ALLAN KARDEC, o Professor e Cientista que se tornou um Missionário
Segunda-feira, 30 de julho de 2012.
nair lúcia de britto
O nome de Allan Kardec era Hippolytte Léon Denizard Rivail. Nasceu em Lyon (França) no dia 3 de outubro de 1804. Diante do talento e do amor pelos estudos, o pai de Rivail, que era um juiz, teve o cuidado de incentivá-lo a ler os autores clássicos. E tudo que o garoto aprendia tinha o prazer em repassar aos colegas.
Depois de completar os primeiros estudos em Lyon, Denizard partiu para a Suíça para ingressar na escola do célebre professor Pestalozzi. Aluno disciplinado, amável e espirituoso Rivail foi convidado por Pestalozzi para substituí-lo na direção da escola, quando ele precisasse viajar.
Rivail bacharelou-se em Letras e Ciências, falando fluentemente vários ediomas. Seu objetivo era empenhar-se no aperfeiçoamento pedagógico da educação francesa. Escreveu vários livros a respeito; motivo pelo qual foi premiado pela Academia Real de Arras, em 1831. Nessa mesma época casou-se com a professora Amélie Gabrielle Boudet.
Quando tudo parecia bem, a situação financeira que o dedicado professor usufruía sofreu um grave declínio por motivos alheios à sua vontade. Na luta pela sobrevivência lançou-se freneticamente ao trabalho, escrevendo livros didáticos e prestando serviços de contador para três firmas comerciais. Organizou também cursos de Física e Química, Astronomia e Anatomia Comparada. Recuperado finaceiramente, Rivail voltou a ensinar: trabalho que ele mais gostava.
Foram os fenômenos ocorridos por volta de 1857. em Hydesville (Estado de New York), na casa da família Fox que, subitamente despertou o interesse do professor. Esses fenômenos eram fortes pancadas que começaram a se fazer ouvir no quarto das irmãs Katherine e Margaretta. Essas pancadas levaram Katherine, com apenas nove anos de idade, a desafiar o invisível autor dessas pancadas, produzindo outras pancadas; as quais foram imediatamente respondidas.
Este episódio que marcou a grande descoberta da possibilidade de comunicação entre os vivos e os espíritos. Por essa mesma época ocorria em Paris o famoso fenômeno das “mesas falantes”, que consistia em se fazer perguntas ao redor de uma mesa. As respostas vinham em forma de pancadas, sem que ninguém conseguisse explicar tal mistério. Amigos de Rivail insistiram para que o professor assistisse tais fenômenos que tanto intrigavam os assistentes. Depois de atender o convite, o próprio professor Rivail relatou:
“De repente, eu me encontrava no meio de um fato esdrúxulo, contrário às leis da natureza. A idéia de uma mesa falante não cabia na minha mente; mas tudo que sucedia devia ter uma explicação”
Para encontrar essa explicação é que o professor Rivail começou a estudar com afinco. Utilizava-se de cadernos onde ele anotava as respostas para as perguntas que formulava. Em contato com médiuns espalhados por vários países, constatou que as respostas eram as mesmas para muitos deles; sem que houvesse nenhum contato preestabelecido.
Constatou também que esses seres extra-corpóreos nem sempre eram mais sábios que os vivos. Tratava-se de espíritos de homens que haviam morrido, mas que continuavam tão humanos e cheios de falhas como quando vivos. E que os médiuns de moral elevada recebiam respostas inteligentes e no mesmo nível; enquanto os médiuns moralmente medíocres e até perversos recebiam mensagens de conteúdo banal e inútil.
A partir desse trabalho investigativo é que surgiu “O Livro dos Espíritos”, lançado em Paris, em 18 de abril de 1857; sob o psiodônimo de Allan Kardec; como passou a se tornar conhecido. Foi assim que surgiu o Espiritismo sob orientação de Espiritos Superiores, apoiados na maturidade moral e cultural de Allan Kardec, que foi o codicoficador. É ainda Allan Kardec quem esclarece:
“A fé raciocinada se apoia nos fatos e na lógica, não deixa qualquer obscuridade: crê-se porque se tem certeza e só se está certo quando se compreendeu.
A Doutrina Espírita, que começou como Ciência e Filosofia, mostra a igualdade entre os homens perante a Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a generosidade mútua. Sintetiza a concepção evolucionista: Nascer, Morrer, Renascer e Progredir sem cessar. Esta é a lei.
Fonte de Pesquisa: Texto de Carlos Antonio Fragoso Guimarães, formado em Psicologia e com Mestrado em Sociologia, pela Universidade Federal da Paraíba. Atualmente é Professor em Epistemologia do Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS – do Ministério Público, do mesmo Estado.