ORIENTAÇÃO TEOLÓGICA.
ORIENTAÇÃO TEOLÓGICA.
POR HONORATO RIBEIRO.
[Quarta aula].
Todo mundo conhece a história da libertação do povo hebreu do jugo do Faraó no Egito. Lendo essa história no livro do Êxodo e nos filmes: A passagem no Mar Vermelho com a liderança do profeta Moisés. [É bom que se leia no livro do Êxodo]. Conta a história, que Faraó mandou matar todas as crianças do sexo masculino do povo hebreu, jogando-as no rio Nilo, pois estavam crescendo muito demograficamente o povo hebreu. Foi então que a mãe de Moisés fez uma cesta de junco, untou-a de betume e pez, colocou dentro o menino e depô-la à beira do rio [Nilo] no meio dos cortiços. A irmã do menino coloca-se a alguma distância para ver o que lhe havia de acontecer. A filha do Faraó vendo a cesta sobre as águas mandou uma das escravas buscá-la. Abriu e viu um menino que chorava. E compadeceu-se “É um menino dos hebreus, disse ela”! Veio então a irmã do menino à filha do Faraó: “Queres que vá procurar entre as mulheres dos hebreus uma ama de leite para amamentar o menino? Sim, disse a filha do Faraó. E a moça correu a buscar a própria mãe do menino.para amamentá-la. Quando o menino cresceu, a filha do Faraó colocou o nome de Moisés, que quer dizer, salvo pelas águas. Moisés cresceu e foi educado pela filha do Faraó.(Ex 2, 1-10). Mas Moisés um dia viu um egípcio matando um dos seus irmãos hebreus e acabou matando o agressor e fugiu. Nessa fuga ele viu uma sarça ardendo em chama e aproximou dela. Chegando perto ouviu uma voz: “Moisés, Moisés! “Eis me aqui!” Respondeu ele. E Deus: “Não te aproximes daqui. Tire as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa. [Moisés se encontrou com Deus não foi num templo, mas a uma árvore por nome "SARÇA" seria então adorar uma árvore?]. “Eu sou”, [Jesus fala: “Eu sou. Não temais” caminhando sobre as águas] ajuntou ele, o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isac e o Deus de Jacó.” Esse foi o primeiro encontro que Moisés encontrou-se com Deus e Deus lhe deu a incumbência de ser o líder daquele povo hebreu que estava sendo escravos do poder de Faraó. Aí temos uma narração teológica e etiológica que aparece um chamado entre uma sarça ardente a queimar; e no meio daquele fogo uma voz chama-o: Moisés, Moisés. É uma narração teofânica, isto é, Deus fala através de fenômeno da natureza. [fogo, árvore] Moisés vai à presença de Faraó e lhe pede a libertação do seu povo. Nesse diálogo entre Moisés e o Faraó aparece uma narração etiológica e cheia de sinais e prodígios. Os primeiros são as dez pragas ao povo egípcio: As águas do rio Nilo convertendo em sangue; invasão de rãs nos rios e nas casas; onda de mosquitos; ataque de moscas venenosas, [mutucas]; peste nos gados; úlceras nos homens e nos animais; chuva de granizo ou de pedra; invasão de gafanhotos; trevas em todo o país e a morte dos primogênitos. "Tudo isso foi feito pelo poder de Javé [Deus] em favor do povo e são lembradas nas confissões de fé do povo de Israel. Nesse caso, essa narração não é aferível [comprovado, pesado e real como números em matemática] e nem histórica porque não pode ser comprovadas por nenhum meio afora o relato." “Os autores bíblicos dessa narração, desse fato, não tinham a intenção alguma de descrever a natureza desses fenômenos. O que eles querem dizer com esse tipo de linguagem e com esse tipo de relato é que, para libertar o povo, Javé se mostrou tão presente que só um coração obcecado não o perceberia. Deu na vista a ação libertadora de Javé.” Os narradores relatam esse acontecimento de ação libertadora de Javé a seu povo e usaram esse artifício literário de pragas. O fenômeno de chuva de pedra