Envolva-se com a causa do próximo
Envolva-se com a causa do próximo
Elisabeth Lorena Alves
“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vos também santos em todo o vosso procedimento.” (1 Pedro 1.15).
Muitas pessoas estão enganadas quanto a sua fé.
Na verdade a maioria das pessoas que se dizem cristãs, são apenas religiosos. Estão centrados em seus interesses pessoais e focados apenas no que vive dentro do núcleo religioso, mas precisamente com os olhos voltados para a denominação que conhece e cuida apenas disto. Assim, os vícios comuns do mundo são “convertidos” e passam a ser exercidos dentro do templo. O autoritarismo, a fofoca, o “disse-me disse”, a inveja, a discórdia e outras 'fraquezas' chegam a ser comum entre os que se dizem irmãos. Com estas atitudes surgem as chamadas 'panelinhas' e assim o núcleo espiritual é afetado, pois o Senhor não é Deus de confusão (I Coríntios 14-33) e sendo Santo é de se imaginar que Ele não se mistura com imundícia. Antes Ele nem mesmo nos chamou para isto,“Porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação.” (1 Tessalonicenses 4.7), o Senhor espera de nós que sejamos santos em nossa maneira de proceder: Mas, como é Santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver (1 Pedro 1:15). Se agimos de forma diferente do que o Senhor deseja e tratamos de forma negativa as pessoas em geral, estamos perdendo tempo e vivendo uma falsa fé: Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã (Tiago 1:26).
Ser fiel a Deus ou ser cristão está relacionado ao próximo. Sempre o próximo. Mas esta deve ser uma relação de amor igualitário e não de superioridade, como muitos vivem. É na verdade envolver-se com a causa do próximo e procurar fazer algo válido para resolver as situações difíceis que se apresentarem na vida deste.
Quando Jesus veio ao mundo Ele mudou a forma de vermos as Leis, ensinando-nos a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Se amamos apenas a Deus e não ao próximo, não conhecemos a Deus, diz a Palavra.
Muitas religiões ensinam que as pessoas são diferentes, mas isto não é certo, o que nos torna diferente? Nossas atitudes? Mas a Palavra diz que todos pecaram e destituídos foram da Glória – presença – de Deus, mas que há justificação pela Graça de Cristo. Pela redenção que Nele existe (Romanos 3- 23 e 24). Então somos todos iguais e passíveis da mesma condenação: Separação de Deus. Mas é nosso dever, já que fomos justificados de forma gratuita pela Graça, apresentar aos outros esta. E apresentar com amor e exemplo e não como se fossemos seres superiores. Na verdade amar de forma igualitária é reflexivo, ou seja, como eu amo aquela pessoa do espelho, devo amar o outro. Uma pessoa normal, gozando de saúde mental e física jamais se infligiria algum sofrimento, e é assim que devemos agir com os demais. Aceitar os outros com amor, perdoando-lhes as fraquezas, como gostaríamos que perdoassem as nossas.
Ser praticante do Evangelho está além de ir a Igreja, ler a Bíblia, jejuar e viver uma vida de propósito. Na verdade tudo isto é inútil de não olhamos aos demais e nos apiedamos deles. Antes de nos advertir a viver guardados da corrupção do mundo, Tiago define o que é a religião: A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo (Tiago 1-27). Definição plenamente confiável pois completa o sentido do que é necessário fazermos para vivermos em união com o Senhor: Fazer sua vontade.
O escritor do livro de Gálatas nos ensina que devemos “servi-vos uns aos outros por amor” (Gálatas 5-13) e algo que fazemos por amor é prazeroso e não obrigatório. E ele nos diz isto em um capítulo desta carta que inicia dizendo que fomos chamados para a liberdade (v. 1). Viver em amor deve sempre ser um prazer, pois foi isto que Jesus nos ensinou, é sua Lei: Pois toda a lei se cumpre numa só palavra, a saber: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo (Gálatas 5-14).
Quando nos tornamos superiores, por nos acharmos muito santos, acabamos tornando o Caminho do Céu mais estreito do que de fato é e isto se mostra prejudicial para a propagação do Evangelho. Quando vemos alguém em erro, devemos ser solidários com ele, corrigir em amor e aconselhar de forma a ganharmos um amigo e nunca perdermos um irmão, lembrando-nos sempre que nós mesmo podemos cometer estes mesmos erros: Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado (Gálatas 6-1).
Na verdade, levar a carga um dos outros é nobre e, acima de tudo, é cumprir a Lei de Cristo (Gálatas 5-2).
Quanto ao mais, devemos permanecer buscando em Deus a nossa Santificação e não nos focando em homens, pois todos somos falíveis, mas o Senhor espera que sejamos amorosos uns com os outros e que possamos viver todos em paz: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14).
Quanto a nós, se a Palavra é dura, devemos lembrar que corrigir é como adubar a terra, vai cavucar, vai mexer onde não esperava, mas depois que o canteiro descansar e as sementes germinar, haverá resultados positivos e serão os esperados: “Na verdade, nenhuma correção parece no momento ser motivo de alegria, porém de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos que por ele têm sido exercitados” (Hebreus 12.11).
Sigamos em frente!