados ao poder romano. Veja o que Jesus enfrentou para anunciar o Projeto do Pai. Ele enfrentou poderosos religiosos corruptos e do outro lado o poder romano. Aqui se tem uma visão de o porquê da condenação de Jesus à morte mais bárbara: A morte de cruz. Muitos têm uma ideia erronia que Jesus morreu porque já estava determinado, pois, os profetas anunciaram que ele iria ser condenado. Não é verdade. Essa interpretação é de fundamentalista. Jesus veio inaugurar o Reino do céu que estava sendo destruídos e teve de, até mesmo ser contra Moisés e as tradições radicais do judaísmo. Será que os católicos e evangélicos conhecem essa história? Começaremos a estudar o Novo Testamento começando por Mateus. Na próxima aula. Peço-lhe que imprima.
hagaribeiro.