3o domingo do Advento – Alegrai-vos!
No tempo da pregação pública de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Verbo de Deus vivo, que se encarnou através da santa Virgem Maria, sucedeu esta mensagem:
Perguntava-lhe a multidão: Que devemos fazer? Ele respondia: Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo. Também publicanos vieram para ser batizados, e perguntaram-lhe: Mestre, que devemos fazer? Ele lhes respondeu: Não exijais mais do que vos foi ordenado. Do mesmo modo, os soldados lhe perguntavam: E nós, que devemos fazer? Respondeu-lhes: Não pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo. Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo, ele tomou a palavra, dizendo a todos: Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele tem a pá na mão e limpará a sua eira, e recolherá o trigo ao seu celeiro, mas queimará as palhas num fogo inextinguível. É assim que ele anunciava ao povo a boa nova, e dirigia-lhe ainda muitas outras exortações. (Lc 3,10-18)
Queridas irmãs e queridos irmãos, oro para que todas e todos vocês estejam plenos da paz divina!
João, chamado de Batista, teve sua presença e palavras profetizadas por Isaías, anunciando em sua fala que haveria uma voz no deserto que exortaria todos, dizendo: “Preparai o caminho do Senhor, tornai retas sua veredas, (...) as vias sinuosas serão transformadas em retas e toda carne verá a salvação de Deus.” (Is 40,3-5) Anunciava, assim, a importante ação de João Batista, do profeta contemporâneo do Cristo, o último deles até a vinda de Jesus como Homem-Deus, presente em nosso meio, o qual anunciaria a Sua chegada e a possibilidade de salvação universal.
Santo Agostinho já dissera: “O maior dos homens foi enviado para dar testemunho d'Aquele que era mais que um homem”. Sustentou tal afirmativa, o nosso querido santo e expoente da Patrística, na passagem narrada Lucas, e também por Mateus, quando Cristo Jesus afirmou: “Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João.” (Lc 7,28)
O próprio João Batista afirmara, entretanto, que ele não era o Messias e, em todas as oportunidades, humilhava-se diante de Jesus (Jo 1,20). Dizia, sempre, que viera para anunciar a vinda do verdadeiro salvador, daquele que estaria conosco para nossa orientação, salvação e condução à vida eterna. A ele, João, segundo suas próprias palavras, fora-lhe dada a missão de anunciar a chegada da boa nova, da redenção da humanidade, do verdadeiro Cristo. Missão ainda vigente e apontada para cada um de nós!
Estamos no período do Advento e como já refletimos juntos, anteriormente, apesar de não ser o único, é um dos mais emblemáticos momentos de preparação para recebermos o nascimento do Cristo, não na manjedoura, não comemorando um acontecimento ocorrido outrora, mas sim, o reconhecimento de sua chegada e permanência em cada um de nós. É o reconhecimento de que o Salvador está vivo e a salvação está disponível a todos. Basta crermos e aceitarmos. Não precisamos, sequer, ir ao Seu encontro, pois Ele já está em nosso interior, sua essência crística já faz parte de nosso ser. Basta que o ser reconheça a presença do Ser e deixe-o conduzir sua caminhada.
Neste terceiro domingo, penúltimo domingo do Advento, continuamos refletindo sobre a narrativa de Lucas, trazendo-nos, novamente, as palavras de João Batista, o maior dos profetas, anunciando, não só para aqueles que com ele conviveram e puderam ouvir-lhe e ver seus exemplos, mas para todos nós. Sua profecia ainda está viva e é absolutamente válida em nossos dias, anunciando-nos a chegada do Cristo em nossas vidas e a possibilidade universal da salvação, do atingimento da santidade por todos que assim buscarem e, continuamente, prepararem-se para tal. Não há escolhidos, não há excluídos. Como findam as palavras do profeta Isaias acima citado: “toda carne verá a salvação de Deus”.
Porém, ao ser questionado pelos presentes, João batista advertiu que, para seguirmos na trilha em direção à santidade, à iluminação, à perfeição, à verdadeira Luz, vivendo neste mundo concreto e real, precisamos viver a retidão, a paz e o amor. Precisamos construir, permanentemente, a nossa transformação, utilizando a Graça e a essência divina existentes em nós como força propulsora para tal conquista.
Reportemo-nos ao evidente chamado de João Batista à fraternidade e ao amor ao próximo, compartilhando a roupa e o alimento, apenas como exemplos de uma vida fraterna e compartilhada. Não é uma ação, uma atitude pontual e isolada, em momentos de remorso, de expiação ou de arroubos de bondade, significa, sim, uma forma de vida. É um ato contínuo de amor e fraternidade.
Vejamos, também, que não é uma exortação para alguns escolhidos, para os que aparentam bondade, para aqueles que já se encontram inclinados para o caminho do bem. Chamou-nos a atenção, Lucas, para a chegada, nas proximidades de João Batista, de coletores de impostos, também chamados de publicanos. Que homens eram esses?
