Não fecheis os vossos ouvidos, muito menos o vosso coração!
Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia tivessem sido feitos os prodígios que foram realizados em vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, cobrindo-se de saco e cinza. Por isso haverá no dia do juízo menos rigor para Tiro e Sidônia do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te elevas até o céu, serás precipitada até aos infernos. Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou. (Lc 10:13-16)
Amadas irmãs e amados irmãos:
Ao meditar sobre a leitura evangélica de sexta-feira e sábado últimos, não me contive e desejei, ardentemente, compartilhar com vocês meus pensamentos e sentimentos.
A Boa-Nova de hoje nos é trazida por São Lucas, em um capítulo de seu evangelho referente à missão discipular, que dá seqüência à parte evangélica sobre as exigências da vocação apostólica.
Não foi por acaso que tais orientações encontram-se separadas: a vocação apostólica e a missão dos discípulos. Todos sabemos que, na Sagrada Escritura, nada é por acaso.
Desde que se começou a estudar a religião e a religiosidade humana de forma racional e disciplinar, buscando em seus aspectos históricos, culturais e sociais suas características próprias de estudo e pesquisa, e isso já se vai cerca de um século e meio, que se afirma ser o homem um “ser religioso”, independentemente se ele professa, formalmente, alguma credo especifico.
Trazemos à nossa reflexão a professora Maria Luiza Silveira Teles, ao apresentar em seu artigo “Religiosidade e Espiritualidade” que, de acordo com os ensinamentos históricos, “o fenômeno religioso é específico do homem” e como explicação básica, para tanto, aponta para a “exigência profunda da natureza humana”. Não diferente, o historiador Arnold Toynbee traz-nos em seu livro “Helenismo – História de uma civilização” que “A religião era a presença no mundo de algo espiritual maior do que o próprio ser humano”, lembrando, então, que o homem, por natureza, é religioso, e que acima dele existe a divindade.
Tais aspectos fazem-nos lembrar que a vida religiosa não é somente característica dos homens e mulheres religiosos, mas sim, de todo ser humano, verbalizando ou não, tal opção. A vida religiosa não pode ser reduzida às orações e pregações verbais, tampouco aos ritos e liturgias, pois tem seu verdadeiro alicerce calcado na prática cotidiana, na forma de viver e de se relacionar com o outro.
O mês de outubro é visto como o mês missionário, exortando a todos a sua participação neste mundo, como missionários de Cristo Jesus.
Ao apóstolo, por vocação, é exigida a exclusividade da prática, o trabalho diuturno de levar a mensagem de paz e amor, verdadeira mensagem de Cristo, aos quatro cantos do mundo, ou seja, para onde for enviado. Tal missão é incompatível com qualquer tipo de vínculo que obstaculize sua prática. Como nos disse Jesus: “As raposas têm tocas e as aves do céu, ninho; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9:58) e termina a parte relacionada à missão apostólica dizendo: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9:62). Devemos, então, todos largar os seus parentes e os seus afazeres para propalar a presença viva de Cristo neste mundo? É claro que não!
Há uns que são chamados para a missão apostólica de forma exclusiva, com a missão única de evangelizar, com palavras e atos, por toda a vida. Outros, são chamados para evangelizar, juntamente com as demais atividades de seu cotidiano, numa aparente dupla missão que, de fato, nada mais é do que viver o exemplo evangélico, demonstrar, por suas ações cotidianas, o que é ser cristão.
Existem pessoas que vivem, profundamente, rituais e liturgias religiosas, fazendo orações freqüentes, mas, na verdade, elas não, necessariamente, vivem a religião. Fé não é apenas crer na existência de Deus, sequer na existência histórica e atual de Jesus Cristo vivo. Fé é a resposta que damos, principalmente com ações, à revelação de Deus, ou seja, fé é ação e não apenas ritualismos e cumprimento de preceitos, normas e dogmas. O profeta Isaías já dizia: “O Senhor disse: Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro” (Isaías 29,13).
