Vasos na Olaria

Vasos na Olaria

Pastor Sérgio Carlos da Silveira

O Oleiro esta na olaria preparando vasos. Escolhe o barro, separa uma parte e inicia seu trabalho. Fica feliz que já passou da fase de eliminar água, mas ainda tem algumas pedrinhas no barro e ele terá que ser mexido a tato para ser limpo das impurezas.

Fazer um vaso é um trabalho artesanal, que leva horas, mas o Oleiro tem paciência. Mexe com cuidado para não deixar nada que possa enfeiar sua peça, são tantas impurezas, tantos pedriscos, tantos grãos de areia e muitas vezes suas mãos se ferem nesta atividade detalhista, mas necessária.

O Oleiro sabe para que quer esta peça. Já a vê pronta para o uso, imagina ela enfeitando seu alpendre. Esta lhe será muito querida, já imagina os olhares cobiçosos, mas nada interrompe seu trabalho contínuo. Sua peça só estará pronta quando Ele achar que é a hora.

Lembra de quando a encontrou ainda lama, uma aquosidade estranha e sem vida, um nada, mas ao notar-lhe a presença entre todas suas iguais, resolveu fazer dela um vaso novo, exclusivo.

O processo para que chegue ao final é demorado e nada revitalizante, mas seu humor está ativo e Ele imagina a cada passo, que sua peça será sua melhor obra. Não desiste de sua atividade.

Lá dentro, um outro vaso que está no forno, chega ao ponto e o Oleiro deixa este de lado, para ver outra de suas Obras. Chega ao forno, retira a outra peça quente, com cuidado, temendo a queda e observa os detalhes. Este esta quase pronto. Guarda-o em uma prateleira para que esfrie e possa ser usado.

Volta cantarolando uma canção qualquer e volta a sua atividade de retirar sujeirinhas esquecidas na peça que imagina um belo vaso.

Os dias se passam nesta atividade. Mas agora o Oleiro resolve dar forma a seu vaso imaginado e inicia na roda. Mexe e sobe e a massa cai perde a forma. Ele ainda cantarola feliz, sua canção predileta e continua sua obra, mais uma vez a massa torna-se sem forma e Ele não desiste. Insiste em transformá-la em seu vaso predileto. Aos poucos a massa informe toma proporções específicas e vai se tornando no vaso que ele imaginou!

Como parece belo aos seus olhos! Ali, ainda na roda, imagina seu vaso, pronto, desenhado e pintado, forneado e pronto para seu uso.

E se o vaso tivesse sentimentos? Será que sentiria todas estas transformações? Este processo lhe doeria?

Somos vasos na mão do Oleiro. Desde o barro sem forma alguma, ainda uma aparência aquosa e cheia de impurezas, mas este Oleiro não importa onde coloca suas mãos, pois sabe que quando estivermos prontos, seremos usados para Sua Honra e Glória e estraremos felizes.

Quando chegamos a Olaria somos barros desformes, mas Ele sabe qual o nosso potencial. E investe tempo em nós. Que saibamos reconhecer este processo e aprender esperar o ponto certo, quando as dores já serão suportáveis e entenderemos que o final do processo é chegado. Então seremos vasos para sua Glória. Mas até lá, passemos por nossas lutas diárias certos que haverá dias em que o Altíssimo nos encherá de sua Glória e prontos estaremos distantes das dores profundas desta terra.

Sérgio Carlos da Silveira
Enviado por Sérgio Carlos da Silveira em 10/01/2013
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