nunca aconteceu no Egito, pois é muito rara e difícil acontecer. Quanto a morte dos primogênitos, alguns historiadores afirmam que foram levados todos os primogênitos aos seus templos de adoração a seus deuses e houve um terremoto matando todos. Os narradores encaixaram essa catástrofe sendo castigo de Deus e colocou nessa narração bíblica. Os autores dessa narração bíblica da libertação dos hebreus do jugo do Faraó foram narrados muito depois do acontecimento e juntou os fenômenos para dizer que Deus agiu na história do seu povo concretamente. “A décima praga não é aceita na História do povo egípcio, pois não existe nenhuma referência sobre esse acontecimento Histórico dos povos antigos, principalmente na história dos povos vizinhos do Egito. Não há registro nenhum dessa história da morte dos primogênitos”. “É uma narração de um núcleo teológico-cúltico”. “Mar Vermelho ou Mar das Taboas, lugar sem profundidade onde os israelitas passaram”. Era um fenômeno como a maré que existe a alta e a baixa. Moisés e o povo hebreu sabiam desse fenômeno. Quanto ao relato de as águas se abrirem um muro à direita e outro à esquerda é uma narração teológica. “A redação sacerdotal compara as águas perigosas aos inimigos de Israel, tanto os egípcios opressores como os povos hostis encontrados no caminho da Terra prometida.” “Eles eram águas perigosas à direita e à esquerda do povo”. Com a proteção de Javé o povo passou ileso, isso significa a pé enxuto por um corredor de perigos à direita e à esquerda. As águas do Mar Vermelho se abriram e fazendo dois muros à direita e à esquerda é uma simbologia que se entende teologicamente os inimigos hostis que eles iriam enfrentar até a Terra prometida. A libertação do povo de Israel do jugo do Faraó é narrada no livro do Êxodo. Depois que Moisés libertou o povo da escravidão do Faraó, ele caminha levando o povo para a terra Prometida. Pelo caminho aconteceram muitas adversidades, muita revolta do povo por não ter comida, água. Muitos queriam voltar dado ao sofrimento e calor imenso pelo deserto. Moisés teve de elaborar uma lei para que o povo pudesse temer a Deus. É no livro do Êxodo e Deuteronômio que se ler essa Lei: a Torá, ou Pentateuco, os dez Mandamentos que foram escritos por Moisés por ordem de Deus, isto é, inspirado em Deus. “Entre outros povos usavam listas de mandamentos semelhantes aos 10 mandamentos, como por exemplo, no Egito e na Síria.” Existia bem semelhante. Como já conhecemos e lemos o decálogo que são uma lei natural social, política e religiosa. “Os 10 mandamentos são uma síntese do modo ético de o homem comportar-se, quer como pessoa, quer como grupo social, tanto em particular como público”. É a exigência a ser cidadão, cidadã. Com essa lei tornamo-nos obedientes para conosco mesmo e para com a sociedade em que vivemos. “São um reflexo da consciência humana em suas manifestações”. É dever para a humanidade o cumprimento das leis em si tratando da ética e da moral. Não deixa de ser, também, um temor a Deus em obediência às normas dessa lei. “O Decálogo é consequência lógica da libertação do cativeiro do Egito; é o estatuto do homem livre, segundo Deus, o que implica regularmente do uso de toda a liberdade humana nas duas únicas direções capitais: nas relações com Deus e nas relações com o próximo. É por isso, aliás, que as tábuas da lei são duas. Mas elas são inseparáveis. É impossível bom relacionamento com Deus sem bom relacionamento com o próximo, e vice-versa”. [Amar a Deus e ao próximo aí está a Lei e os profetas, isto é, o Velho e o Novo]. Não se pode ler e entender os relatos bíblicos ao pé da letra, mas fazendo-se uma boa exegese.
hagaribeiro.