O verdadeiro apóstolo é aquele que se aproxima de Deus com o coração capaz de amar e transmitir esse amor, indiscriminadamente, com solidariedade, mantendo, sempre, o desejo de inclusão e de libertação do próximo, vendo nele a presença viva do próprio Cristo Jesus. Este, sim, é o verdadeiro amor; este, sim, é o verdadeiro apóstolo.
A palavra apóstolo deriva do grego e significa enviado, o que, na prática, vivos seu significado, mas e os discípulos? Se formos nos fixar ao pé da letra, vamos encontrar na palavra discípulo, somente, o significado de aluno, tendo em vista sua derivação do latim. Porém, discípulos de Cristo são aqueles que, além de aprender, permanentemente, próximos ao mestre, suas mensagens e seus ensinamentos, estão, sempre, disponíveis para serem enviados, com vistas à propagação de sua mensagem. E ai entramos em nosso evangelho de hoje.
Sabemos que a Igreja é o Corpo de Cristo, no qual Cristo é a cabeça e nós, os membros. (Rm 12:4-5; 1Cor 12:12ss; Ef 5:30; Cl 1:18) Não vejamos essa “Igreja” como instituição, mas sim, a assembléia de homens e mulheres, que têm fé em Cristo Jesus e estão dispostos a serem, verdadeiramente, cristãos, ou seja, representá-Lo, de forma viva e atuante, em seu cotidiano. Partindo dessa premissa, Cristo e nós cristãos, ou seja, sua Igreja, somos inseparáveis, vivemos uma vida comum.
Lembremos das palavras de alguns santos da Igreja.
São João Crisóstomo dizia que Cristo mantinha-se vivo na terra, não apenas para se misturar conosco, mas, também, para nos abraçar, para que a nossa união com Ele fosse verdadeiramente perfeita, para que houvesse uma unidade conosco e que, com Ele, “formemos uma só coisa”. São Gregório Nazianzeno afirmava que, em Jesus, nos tornamos divinos, ratificando São Basílio ao dizer que, apesar de sermos criaturas humanas, recebemos de Deus a ordem de tomarmo-nos, também, deus. Da mesma forma, São Cirilo de Alexandria lembrava-nos que Deus, ao se tornar homem, fez com que o homem pudesse se tornasse deus.
Minhas amadas e meus amados, não precisamos nos esforçar para sermos discípulos e apóstolos, na busca de algo que está fora de nós, basta encontrarmos em nós a origem divina que nos habita, a nossa essência santa que nos preenche, a nossa missão discipular e apostólica data pelo próprio Cristo Jesus.
De qual religião precisamos ser para atingirmos tal intento? Da religião do amor, da religião que professa os ensinamentos de Jesus Cristo, os quais se embasam no amor à Deus e ao irmão. Amor esse que se concretiza não apenas com palavras, com rituais, com cumprimento de regras, mas, acima de tudo, com a prática amorosa com o próximo, próximo conhecido e desconhecido, próximo que está perto e que está longe, próximo que nos ama ou odeia. Enfim, a todos os seres que, de alguma forma, podemos a eles chegar.
É fácil? Não. Verdadeiramente, não é fácil viver o amor. É muito mais fácil proclamá-lo. De fato, não é fácil agirmos como discípulos ou apóstolos de Cristo, mas mantenhamos, sempre, a esperança e a perseverança. Devemos, quantas vezes for preciso e necessário, lançar e regar a semente, sem nos preocuparmos com os resultados.
Lembremo-nos, entretanto, das palavras de Jesus aos discípulos quando, ao retornarem da missão de evangelizar, se encontravam extremamente felizes pelo resultado do trabalho, passagem que dá seqüência ao evangelho de hoje:
Eis que vos dei poder para pisar serpentes, escorpiões e todo o poder do inimigo. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos estão sujeitos, mas alegrai-vos de que os vossos nomes estejam escritos nos céus. (Lc 10:19-20)
O melhor resultado não é o que vemos, o que sentimos, o que presenciamos neste mundo, mas sim, o ganho que temos, em cada gesto, em cada palavra, em cada ato, para que possamos ter a paz e a vida eterna.
