Deus nos ama porque nos conhece plenamente
Quando refletimos o povo de Deus no deserto percebemos suas murmurações, as intervenções de Deus e as angustia de Moisés. Podemos também perceber que foi na travessia do deserto que a comunidade judaica foi organizando estruturalmente, redigindo um estatuto e normas para seguir e fundamentalizar esta espiritualidade ( religião). No deserto Deus através das Tábuas da Lei manifesta seus fundamentos para que possamos viver como irmãos e assim, poder fazer com que o projeto de Deus aconteça.
Os mandamentos não tem finalidade tão somente de exortação, mas por meio deles podemos perceber a amplitude do Amor de Deus por cada um de nós. Perceber também que o sentido destes mandamentos está para demostrar que todos somos irmãos e devemos nos amar como tal.
Quando reflito o Antigo Testamento, e especialmente os livros onde relata a trajetória do povo no deserto, posso ver que esta passagem é atual e como identificamos seja com o povo, seja com Moisés.
Primeiramente, vejo que todos nós estamos numa travessia. A partir do momento que Deus nos concede o Dom da Vida, deste então começamos nossa caminhada, e está direcionada a casa paterna. Numa passagem a Escritura diz que nos não somos deste mundo, isto é, embora nascemos, vivemos e nos afeiçoamos aqui este não é nosso lugar. Isto não significa dizer que não devemos importamos com esta vida, pelo contrario, que a vivemos e com abundância, no entanto, que não apegamos a ela como nosso fim, que também não deixamos que este apego as coisas terrenas nos afaste do bem maior o qual estamos destinados.
Como somos um povo que está na caminhada para nossa Pátria definitiva e não temos a compreensão desta realidade comportamos como aquele povo, mesmo saboreando e sendo provado das maravilhas realizadas por Deus não conseguimos afastar de nossos medos, de nosso egoísmo, de nossa angustia e esta não compreensão nos leva a querer afastar do projeto de Deus, outras vezes mesmo não afastando continuamos a murmurar e reclamar de tudo, aqui é nítido a nossa semelhança com os hebreus no deserto. Ainda que Deus alimenta nossa fome, nossa sede como fez com seu povo no deserto, mesmo fazendo isto através dos acontecimentos não percebemos o seu Amor. Deus nos adverte, nos consola e não conseguimos compreender esta Ação de Dele em nossa vida e também não sabemos dar Graças por tudo que Ele faz.
Por outro lado podemos perceber que aqueles que são escolhidos para determinados projetos de Deus, quando se encontram em dificuldades acabam por desanimar e entram também num processo de murmuração, tornando-se neste momento cego sem perceber que são como todos, e que toda coragem, toda determinações não vem de si, pelo contrario, vem do próprio Deus.
Por fim, esta atravesia do povo hebreu é nossa própria vida, e um momento profundo de reflexão sobre nossa pequenez humana. Somos um povo de cabeça dura, teimoso, ingrato e semelhantes a todos, entre nós não existe melhor e nem pior . Por outro lado podemos aqui ver o Amor de Deus manifestado. Um amor incondicional, sem limites, um amor exponsal que nós vê com um olhar misericordioso, que conhece os detalhes de nossa pequenez e por isso releva nossa ingratidão. Um Deus que está disposto a nos perdoar sempre, porque conhece nossa vontade, conhece nosso desejo, sabe que por trás de toda estampa negativa, atitude de egoísmo existe um coração que pulsa e busca a santidade gemendo a dor parto.