O que de fato importa!

O que de fato importa?

Pastor Sérgio Carlos da Silveira

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perder-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, acha-la-á.

Mateus 16:23-25

Abraão saiu da Terra de Ur e tornou-se peregrino, seu objetivo era uma Terra Prometida, que seus filhos herdariam. Acontece que Abraão e Sara, sua esposa não tinham filhos. O tempo passou, o senhor prometeu que eles teriam um filho. O tempo passa novamente e durante este, Abraão e Sara viveram acreditando que eles teriam um filho.

Não importava se ambos estavam envelhecidos, que as pessoa zombassem de sua fé e nada mais, apenas criam. Para Abraão o que importava era a Promessa que recebera.

Um dia, depois de ser relembrado, Abraão alegrou-se, mas sua esposa sorriu-se e soube que haveria novos motivos para sorrir.

Abraão que passara anos observando os filhos de seus servos e amigos a correr pelo campo, a conversar com seus pais, a fazê-los sorrir, olhava sua esposa grávida e imaginava que aquelas alegrias agora estavam reservadas para ele. Como Abraão amou Sara!

Sua esposa enfrentou os olhares das pessoas que estranhavam sua gravidez naquela idade toda! E ela altiva, cheia de si, cada dia mais bonita!

Foram meses olhando com amor pela esposa e felicidade pela chegada do herdeiro!

O que importava era agradecer pelo presente que chegava, a promessa que se cumpriria, o filho que chegava. Abraão agradecia todos os dias a deus por cumprir aquela promessa e agora esperava mais ansioso por ver seu herdeiro, seu filho! E esperava com mais ansiedade do que em todos os outros anos, em que não virá sua esposa grávida.

Admirar sua esposa grávida era algo que o fazia agradecer a Deus e amá-la cada dia mais. Até que seu filho nasceu.

Antes Abraão olhava para cima em oração de gratidão, agora seus olhos eram só para Isaac. Quantas vezes deixou de amar Sara?

Sim, com a chegada de Isaac, Abraão tirou seus olhos da esposa, sua fiel companheira, que estivera com ele por anos a fio, esperando sua promessa e agora só vinha seu herdeiro.

Sua alegria agora era ver seu filho correr pelo campo, a fazer perguntas, a brincar com os animais, a correr de volta para seus braços contando uma novidade, chorando uma decepção infantil.

E assim crescia Isaac e com ele crescia o amor de Abraão por seu filho, seu herdeiro, seu orgulho. Todos os dias perceber que aquele jovenzinho tinha algo seu, era sangue de seu sangue. Este prazer, esta alegria era tudo o que importava.

Muitas vezes agora Abraão nem prestava atenção a sua esposa Sara, sua companheira de sempre, seus olhos eram para seu filho Isaac.

Agora Deus intervem naquilo que é mais importante para Abraão.

Abraão ouve novamente a voz de Deus e esta lhe pede algo impossível de entender. Deseja seu filho, sua herança e não deseja que o sirva apenas, que deixe sua casa e vai viver distante, deseja que ele morra, que seja ofertado no lugar de um animal.

O coração de Abraão calou-se, seus sonhos dissolveram no ar, seus projetos ruíram e ele viu que tudo acabaria ali. Tudo o que importava.

Só que ao tomar seu filho e seguir ao Monte Moriá num caminhar com os pensamentos cansados, Abraão percebe que havia algo errado até ali. Agora, que percebia que seria só ele e Sara de novo, percebe que mudara a ordem das coisas. Deixara de lado o que importava e dera maior atenção a seu filho, deixando de lado a esposa e sua amizade com Deus.

Esta constatação perturbou mais Abraão do que o fato de perder seu filho, no seu peito mesclou-se a fé de que Deus faria algo novo e de que ele deixara de importar-se com sua comunhão com o Altíssimo.

Três dias e três noite seguiu pelo caminho lembrando da promessa: Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre (Gênesis 13:14-15), mas sem entendê-la agora, sua fé a lutar com a inteligência, a zombar de sua razão. Quando Isaac pergunta pelo cordeiro a ser sacrificado, responde crendo, que Deus proverá um cordeiro para o filho, mas não sabe como acontecerá.

Seguiu seu caminho com seu filho até o monte e lá chegando, montou o altar e sobre ele depositou sua herança, seu único filho. Ao olhar ali, seu filho posto sobre o altar, não consegue ver o que de fato acontece, seu pensamento muda o foco e ver não é a vida de Isaac que esta no altar é a sua. Era a vida de Abrão.

Era a sua vida ali e então seus olhos se abrem e ali entende que o que deveria ocupar o centro de sua vida era Deus. Quando o anjo vem e impede que abraão sacrifique seu filho, Abraão já o tinha entregue, já abrira mão de sua herança, por isto as palavras do escritor da carta aos Hebreus deixa claro que ele ofereceu seu filho: Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito (11:17), pois embora tenha decido do monte com seu filho, ele o entregara e esta entrega tornou possível Abraão enxergar o que aconteceu.

Tudo voltou a ter sua real importância. Sara voltou a ser sua companheira, Isaac voltou a ser o motivo de sua gratidão e Deus voltou a ser seu amigo, seu motivo de devoção.

Ali no Monte Moriá Abraão entende que o que deveria ocupar o centro de sua vida era Deus. Era isto que importava, enfim!

Reflexão

Muitas pessoas deixam de dar a devida importância a Deus, quando a benção chega, quando a vitória vem.

Ana nos mostra isto, ao entregar Samuel, Joquebede entende isto ao aceitar que Moisés seu filho fosse adotado pela filha do faraó. Quanto a minha conversão, não posso esquecer que ela é uma benção, mas isto não pode me afastar de Deus.

Precisamos entender que uma promessa cumprida da parte de Deus,não nos desliga de seu coração.

A pergunta que sobra é única: O que de fato é importante para você?

Sérgio Carlos da Silveira
Enviado por Sérgio Carlos da Silveira em 13/08/2012
Código do texto: T3828560
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