Apenas como curiosidade, Corozaim era uma pequena cidade ao norte de Cafarnaum e Betsaida (que significa Casa da Pesca) era, também, uma pequena cidade da Galiléia, não longe de Cafarnaum. Tiro e Sidônia, cidades da Fenícia (hoje Líbano), na costa do mar mediterrâneo, ao norte da Galiléia, célebres por seu comércio e sua corrupção, as quais, na época de Jesus, eram habitadas por pagãos, segundo as leis judaicas, porém, destacam-se as passagens do Salvador por essas cidades e as conversões que lá forma feitas entre os pagãos.
É interessante que Corozaim e Betsaida foram destruídas, não mais se reerguendo, delas nada mais restando. Por outro lado, em Tiro e Sidônia, vingou o cristianismo.
Tenhamos cuidado, pois o paganismo está sempre presente, não um paganismo burocrático, de crer ou não nesta instituição, neste ou naquele livro, nestes ou naqueles preceitos, mas um paganismo da ação, um paganismo do cotidiano e não das palavras. Dia a dia, presenciamos a adoração dos mesmos ídolos do antigo Panteão: a adoração ao poder de Júpiter, a adoração ao dinheiro de Mammon, a adoração ao erotismo de Vênus, a adoração ao ciúme de Juno, a adoração à violência de Marte. Mudamos?
Não nos esqueçamos das palavras de São Francisco de Assis:
E nós, pela nossa parte, quando virmos ou ouvirmos maldizer, bendigamos; quando virmos fazer o mal, façamos o bem; quando ouvirmos ou virmos blasfemar, louvemos o Senhor.
Fiquem com Deus!
Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e Sidônia tivessem sido feitos os prodígios que foram realizados em vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência, cobrindo-se de saco e cinza. Por isso haverá no dia do juízo menos rigor para Tiro e Sidônia do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te elevas até o céu, serás precipitada até aos infernos. Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou. (Lc 10:13-16)
Amadas irmãs e amados irmãos:
Ao meditar sobre a leitura evangélica de sexta-feira e sábado últimos, não me contive e desejei, ardentemente, compartilhar com vocês meus pensamentos e sentimentos.
A Boa-Nova de hoje nos é trazida por São Lucas, em um capítulo de seu evangelho referente à missão discipular, que dá seqüência à parte evangélica sobre as exigências da vocação apostólica.
Não foi por acaso que tais orientações encontram-se separadas: a vocação apostólica e a missão dos discípulos. Todos sabemos que, na Sagrada Escritura, nada é por acaso.
Desde que se começou a estudar a religião e a religiosidade humana de forma racional e disciplinar, buscando em seus aspectos históricos, culturais e sociais suas características próprias de estudo e pesquisa, e isso já se vai cerca de um século e meio, que se afirma ser o homem um “ser religioso”, independentemente se ele professa, formalmente, alguma credo especifico.
Trazemos à nossa reflexão a professora Maria Luiza Silveira Teles, ao apresentar em seu artigo “Religiosidade e Espiritualidade” que, de acordo com os ensinamentos históricos, “o fenômeno religioso é específico do homem” e como explicação básica, para tanto, aponta para a “exigência profunda da natureza humana”. Não diferente, o historiador Arnold Toynbee traz-nos em seu livro “Helenismo – História de uma civilização” que “A religião era a presença no mundo de algo espiritual maior do que o próprio ser humano”, lembrando, então, que o homem, por natureza, é religioso, e que acima dele existe a divindade.
