QUANDO CHEGA A NOITE

Quando chega a noite...

Os ais se aprofundam, ecoam mais altos;

Nos hospitais, nos leitos, os pacientes gemem mais, agonizam;

As mulheres com as barrigas avantajadas, arquejam a cada contração;

A mulher solitária, observa da janela a lua cheia...a sussurrar, convidar;

Mas ela não tem asas pra voar, alcançar!

Deita-se no leito, frio, a lhe acolher...

Vira de um lado, pro outro, pra se aquecer...

Deixar de pensar, indagar...

Quando se agigantam as mazelas, as terríveis ausências, inexplicáveis abandonos;

Sofríveis enganos são os travesseiros a lhe sufocarem, cobrarem, lembrarem;

A cerne decai, amorfina;

O corpo agiganta-se, sofrego, a te buscar!

Outros se foram, lhe deixando sozinha, marcada, a lamentar.

Mas o Senhor está com ela, mulher, a arquejar, soluçar;

Tua mão, a lhe tocar, afagar, consolar!

Tu não a deixa dormir, sem lhe agraciar com um novo cântico:

O cântico do perdão, de sonhar, recomeçar!!!

De noite chamei à lembrança o meu cântico; meditei em meu coração, e o meu espírito esquadrinhou.

Rejeitará o SENHOR para sempre e não tornará a ser favorável?

Salmos 77:6-7