Branca de Neve e as Sete Tentações
Branca de neve e as sete tentações
Havia, em uma ala qualquer, não muito distante daqui, uma linda menina chamada de Branca de Neve. A menina era assim chamada por conta de sua pureza e obediência às leis de Deus.
Sua alma era “branca como a neve”.
Mas como na vida nem tudo é perfeito, chegou a hora da menina ter mais contato com o mundo e precisou sair de casa todos os dias para ir à escola. Não que a escola seja ruim, pelo contrário, todos nós precisamos aprender e desenvolver nosso conhecimento em muitas áreas.
Acontece que, na escola, encontramos pessoas com outras ideias e comportamentos.
Branca de neve estava prestes a descobrir uma série de amigos diferentes, sete criaças que lhe ensinariam muito a respeito de como as pessoas comuns, mesmo sem querer, podem encontrar-se longe dos caminhos do senhor.
Assim como na história clássica da branca de neve , os seus novos amigos atendiam por apelidos. Um deles era da mesma igreja de Branca, e era conhecido por Dunga.
Os demais eram: Soneca; Dengoso; Feliz; Mestre; Atchim e Zangado.
Branca logo descobriu o porque daqueles apelidos engraçados.
Dunga, parecia aquele anão do conto infantil, simpático, cordial, mas incapaz de falar sobre o que aprendia na igreja com seus amigos. Branca ao contrário, procurava sempre compartilhar os ensinamentos de Cristo com seus amiguinhos, como daquela vez em que lhe ofereceram café com leite como parte da merenda escolar e ela recusou explicando sobre a palavra de sabedoria. Dunga nada dizia, limitava-se a fazer o que todos faziam e aceitava o café com leite.
Soneca era a típica menina que ficava entediada com qualquer aula da escola, e mais ainda quando Branca procurava lhe contar sobre as coisas que aprendia na igreja. Logo Soneca estava cochilando ou bocejando, nem um pouco interessada com o que acontecia.
Já o Dengoso era aquele menininho que parecia sempre carente, sempre dizendo precisar de algo que lhe preenche-se o coração. Ouvia o que Branca dizia e sempre prometia ir á igreja no próximo domingo... Mas sempre deixava para o domingo seguinte, procrastinando (adiando) a sua visita.
O Feliz era um caso a parte, não levava nada a sério e fazia piadas de tudo eu Branca dizia.
Sobre o fato de ela não tomar café, Feliz logo soltava algo do tipo... Ela tem medo de ficar preta... E gargalhava, fazendo com que outros também rissem. E assim era com todas as coisas.
Mestre era aquele típico estudante arrogante, que acreditava saber mais que tudo e todos. Sempre tinha visto em algum programa ou ouvido em algum lugar algo que servisse para discordar do que Branca dizia. Sobre o uso de palavrões, por exemplo, ele dizia que fazem parte da linguagem popular e que não podem ser reprimidos. Citava até músicas que insinuavam atitudes impróprias e dizia que eram sucessos, pois, era disso que o povo gostava.
Já o Zangado era um caso à parte, tudo o fazia ficar irritado, ouvir sobre Deus então era para ele o fim do mundo. Logo saia resmungando que já tinha sua religião e não estava a fim de ouvir baboseiras de outras pessoas.
Por fim, havia o Atchim. Esse era uma figuraça, tinha uma verdadeira alergia a tudo que dissesse respeito ao evangelho, ficava tão irrequieto e incomodado que desandava a espirrar feito louco. Fazendo um som de MiinTchiiiraaaa.
Branca de neve preocupava-se com seus novos amiguinhos, mas não sabia o que fazer.
Assim sendo foi cedendo aqui e acolá ao modo de ser de seus novos amigos, adquirindo hábitos que não faziam parte de sua vida como filha de Deus. Mas isso continuava a incomodando.
Seus pais, percebendo a mudança de comportamento de Branca, perguntaram-lhe o que a estava fazendo mudar. Ela falou de seus novos amigos e de como se comportavam, igual á maioria dos outros alunos. Estes lhe explicaram que as pessoas são assim mesmo, diferentes na sua forma de pensar e agir e que tudo que Branca poderia fazer era orar com fervor para que Deus lhe mostrasse o caminho para ajudar esses seus amigos a abrirem seus olhos e seu coração para aceitar ou ao menos compreender a alegria que Branca sentia por seguir o evangelho.
Branca decidiu então ir para o seu quarto e abrir o seu coração diante do Pai Celestial, pedindo perdão pelas suas fraquezas e pedindo, também, que o Senhor preparasse um caminho para que seus novos amigos compreendessem alegria que sentia por ter o evangelho em sua vida.
Foram vários os dias em que Branca orou ao Senhor até que suas orações começaram a ser respondidas. Dunga, vendo o seu exemplo, começou a abrir a boca e concordar com Branca nas conversas com os outros amigos. Em pouco tempo o exemplo dos dois começou a contagiar os demais que começaram a perceber que havia algo de especial nas coisas que diziam. Atchim já não espirrava com tanta frequência, Mestre agora andava pesquisando na internet sobre as coisas que os dois diziam, Zangado andava menos resmungão e vez por outra até arriscava um sorriso tímido. Dengoso decidiu finalmente ir a uma reunião da igreja, sem compromisso, claro, apenas para conhecer. Feliz diminuiu muito as piadinhas. E Soneca mantinha-se atenta à conversa por algum tempo.
Como acaba esta história? Não sei! Isso vai depender de como as pessoas da igreja receberem os amigos de Branca de neve... Vai depender de cada Branca de neve ou Branco de neve que me lê. Afinal, todos nós temos amigos parecidos com o de nossa heroína, não é mesmo?
Na escola, no trabalho, no futebol, na universidade, entre nossos vizinhos, nossa família ou mesmo sentados ao nosso lado nos bancos da Igreja. Podem estar também entre os menos ativos, não é mesmo?
Enfim, cada um deles pode estar apenas esperando que nossas orações sejam atendidas para que seus olhos e corações se abram.
Ou será que preferimos comer a maçã envenenada das coisas do mundo e adormecer espiritualmente?
Que cada um desenvolva o desejo de fazer a sua parte em prol daqueles que precisam aprender olhar em direção à luz divina.
Mas e o Príncipe Encantado? Ah...esse na nossa história tem outro nome...Jesus, o Príncipe da paz. Afinal é somente através dele que podemos chegar ao Reino de Deus.
Salvador, 03 de maio de 2013.