Tais aspectos fazem-nos lembrar que a vida religiosa não é somente característica dos homens e mulheres religiosos, mas sim, de todo ser humano, verbalizando ou não, tal opção. A vida religiosa não pode ser reduzida às orações e pregações verbais, tampouco aos ritos e liturgias, pois tem seu verdadeiro alicerce calcado na prática cotidiana, na forma de viver e de se relacionar com o outro.
O mês de outubro é visto como o mês missionário, exortando a todos a sua participação neste mundo, como missionários de Cristo Jesus.
Ao apóstolo, por vocação, é exigida a exclusividade da prática, o trabalho diuturno de levar a mensagem de paz e amor, verdadeira mensagem de Cristo, aos quatro cantos do mundo, ou seja, para onde for enviado. Tal missão é incompatível com qualquer tipo de vínculo que obstaculize sua prática. Como nos disse Jesus: “As raposas têm tocas e as aves do céu, ninho; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9:58) e termina a parte relacionada à missão apostólica dizendo: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9:62). Devemos, então, todos largar os seus parentes e os seus afazeres para propalar a presença viva de Cristo neste mundo? É claro que não!
Há uns que são chamados para a missão apostólica de forma exclusiva, com a missão única de evangelizar, com palavras e atos, por toda a vida. Outros, são chamados para evangelizar, juntamente com as demais atividades de seu cotidiano, numa aparente dupla missão que, de fato, nada mais é do que viver o exemplo evangélico, demonstrar, por suas ações cotidianas, o que é ser cristão.
Existem pessoas que vivem, profundamente, rituais e liturgias religiosas, fazendo orações freqüentes, mas, na verdade, elas não, necessariamente, vivem a religião. Fé não é apenas crer na existência de Deus, sequer na existência histórica e atual de Jesus Cristo vivo. Fé é a resposta que damos, principalmente com ações, à revelação de Deus, ou seja, fé é ação e não apenas ritualismos e cumprimento de preceitos, normas e dogmas. O profeta Isaías já dizia: “O Senhor disse: Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro” (Isaías 29,13).
O verdadeiro apóstolo é aquele que se aproxima de Deus com o coração capaz de amar e transmitir esse amor, indiscriminadamente, com solidariedade, mantendo, sempre, o desejo de inclusão e de libertação do próximo, vendo nele a presença viva do próprio Cristo Jesus. Este, sim, é o verdadeiro amor; este, sim, é o verdadeiro apóstolo.
A palavra apóstolo deriva do grego e significa enviado, o que, na prática, vivos seu significado, mas e os discípulos? Se formos nos fixar ao pé da letra, vamos encontrar na palavra discípulo, somente, o significado de aluno, tendo em vista sua derivação do latim. Porém, discípulos de Cristo são aqueles que, além de aprender, permanentemente, próximos ao mestre, suas mensagens e seus ensinamentos, estão, sempre, disponíveis para serem enviados, com vistas à propagação de sua mensagem. E ai entramos em nosso evangelho de hoje.
Sabemos que a Igreja é o Corpo de Cristo, no qual Cristo é a cabeça e nós, os membros. (Rm 12:4-5; 1Cor 12:12ss; Ef 5:30; Cl 1:18) Não vejamos essa “Igreja” como instituição, mas sim, a assembléia de homens e mulheres, que têm fé em Cristo Jesus e estão dispostos a serem, verdadeiramente, cristãos, ou seja, representá-Lo, de forma viva e atuante, em seu cotidiano. Partindo dessa premissa, Cristo e nós cristãos, ou seja, sua Igreja, somos inseparáveis, vivemos uma vida comum.
Lembremos das palavras de alguns santos da Igreja.
