As Ovelhas perdidas e a coligação de israel
As ovelhas perdidas e a coligação de Israel
Jorge Linhaça
“Cremos na coligação literal de Israel e na restauração das Dez tribos...”. Décima regra de fé.
“Na dispensação da plenitude dos tempos Deus tornará a congregar todas as coisas em Cristo”. Efésios, 1:10
Nossas bênçãos patriarcais revelam sob qual tribo de Israel fomos adotados (Ainda que nem todos possuam sangue Judeu), portanto ao nos batizarmos tornamo-nos parte da casa de israel.
Não somos mais gentios ou estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos.
Hoje, mais do que em outros tempos, temos o desafio de reunir a casa de Israel. Isso inclui resgatar as ovelhas que se perderam do aprisco, seja por conta própria ou pela ação de salteadores ou de maus cuidadores que, desconhecendo as ovelhas, limitam-se a tangê-las desordenadamente ao invés de guiá-las com seu exemplo. (A velha diferença entre liderar e mandar).
Quaisquer que sejam os motivos, o fato é que, em alguns casos, o rebanho disperso supera a quantidade de ovelhas protegidas no aprisco.
A grande dificuldade que parece acometer a mente de muitos de nós é: “E por onde eu devo começar?”.
A verdade é que nos sentimos inseguros e consideramos não ter o treinamento adequado ou os talentos necessários para realizar essa obra.
Isso não é uma mentira e nem uma verdade absoluta.
Não é mentira porque podemos não ter tido um treinamento específico, não nos mostraram a “fórmula mágica” capaz de contemplar todas as situações.
Talvez isso seja verdade, no entanto, aprendemos essa fórmula em vários discursos e/ou aulas ao longo de nossa vida como seguidores de Cristo.
O problema pode estar em “não ligarmos o nome à pessoa”.
Vamos tentar entender:
Jejum, oração e estudo das escrituras são as chaves para realizar a obra de Deus. Todos já aprendemos sobre isso.
Todo treinamento que necessitamos tem-nos sido dado linha por linha, preceito por preceito, ainda que não especificamente voltado para um problema específico.
É claro que toda a teoria do mundo é incapaz de realizar qualquer mudança se não for compreendida e seguida de uma ação prática.
Durante minha atividade como professor na igreja, fosse nas organizações, escola dominical ou no Seminário e Instituto, procurei, sempre que possível, dar desafios práticos aos meus alunos ao invés de apenas relatar minhas experiências pessoais.
Atrevo-me a dizer que os resultados foram muito promissores.
Línguas se desataram, olhos e ouvidos se abriram e testemunhos frutificaram entre meus alunos.
Tive a sorte de ter mestres que me ensinaram as mesmas coisas, apenas repeti o processo dentro de minha realidade.
Consegui reativar todas as pessoas que visitei? Claro que não!
Mas tive sucesso em várias ocasiões, fosse ele permanente ou temporário.
“E se trouxeres a mim, ainda que seja uma só alma, quão grande será vossa alegria com ela no reino de meu pai”.
Quão maior não é essa alegria se trouxermos muitas almas?
A verdade é que não houve uma única ocasião em que não tenha tido os meus esforços recompensados quando me encontrava em sintonia com o Espírito Santo.
Podemos correr como loucos de um lado para o outro e não ver nossos esforços darem frutos, se confiarmos apenas em nossas qualidades ou capacidade de persuasão, no entanto, ao orarmos diligentemente e colocarmos nossos esforços no altar divino, dispostos a dar a Deus o crédito pelos milagres recebidos, é impossível que não façamos a diferença.
Quando decidi servir como missionário de curto prazo, após minha missão de tempo integral, fui tão grandemente abençoado em encontrar os eleitos de Deus que parecia-me estar em uma outra dimensão ou realidade. Nunca havia recebido tantas referências em minha missão. Foi como se os céus se abrissem e os corações dos membros se voltassem para a obra missionária, de modo que, tínhamos de fazer divisões todas as noites para ministrar as palestras.
Claro que não sou melhor do que ninguém, talvez seja pior que a maioria. Meu único mérito, se é que se pode considerar assim, foi o de sempre buscar por em prática toda aquela teoria aprendida ao longo dos anos. Ser abençoado com om maior chamado que podemos ter (professor) também ajudou-me a entender que não adiantaria nada eu ensinar princípios que não tivesse posto á prova em minha vida. Afinal, como se pode ensinar o que nunca se fez?
Dizer que o profeta tal fez isto ou aquilo e deu certo é uma coisa, vivenciar e partilhar com nossos alunos nossas próprias experiências é outra bem diferente. As autoridades gerais estão em um nível espiritual que pode parecer inacessível para os membros comuns, no entanto, se as pessoas descobrem que pessoas comuns como nós podem realizar o trabalho, o caminho torna-se mais factível de ser trilhado por elas.
Nem tudo pode dar certo na primeira tentativa, mas por certo podemos ir aprendendo com nossos erros e nos aperfeiçoando na obra de Deus. Afinal, não é para isso que fomos chamados?
Toda jornada, por mais longa ou árdua que possa parecer, sempre começa com o primeiro passo. Então que tal começarmos a andar?
Se estiverdes preparados, não temereis.
Salvador, 29 de abril de 2013.