Paulo – Uma vida com propósito
Paulo – Uma vida com propósito
Elisabeth Lorena Alves
Introdução
Muitos de nós, ao morrermos, nada deixaremos como exemplo aos cristãos que vierem depois de nós. Acostumados a viver uma vida fútil, sem fundamentos de fato bíblicos, presos a teorias falhas, a ensinos de homens. Quando baixarmos a campa fria, deixaremos para trás apenas o vácuo de nossas vidas insípidas. Faz tempo já que deixamos de ser sal. Perdemos nossa função específica de temperar o mundo. A luz que havia em nós se apagou e o mundo afunda na escuridão da ignorância e idolatria, mesmo cantando louvores vazios de exaltação comprometida com interesses escusos, que nada tem a ver com o que o Senhor deseja para nós.
Paulo escolheu viver uma vida com propósito. Tomou para si a responsabilidade de seguir um plano que não foi traçado por ele, mas foi uma escolha sua seguir o que Jesus determinou a ele no caminho de Damasco.
Paulo não abriu mão de fazer o que o Senhor pediu que ele fizesse. Pelo contrário, entregou sua vida para ser o que o Senhor determinara e seguiu seu caminho certo de que a vitória não seria ganha aqui na terra, mas sim no Céu, das mãos de nosso Senhor!
De inimigo a herói do Evangelho
Olhando por este ângulo, vale lembrarmo-nos de uma figura comum aos cristãos, o apóstolo Paulo. O Apóstolo Paulo, antes conhecido perseguidor dos cristãos, e, depois de sua conversão tornou-se um dos mais zelosos pregadores do Evangelho. Incansável missionário, seus anos ministeriais levaram-no a diversas cidades na Ásia Menor e na Europa. Defensor absoluto da verdade, deixou-nos escritas treze cartas que chegaram até nós por estarem registradas no Novo Testamento.
Natural de Tarso, Paulo, ou antes, Saulo, cresceu em Jerusalém sendo educado por Gamaliel, conforme suas próprias palavras quando em sua própria defesa (Atos 22). Receber a Educação de Gamaliel, um homem também zeloso fez do jovem Saulo um defensor da religião judaica e automaticamente, um perseguidor dos cristãos.
Conta a história que pouco depois das mudanças ocorridas no cenário religioso de Israel, com o advento de Jesus, sua morte e ressurreição, muitos resolveram anular a nova fé que se espalhava entre o povo. Assim, movimentos surgidos na terra natal de Paulo, Cilícia e na Asia, (Atos 6:9), lutaram contra os seguidores de Cristo. Com isto, enfrentaram Estevão (6:5,8) e por não conseguirem lutar contra a sabedoria que havia nele, acusaram-no de blasfêmia diante do sinédrio (6:11-15) e, mesmo depois de sua defesa (7:1-53), condenaram-no a morte por apedrejamento.
Já neste episódio sabemos que Saulo estava envolvido, já que a Bíblia registra que os apedrejadores do mártir cristão "puseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo" (Atos 7:58).
Paulo era já neste tempo, um líder dos opressores da igreja. Respirava ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor (Atos 9:1); perseguia a igreja de Deus e tentava destruí-la (Gálatas 1:13) prendendo mulheres e homens cristãos (Atos 22:4) em muitas cidades.
Paulo tinha em seu poder cartas que o autorizava a perseguir e prender os crentes e levá-los a Jerusalém para julgamento (Atos 9:1-2).
Foi numa destas viagens que algo novo aconteceu. Algo totalmente inesperado, mas que mudaria a vida deste jovem perseguidor. Ia ele já próximo a Damasco, quando uma luz vinda do céu "a qual excedia o esplendor do sol" apareceu em volta dele e tanto ele quanto os que estavam viajando com ele, caíram no chão (26:13-14).
Ali, Paulo ouviu a voz de Jesus. E esta voz dizia que ele seria o instrumento escolhido por Cristo para trazer as boas novas aos gentios (26:14-18). Assim se deu o chamado deste Apóstolo, que dali foi guiado até Damasco, cego (9:8). Ali ele conheceu Ananias que orou por ele e ele foi curado. E ali também ele conheceu os cristãos que o ajudaram no processo de sua conversão (9:10-22).
Agora ele começa a proclamar a Cristo ressurreto de forma pública. A princípio sendo visto como um enganador, mas os judeus ameaçaram-no de morte (9:20-22) e então ele foi protegido pelos que criam e escapando assim de seus perseguidores (9:23-25).
Esta conversão mudou o rumo da História cristã e também a história no ponto de vista mundial, pela importância que teve em todo o cenário da época. Ele planejava ir a Roma e depois a Espanha, mas seus planos foram impossibilitados pelo que lhe aconteceu.
Uma lição?
O que nós aprendemos com isto? Aprendemos que mesmo preso, Paulo jamais deixou de proclamar sua fé. Ali, entre seus carrascos, ele viveu sua fé de forma absoluta. Muitos conheceram o senhor através de seu testemunho.
Ele morreu como mártir, mas suas epístolas chegaram até nós para que fossemos os novos missionários de nossos dias, que possamos como ele, aprendermos que não interessa o que o mundo faz para impedir nosso trabalho, mas se formos fiéis a Deus Ele nos recompensará e um dia receberemos de Suas mãos o galardão por nosso trabalho. Paulo mesmo nos adverte da importância de nosso trabalho, quando diz: Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor (I Coríntios 15-58).
Sim, ele nos deixa este exemplo glorioso de que tudo o que fazemos para o Senhor, se fazemos com fé, teremos o galardão esperado, que receberemos das mãos de Deus no fim de todas as coisas.
Ele nos deixa um dos exemplos de doação de vida que poucos antes e depois dele deixaram, pois doou-se ao Evangelho por amor das almas. Ao ver seus dias na Terra acabando, declara: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda (II Timóteo 4- 7 e 8). Mas não era a declaração de um mártir sofrível, mas de um herói e deixa-nos a esperança de que se amarmos também a vinda do Senhor, receberemos a mesma coroa. Um grande mestre e uma grande lição!