Dolentia dominicalis

DOLENTIA DOMINICALIS

Jorge Linhaça

Existe um mal comum que parece afetar um número cada vez maior de membros da igreja.

É um tipo de mal estar indefinido que pode começar lá pelo final da noite de sábado mas que geralmente manifesta-se nas primeiras horas da manhã do domingo.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa e podem incluir coisas como: Uma moleza extrema no corpo; Uma dor de cabeça vinda do nada; Uma sonolência extrema; Um desarranjo intestinal; Um pequeno ataque de depressão ou síndrome do pânico.

Por mais graves que pareçam os sintomas, eles vão diminuindo no decorrer da manhã e por volta do meio-dia a pessoa já encontra-se novamente disposta para qualquer atividade necessária.

A Dolentia dominicalis, ou enfermidade do domingo, costuma durar exatamente o período das reuniões da igreja.

Fisicamente não nos causa grande malefício, no entanto, espiritualmente nos impede de nos alimentarmos da palavra de Deus.

Existem ataques ocasionais de Dolentia dominicalis e casos mais graves que acabam “desacostumando” as pessoas de frequentarem a igreja e estas deixam-se assim afastar do alimento espiritual tão necessário.

O remédio mais prático é levantar e ir á reunião, ainda que teimosamente. Alguns simplesmente não conseguem fazer isso sozinhos e seria muito bom que algum membro mais “maluco” fosse lá arrancá-lo da cama e leva-lo à igreja pelo menos por duas ou três vezes. Mesmo que para isso esse irmão tivesse de abrir mão de alguma aula quando desse por falta do “enfermo”.

Pessoalmente já fiz isso algumas vezes e jamais me arrependi de ter literalmente tirado alguns irmãos da cama e até mesmo os ajudado a vestir-se. Ao contrário do que podem pensar alguns, esses irmãos demonstraram gratidão por esse quase sequestro...rsrsrs

De minha parte só senti foi grande alegria de poder leva-los à igreja e vê-los participar das reuniões.

Claro que eu tinha alguma intimidade com alguns deles e com suas famílias.

Sinceramente sinto falta dessa época e da oportunidade de fazer algo semelhante hoje em dia. Hoje estou mais limitado em minhas ações e procuro apenas agitar os membros em minha Ala, abraçando os jovens e procurando animar os irmãos com algum gracejo ou parabenizando-os por seu trabalho. É incrível como os semblantes se iluminam com poucas palavras ou gestos de carinho e apreciação.

Não importa o cargo que tenhamos na igreja ou a nossa condição, sempre podemos dar um sorriso, um abraço, uma palavra de afeto.

Às vezes é só disso que as pessoas precisam.

Salvador, 28 de maio de 2013.