Deus não entende de psicologia

“Convertei-vos pela minha repreensão; eis que derramarei sobre vós o meu Espírito e vos farei saber as minhas palavras.” Provérbios 1:23

O texto supra pode ser dividido em quatro partes, para ser melhor entendido: Uma exortação, um método, uma promessa imediata, uma consequência futura.

A exortação: Convertei-vos!

Uma palavra bastante incisiva, invasiva, até; pois, presume falar com alguém que está errado, tendo autoridade e diretrizes, para demonstrar isso.

Para essa sociedade enferma, desabituada a aceitar os nãos da vida, qualquer correção pode soar agressiva, danosa, afinal, feriria a tão cantada em prosa e verso, autoestima. Ora, o problema humano em geral, não é falta de autoestima, mas de humildade.

Nas áreas do consumismo e do prazer, por exemplo, quando passa um carro de som anunciando uma porcaria qualquer, e dizendo: “Você não pode perder!” ninguém reclama que está sendo invadido. Mas, muitos, se confrontados com a Palavra de Deus que diz estarem errados, refutam que a bíblia está errada, é só um livro humano; o qual descartam, mesmo sem conhecer.

Nesses casos, não podem padecer falta de autoestima, os que ousam colocarem-se em pé de igualdade com Deus. Não é o “livro humano” o problema, mas uma aversão humana aos pensamentos de Deus.

Os escritos nossos visam agradar a espécie, não denunciá-la, basta ver os Best Sellers do mercado. “O Código Da Vinci” já passa de sessenta milhões em vendas, e ridiculariza a palavra de Deus; ninguém fica desconfortável lendo, por mais ímpio que seja.

Na Bíblia isso não acontece, pois, tem trechos chatos, como: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao SENHOR, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR.” Is 55; 7 e 8

Portanto, a conversão pode ser resumida nisso: Trocar os pensamentos humanos, pelos pensamentos de Deus; claro que isso deve se refletir nas ações.

O método: Pela minha repreensão.

Deus não deve entender nada de psicologia, afinal, ao invés de massagear nossos egos para que nos sintamos bem, coloca o dedo na ferida, para que nos sintamos mal. Ora, ninguém cura câncer com aspirina, e a Salvação custou o Sangue de Jesus, é sério demais para ser abordado de forma superficial.

Facilmente as pessoas se empolgam com multidões, milagres, mas, do mesmo modo debandam, quando a seriedade da chamada de Cristo é apresentada. Quando o Senhor multiplicou pães e peixes, no dia seguinte aglomerou-se uma multidão solícita; “...Que faremos para executarmos as obras de Deus?” Jo 6; 28

É simples ser voluntário quando o fim são comes e bebes. Aí o Senhor respondeu: “...A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” Que sinal operas tu, Moisés deu pão ao povo, provocaram, deixando claro que queriam.

Depois de demonstrar a superioridade do pão espiritual, até a Santa paciência de Jesus cansou: “...Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.” V 53

A galera ímpia entendeu a assertiva ao pé da letra, e foi se retirando um a um. Foram a Ele com motivação errada, não acreditaram no que disse, e o Senhor os repreendeu por isso; mas, os deixou ir, sem nenhuma adulação, apenas a verdade.

Muitos hoje precisam que se monte veros circos nos ambientes “espirituais” para que eles permaneçam, Deus não faz assim. Repreende ao errado, perdoa ao arrependido, e abençoa ao salvo, sem acessórios.

A promessa imediata: Derramarei sobre vós o Meu Espírito

Embora se diga a torto e a direito; “Deus é Pai, não é padrasto, também sou filho de Deus,” a Bíblia não ensina assim. Coloca o nascimento espiritual como o “sine qua nom” do Reino; “...aquele que não nascer de novo, não pode VER o reino de Deus.” “...aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode ENTRAR no reino de Deus.” Jo 3; 3 e 5 ( Ênfase acrescentada)

E esse derramar do Espírito sempre sucede a crer no evangelho, não é algo aleatório, indiscriminado. Filhos de Deus são templos do Espírito Santo, e só são reconhecidos como tais, em obediência à Palavra, em Cristo. “Em quem também vós estais depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Ef 1; 13 Ouvir a Palavra e crer, para então receber o Espírito.

A consequência futura; Vos farei saber as minhas palavras.

Sem a ajuda do Espírito Santo, a Bíblia é um livro morto, repleto de “contradições”; porém, para quem nasceu de novo, é alimento; “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped; 2; 2

E esse alimento não é contraditório, aprendendo a interpretar com Aquele que a escreveu. “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu e o ouvido não ouviu; e não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.” I Cor 2; 9 – 11

Esses, não correm o risco de entenderem ao pé da letra o que é espiritual e vice-versa, pois, sabem qual a intenção do Espírito, sendo por Ele guiados. “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8; 14

Afinal, Deus deixa o “vinho melhor” para o fim; começa com a seriedade e culmina com os cuidados de seu amor e bondade; “Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.” Pv 1; 32 e 33