Servimos a Deus por amor ou Interesse? Uma reflexão para o pensamento de Maquiavel.

"[...] vindo a necessidade com os tempos adversos, não se tem tempo para fazer o mal, e o bem que se faz não traz benefícios, pois julga-se feito à força, e não traz reconhecimento." (Maquiavel)

Olhando o que Maquiavel falou (logo acima) com uma visão cristã, podemos obsevar ou até dizer (talvez), que o filósofo teve alguma inspiração divina ao proferir tais palavras. Atualmente, quando nós, servos de Deus, passamos por provações e necessidades, consequentemente não praticamos o mal de uma forma larga, mas muito vaga, pois, ficamos clamando a Deus por sua infinita bondade e misericórdia, para que ele se apresse em atender às nossas súplicas. A partir desse sofrimento causado por tais provas, começamos a praticar o bem, e por conseguinte buscamos servi-lo de uma tal forma que seja significante e que Ele (Deus), possa olhar para nós e nos dar alguma atenção, ou talvez alguma benção, já que estamos servindo a ele com total dedicação, mas, ao pensarmos desta forma, nos equivocamos ao dizer que estamos verdadeiramente servindo a Deus de um puro e sincero coração, pois tal situação não nos deixa outra alternativa a não ser buscar a Deus para que ele nos ajude a suportar ou suprimir tal cálice. Mas será que dessa forma estamos servindo a Deus com toda a nossa força de vontade? Digo que não, pois acredito eu, assim como o grande cientista político, que essa forma de servidão não nos trará beneficio algum, já que através de situações árduas, é que começamos a louvar, servir e buscar a Deus com toda a nossa força, ou seja: buscamos a Deus apenas quando precisamos dele, e exigimos sua rápida misericórdia, chegamos¹ até a proferir que se ele não estiver pronto para nos atender, deixaremos de servi-lo. Gostaria que alguém respondesse a minha pergunta: isso é servidão? Não. Isso para mim existe com outro nome: Senhorio. Faço ainda outra pergunta: Quem é senhor, Nós, ou Deus? Se alguém achar que somos nós então está correto em exigir quaisquer que sejam as coisas das mãos de Deus. Mas, se outro alguém achar que o ser dominante é Deus, discordará também da forma que usamos e abusamos de Deus, tratando-o como se fossemos senhores e ele o servo. Muito pelo contrário, devemos nos submeter a qualquer coisa imposta por Deus, e mesmo sendo senhor, Deus não nos impõe absolutamente nada, pois não se trata de um deus tirano e sim o nosso Deus, o Deus de misericórdia e de infinita bondade. Concluindo o que falei um pouco mais atrás, a respeito de nossa servidão e disposição para com Deus somente nos momentos de adversidades, a sabido afirmar que não vale quase/ou nada o que fazemos para Deus quando estamos passando provas. Pois, dá-se a ideia de que só fizemos e servimos porque estávamos precisando, ou seja, não temos tantos créditos a respeito do que fazemos para o Senhor nesses momentos.

Conclusão: não devemos buscar a Deus apenas nos momentos de aflição e necessidade, devemos busca-lo a todo o momento para provarmos para Ele que somos verdadeiros servos e que amamos verdadeiramente a Ele, e que não estamos ao lado dele apenas por causa dos seus grandes poderes e que esses podem ser usados ao nosso favor quando estivermos precisando, mas devemos mostrar que estamos mostrando nosso amor pelo que Ele é, e não por interesse como muitos por aí servem. Ou melhor: dizem que servem.

¹ Quando uso a palavra chegamos não estou me referindo à todos

Rafael Lima de Araujo
Enviado por Rafael Lima de Araujo em 26/02/2013
Reeditado em 30/05/2013
Código do texto: T4160237
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