São João Crisóstomo dizia que Cristo mantinha-se vivo na terra, não apenas para se misturar conosco, mas, também, para nos abraçar, para que a nossa união com Ele fosse verdadeiramente perfeita, para que houvesse uma unidade conosco e que, com Ele, “formemos uma só coisa”. São Gregório Nazianzeno afirmava que, em Jesus, nos tornamos divinos, ratificando São Basílio ao dizer que, apesar de sermos criaturas humanas, recebemos de Deus a ordem de tomarmo-nos, também, deus. Da mesma forma, São Cirilo de Alexandria lembrava-nos que Deus, ao se tornar homem, fez com que o homem pudesse se tornasse deus.
Minhas amadas e meus amados, não precisamos nos esforçar para sermos discípulos e apóstolos, na busca de algo que está fora de nós, basta encontrarmos em nós a origem divina que nos habita, a nossa essência santa que nos preenche, a nossa missão discipular e apostólica data pelo próprio Cristo Jesus.
De qual religião precisamos ser para atingirmos tal intento? Da religião do amor, da religião que professa os ensinamentos de Jesus Cristo, os quais se embasam no amor à Deus e ao irmão. Amor esse que se concretiza não apenas com palavras, com rituais, com cumprimento de regras, mas, acima de tudo, com a prática amorosa com o próximo, próximo conhecido e desconhecido, próximo que está perto e que está longe, próximo que nos ama ou odeia. Enfim, a todos os seres que, de alguma forma, podemos a eles chegar.
É fácil? Não. Verdadeiramente, não é fácil viver o amor. É muito mais fácil proclamá-lo. De fato, não é fácil agirmos como discípulos ou apóstolos de Cristo, mas mantenhamos, sempre, a esperança e a perseverança. Devemos, quantas vezes for preciso e necessário, lançar e regar a semente, sem nos preocuparmos com os resultados.
Lembremo-nos, entretanto, das palavras de Jesus aos discípulos quando, ao retornarem da missão de evangelizar, se encontravam extremamente felizes pelo resultado do trabalho, passagem que dá seqüência ao evangelho de hoje:
Eis que vos dei poder para pisar serpentes, escorpiões e todo o poder do inimigo. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos estão sujeitos, mas alegrai-vos de que os vossos nomes estejam escritos nos céus. (Lc 10:19-20)
O melhor resultado não é o que vemos, o que sentimos, o que presenciamos neste mundo, mas sim, o ganho que temos, em cada gesto, em cada palavra, em cada ato, para que possamos ter a paz e a vida eterna.
Apenas como curiosidade, Corozaim era uma pequena cidade ao norte de Cafarnaum e Betsaida (que significa Casa da Pesca) era, também, uma pequena cidade da Galiléia, não longe de Cafarnaum. Tiro e Sidônia, cidades da Fenícia (hoje Líbano), na costa do mar mediterrâneo, ao norte da Galiléia, célebres por seu comércio e sua corrupção, as quais, na época de Jesus, eram habitadas por pagãos, segundo as leis judaicas, porém, destacam-se as passagens do Salvador por essas cidades e as conversões que lá forma feitas entre os pagãos.
É interessante que Corozaim e Betsaida foram destruídas, não mais se reerguendo, delas nada mais restando. Por outro lado, em Tiro e Sidônia, vingou o cristianismo.
Tenhamos cuidado, pois o paganismo está sempre presente, não um paganismo burocrático, de crer ou não nesta instituição, neste ou naquele livro, nestes ou naqueles preceitos, mas um paganismo da ação, um paganismo do cotidiano e não das palavras. Dia a dia, presenciamos a adoração dos mesmos ídolos do antigo Panteão: a adoração ao poder de Júpiter, a adoração ao dinheiro de Mammon, a adoração ao erotismo de Vênus, a adoração ao ciúme de Juno, a adoração à violência de Marte. Mudamos?
Não nos esqueçamos das palavras de São Francisco de Assis:
E nós, pela nossa parte, quando virmos ou ouvirmos maldizer, bendigamos; quando virmos fazer o mal, façamos o bem; quando ouvirmos ou virmos blasfemar, louvemos o Senhor.
Fiquem com Deus!