Há 150 anos
O materialismo dá seus últimos suspiros através de alguns cientistas que em vão tentam fazer vencer suas teorias simplistas. Os tempos são outros. A espiritualidade vem ganhando espaço e despertando o ser humano para realidades imortais. Os tempos são outros; tempos que começaram a ser clareados sob a tutela de um notável educador, seareiro da realidade de além túmulo.
Enquanto Charles Darwin e Alfred Russel, em 1858 trabalhavam independentemente na teoria da evolução das espécies, que causaria furor na comunidade científica da época, um célebre educador francês já havia trazido essas mesmas informações da espiritualidade, e que constavam em O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857, o que demonstra a originalidade daquelas idéias.
Então, há 150 anos nova alvorada à humanidade. Aquele célebre educador codificava de forma democrática, colhendo informações dadas por vários médiuns, nos mais diversos locais do globo, a Doutrina dos Espíritos, com o cunho da universalidade que serviria para dar ainda mais credibilidade à Doutrina que se iniciava.
Foi ele o responsável por fazer a ponte de ligação entre ciência e religião, demonstrando com o rigor científico que a vida rompe a noite da morte e ressurge triunfante em outros planos do infinito.
Nos referimos ao notável educador francês - Hippolite Léon Denizard Rivail, mais conhecido como Allan Kardec, que acima de tudo era um homem de fibra e coragem, porquanto suportou retaliações, agressões gratuitas, ofensas e dificuldades impostas pelos detratores das novas idéias. Era uma época complicada, onde a intransigência se fazia impiedosa no coração daqueles que não compreendiam sua sublime missão. No dia 09 de Outubro de 1861, ocorreu o Auto de Fé de Barcelona, onde foram queimados em praça pública 300 livros referentes ao espiritismo, prova de que aquela Doutrina que se iniciava incomodava, porque remexia nas fibras mais íntimas da alma humana, trazendo uma nova forma de pensar, que se aplicada abalaria as estruturas do arcaico pensamento da época. O codificador diante do episódio não se abalou, ao contrário, mostrou aos espíritas e ao mundo que aquela data deveria ser comemorada, porque ao tentar calar os ideais espíritas, seus detratores o colocaram em evidência, levando muitos a querer conhecer o motivo de tanto preconceito.
Alma bondosa e livre, o valente educador prosseguiu em sua tarefa e trabalhou infatigavelmente para propagar os ideais esclarecedores provindos da espiritualidade. Em 1857 publicou O Livro dos Espíritos, em 1861, O Livro dos Médiuns, em 1864, O Evangelho Segundo o Espiritismo, em 1865, O Céu e o Inferno e em 1868, A Gênese. Além de mais de 11 anos de publicação da Revista Espírita, que se constitui em fonte segura e inesgotável de pesquisa para aqueles que querem se aprofundar nos estudos dos postulados espíritas.
Portanto, A doutrina da educação veio pelas mãos de um legítimo educador, que desencarnou em 31 de março de 1869, após anos de profícuo trabalho em favor da educação humana.
Com a base montada, o trabalho precisava continuar, e muitos foram aqueles que dignamente deram seqüência. Amélie-Gabrielle Boudet, Camille Flammarion, Gabriel Dellane, Eurípedes Barsanulfo, Bezerra de Menezes, Cairbar Schutel, Anália Franco, Jerónimo Mendonça, Divaldo Franco, Chico Xavier, Herculano Pires e tantos outros não citados aqui, mas que deram relevante contribuição, sendo incansáveis mensageiros da esperança, e responsáveis pela força que o espiritismo goza nos dias de hoje. E importante lembrar que nos dias atuais, a humanidade que anseia por saber e conhecer assuntos concernentes a espiritualidade, vem pressionando a grande mídia a tratar de temas como: reencarnação, comunicação com os Espíritos, lei de causa e efeito, vidas em outros planetas... Graças a esses vanguardeiros da espiritualidade, que não deixaram a intransigência calar as vozes da espiritualidade, temos hoje a oportunidade de conhecer os conceitos libertadores da Doutrina Espírita. Sim, porque seus conceitos libertam. Mais importante do que se intitular espírita, é praticar suas lições, e propagar seus conceitos, porquanto seus ensinos beneficiarão adeptos de outras religiões e até mesmo aqueles que não tem religião, servindo de instrução e também de consolo. Melhor: sem cobranças descabidas que cerceiam a liberdade de pensar das pessoas.
Uma história que começou há 150 anos, rejubilemo-nos pois, por ter a chance de participar dessa festa do amor, que a depender de nossa iniciativa poderá transformar a Terra em recanto de paz e harmonia.
Urge então nosso esforço e ousadia para fazer os postulados da Doutrina Espírita ganharem força e se popularizarem, conquistando corações e iluminando consciências, porque vieram para dialogar com o povo, pelo povo e para o povo.