Entendimentos Putrefatos
Com certeza já ouvimos de nossos pais: “Presta atenção ao que estou falando!”. Isto caracteriza a necessidade de ser chamada a atenção para aquilo que vai ser falado.
O texto de Mateus 15 é riquíssimo em princípios e ensinamentos. Logo de início se observa a importância dada por Jesus ao que vai falar: “Ouvi e entendei” (10). Ele quer que seus ouvintes entendam os seus ensinamentos e não somente ouçam. O ponto culminante deste texto é o ensino de que “... do coração procedem os maus pensamentos” (19). O contexto é uma discussão sobre o que “é limpo ou imundo”, segundo a Lei. Fariseus e escribas acusavam aos discípulos de Cristo de transgredir a lei afirmando: Eles “não lavam as mãos quando comem pão” (2). Jesus Cristo condena os acusadores de seus discípulos: “Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito...” (7). A partir daí Jesus começa a ensinar um importante princípio: Para nada adiantam as palavras quando não há sinceridade de coração (8) dos que “em vão me adoram” (9). Os discípulos, talvez preocupados com uma perseguição maciça, avisam a Jesus que os fariseus ficaram insatisfeitos e muito escandalizados (12) e o Senhor lhes adverte com outro princípio: “Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada...” (13). E mais outro: “... Se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova” (14). O resultado do “cerimonialismo” e da “religiosidade” sempre será maléfico. Não se pode perder de vista que a “Lei” foi dada a Moisés por Deus, é claro! Contudo, fazer isto ou aquilo somente porque está escrito não aproxima a criatura de seu Criador.
Nossas atitudes, palavras e, principalmente, a nossa adoração e louvor devem partir de nossos corações e mentes; que devem estar em atitude reverente e contrita ante a face do nosso Deus. Lavar as mãos é uma atitude muito higiênica e saudável; porém, jamais garante a qualidade espiritual de ninguém. Estar “limpo” diante do Senhor é muito mais do que lavar as mãos e ter roupas “limpinhas” e “cheirosinhas”. O estado de pureza é visto por Deus de dentro para fora. Jamais ao contrário; ou seja, de fora para dentro. Corações contaminados com a imundícia do pecado sempre vão gerar os maus sentimentos e os mais horrendos desejos, como o orgulho, vaidade, inveja e tantas outras coisas malfazejas.
A verdadeira adoração somente é possível quando é celebrada em “espírito e em verdade” (Jo 4.23). O coração contrito e quebrantado, que presta uma verdadeira adoração, não é desprezado por Deus (Sl 34.18; 51.17). Porém, corações contaminados pela imundícia do pecado o máximo que conseguem produzir são lixo espiritual. É Jesus Cristo quem afirma: “... O que sai da boca procede do coração; e isso contamina o homem” (18). O chamado de atenção para que seus ouvintes ouvissem e entendessem em Mateus 15.10 pode se equiparar às advertências apocalípticas do próprio Jesus Cristo: “Quem tem ouvidos, ouça o que o espírito diz às igrejas...” (Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22).
Graça e Paz!!!