Os publicanos faziam a arrecadação de taxas, tributos e impostos na Antiga Roma Imperial. Eles eram rejeitados, principalmente pelos judeus, pois, além de não admitirem a cobrança de impostos, atitude que, segundo os fariseus, ia contra a doutrina hebraica – a Lei de Moisés – , muitos deles atuavam de forma inescrupulosa, atuando por intermédio de ameaças, ampliando sua fortuna as custas da cobranças excessivas e ficando com o adicional recolhido, razão pelo receio e pelo ódio angariado junto ao povo, principalmente os judeus.
Porém, mesmo eles, aproximavam-se de João, numa demonstração de que não havia, e ainda não há, previa escolha deste ou daquele grupo de pessoas, independente da raça, do gênero, da profissão e, até mesmo, do credo, desde que se aproxime de Deus e opte por seguir o caminho por Ele indicado – o caminho do amor e da paz.
Vejam que João, ao invés de apartar os cobradores de impostos, de rechaçá-los, ou até mesmo de apontar para a adoção de uma nova atividade, indicou-lhes para seguir a sua prática de vida de uma forma correta, justa e equânime, ou seja, mesmo ao praticar a cobrança, razão de sua atividade diária, que o fizesse de forma honesta, de forma correta. Qualquer que seja o caminho que optemos, que o seja na trilha do amor, da paz, da fraternidade e da honestidade.
Finalizando sua orientação, pelo menos nesse trecho, João Batista, ao ser confundido com o próprio Messias, devido à força de suas palavras e à retidão de seu exemplo, adiantou-se e destacou sua pequenez diante do verdadeiro Salvador, anunciando sua chegada, seu poder e sua permanente presença em nosso meio, destacando a marca indelével de seu poder de salvação, pelo fogo, não havendo qualquer tipo de exclusão dentre aqueles que de tal evolução optarem por participar.
Lembremo-nos das palavras de São Paulo aos filipenses, leitura associada ao Evangelho neste domingo: “Irmãos, alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos. Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens!” Disseminemos o amor, a compaixão e a paz por todos os lugares, como se diz no oriente, “por todo mundo habitado”. Não apenas por palavras, por atitudes esporádicas e pontuais, mas por ações permanente, pela forma de vida, pelo exemplo cotidiano, demonstrando, além do que cremos, o que, de fato, vivemos. Que o amor de Deus, existente em nossos corações, seja disseminado pelas nossas ações, onde quer que estejamos, o que quer que façamos.
Um fraterno e carinhoso abraço e fiquem com Deus!
Perguntava-lhe a multidão: Que devemos fazer? Ele respondia: Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo. Também publicanos vieram para ser batizados, e perguntaram-lhe: Mestre, que devemos fazer? Ele lhes respondeu: Não exijais mais do que vos foi ordenado. Do mesmo modo, os soldados lhe perguntavam: E nós, que devemos fazer? Respondeu-lhes: Não pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo. Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo, ele tomou a palavra, dizendo a todos: Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele tem a pá na mão e limpará a sua eira, e recolherá o trigo ao seu celeiro, mas queimará as palhas num fogo inextinguível. É assim que ele anunciava ao povo a boa nova, e dirigia-lhe ainda muitas outras exortações. (Lc 3,10-18)
Queridas irmãs e queridos irmãos, oro para que todas e todos vocês estejam plenos da paz divina!
João, chamado de Batista, teve sua presença e palavras profetizadas por Isaías, anunciando em sua fala que haveria uma voz no deserto que exortaria todos, dizendo: “Preparai o caminho do Senhor, tornai retas sua veredas, (...) as vias sinuosas serão transformadas em retas e toda carne verá a salvação de Deus.” (Is 40,3-5) Anunciava, assim, a importante ação de João Batista, do profeta contemporâneo do Cristo, o último deles até a vinda de Jesus como Homem-Deus, presente em nosso meio, o qual anunciaria a Sua chegada e a possibilidade de salvação universal.
Santo Agostinho já dissera: “O maior dos homens foi enviado para dar testemunho d'Aquele que era mais que um homem”. Sustentou tal afirmativa, o nosso querido santo e expoente da Patrística, na passagem narrada Lucas, e também por Mateus, quando Cristo Jesus afirmou: “Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João.” (Lc 7,28)
O próprio João Batista afirmara, entretanto, que ele não era o Messias e, em todas as oportunidades, humilhava-se diante de Jesus (Jo 1,20). Dizia, sempre, que viera para anunciar a vinda do verdadeiro salvador, daquele que estaria conosco para nossa orientação, salvação e condução à vida eterna. A ele, João, segundo suas próprias palavras, fora-lhe dada a missão de anunciar a chegada da boa nova, da redenção da humanidade, do verdadeiro Cristo. Missão ainda vigente e apontada para cada um de nós!
Estamos no período do Advento e como já refletimos juntos, anteriormente, apesar de não ser o único, é um dos mais emblemáticos momentos de preparação para recebermos o nascimento do Cristo, não na manjedoura, não comemorando um acontecimento ocorrido outrora, mas sim, o reconhecimento de sua chegada e permanência em cada um de nós. É o reconhecimento de que o Salvador está vivo e a salvação está disponível a todos. Basta crermos e aceitarmos. Não precisamos, sequer, ir ao Seu encontro, pois Ele já está em nosso interior, sua essência crística já faz parte de nosso ser. Basta que o ser reconheça a presença do Ser e deixe-o conduzir sua caminhada.
Neste terceiro domingo, penúltimo domingo do Advento, continuamos refletindo sobre a narrativa de Lucas, trazendo-nos, novamente, as palavras de João Batista, o maior dos profetas, anunciando, não só para aqueles que com ele conviveram e puderam ouvir-lhe e ver seus exemplos, mas para todos nós. Sua profecia ainda está viva e é absolutamente válida em nossos dias, anunciando-nos a chegada do Cristo em nossas vidas e a possibilidade universal da salvação, do atingimento da santidade por todos que assim buscarem e, continuamente, prepararem-se para tal. Não há escolhidos, não há excluídos. Como findam as palavras do profeta Isaias acima citado: “toda carne verá a salvação de Deus”.
Porém, ao ser questionado pelos presentes, João batista advertiu que, para seguirmos na trilha em direção à santidade, à iluminação, à perfeição, à verdadeira Luz, vivendo neste mundo concreto e real, precisamos viver a retidão, a paz e o amor. Precisamos construir, permanentemente, a nossa transformação, utilizando a Graça e a essência divina existentes em nós como força propulsora para tal conquista.
Reportemo-nos ao evidente chamado de João Batista à fraternidade e ao amor ao próximo, compartilhando a roupa e o alimento, apenas como exemplos de uma vida fraterna e compartilhada. Não é uma ação, uma atitude pontual e isolada, em momentos de remorso, de expiação ou de arroubos de bondade, significa, sim, uma forma de vida. É um ato contínuo de amor e fraternidade.
Vejamos, também, que não é uma exortação para alguns escolhidos, para os que aparentam bondade, para aqueles que já se encontram inclinados para o caminho do bem. Chamou-nos a atenção, Lucas, para a chegada, nas proximidades de João Batista, de coletores de impostos, também chamados de publicanos. Que homens eram esses?
Os publicanos faziam a arrecadação de taxas, tributos e impostos na Antiga Roma Imperial. Eles eram rejeitados, principalmente pelos judeus, pois, além de não admitirem a cobrança de impostos, atitude que, segundo os fariseus, ia contra a doutrina hebraica – a Lei de Moisés – , muitos deles atuavam de forma inescrupulosa, atuando por intermédio de ameaças, ampliando sua fortuna as custas da cobranças excessivas e ficando com o adicional recolhido, razão pelo receio e pelo ódio angariado junto ao povo, principalmente os judeus.
Porém, mesmo eles, aproximavam-se de João, numa demonstração de que não havia, e ainda não há, previa escolha deste ou daquele grupo de pessoas, independente da raça, do gênero, da profissão e, até mesmo, do credo, desde que se aproxime de Deus e opte por seguir o caminho por Ele indicado – o caminho do amor e da paz.
Vejam que João, ao invés de apartar os cobradores de impostos, de rechaçá-los, ou até mesmo de apontar para a adoção de uma nova atividade, indicou-lhes para seguir a sua prática de vida de uma forma correta, justa e equânime, ou seja, mesmo ao praticar a cobrança, razão de sua atividade diária, que o fizesse de forma honesta, de forma correta. Qualquer que seja o caminho que optemos, que o seja na trilha do amor, da paz, da fraternidade e da honestidade.
Finalizando sua orientação, pelo menos nesse trecho, João Batista, ao ser confundido com o próprio Messias, devido à força de suas palavras e à retidão de seu exemplo, adiantou-se e destacou sua pequenez diante do verdadeiro Salvador, anunciando sua chegada, seu poder e sua permanente presença em nosso meio, destacando a marca indelével de seu poder de salvação, pelo fogo, não havendo qualquer tipo de exclusão dentre aqueles que de tal evolução optarem por participar.
Lembremo-nos das palavras de São Paulo aos filipenses, leitura associada ao Evangelho neste domingo: “Irmãos, alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos. Que a vossa bondade seja conhecida de todos os homens!” Disseminemos o amor, a compaixão e a paz por todos os lugares, como se diz no oriente, “por todo mundo habitado”. Não apenas por palavras, por atitudes esporádicas e pontuais, mas por ações permanente, pela forma de vida, pelo exemplo cotidiano, demonstrando, além do que cremos, o que, de fato, vivemos. Que o amor de Deus, existente em nossos corações, seja disseminado pelas nossas ações, onde quer que estejamos, o que quer que façamos.
Um fraterno e carinhoso abraço e fiquem com Deus!