SOBREVOANDO OS CAMPOS DO SENHOR
Seu pai e sua mãe resolveram vender a casa no interior e mudar-se com a familia para São Paulo, Capital.
Chegando por lá, as coisas não ocorreram como eles pensavam e o dinheiro acabou, não encontraram os empregos que foram buscar e tudo ficou tão dificil que eles foram morar numa favela. Construiram um barraco e foram vivendo, mesmo com todas as dificuldades, não deixaram de frequentar a Congregação Cristã do Brasil, as crianças iam na escola dominical e buscavam ali a palavra de Deus.
Para poder comer, eles atravessavam um braço de rio poluído e iam a uma feira que tinha por ali e recolhiam os restos para alimentar a familia, muitas vezes foram buscar comida no lixão que era ali por perto, as Cias de Sorvete descarregavam produtos que haviam se derretido nos freezers quebrados das padarias e isso era motivo de alegria para as crianças, que aproveitavam esses restos embalados.
Na escola dominical o filho maior, com cerca de dez anos, pedia a Deus que o livra-se do cativeiro em que viviam, pois ele queria ter de volta a vida boa do interior que teve na infancia rescente.
Num desses cultos, recebeu a seguinte mensagem de Deus: Que ele livraria a familia daquele sofrimento, e um dia quando ele estivesse sobrevoando os campos do senhor ele se lembraria daquele dia e estaria cumprida a promessa que Deus estava fazendo.
O governo desapropriou a favela para passar ali a Rodovia dos Bandeirantes, no governo de Paulo Maluf, foram chamados no palácio dos Bandeirantes para receber uma indenização, seus pais, muito honestos disseram, mas seu Paulo, esse terreno nem é nosso. Paulo Maluf disse é sim, vamos indenizar para voces arrumarem um outro lugar para morar.
Receberam aquele pagamento e retornaram ao interior, onde compraram uma pequena casa e colocaram a criançada na escola.
Ele foi crescendo e estudando até que terminou o colegial, recebeu então, novamente, a palavra de Deus para buscar uma bolsa na universidade da região, resolveu estudar advocacia.
Fez o vestibular e foi aprovado. Dirigiu-se até a universidade para conversar com o reitor que tinha a fama de não conversar com ninguem quando o assunto era bolsa de estudos. Mas a fé o movia aquele intento, conversou com as secretárias que ficaram pasmas quando o reitor pediu que ele entrasse em sua sala.
Apresentou-se e solicitou a bolsa de estudos para o curso de Direito. O reitor perguntou-lhe quem o havia mandado lá, para falar com ele. Respondeu que era da Congregação Cristã do Brasil e num culto da igreja, Deus havia dito que ele deveria ir lá pedir a Bolsa de estudos.
O que se seguiu foi incrivel, além da bolsa de estudos, recebeu a promessa de que teria livros, roupas, comida e transporte até o final do curso.
Foram quatro anos até a formatura em primeiro lugar no curso de Direito, ele havia se dedicado bastante aos estudos e estava finalmente se formando com destaque.
Fez o exame da ordem e passou conseguindo o registro na OAB.
O Reitor chamou-o e ofereceu-lhe um trabalho na Universidade. Trabalhou um tempo e numa viagem à São Paulo, o reitor convidou-o para acompanhá-lo.
Foram até o aeroporto e subiram no jato da universidade, ele nunca havia voado e estava muito ansioso. Quando o jato ganhou altitude de cruzeiro, olhou pela janela e viu a colcha de retalhos da superfície terrestre, nesse momento, o espírito de Deus lhe diz: Nesse momento estou cumprindo a promessa que te fiz na sua infancia, sobrevoamos os campos do senhor.
Foi um momento sublime e cheio de emoção, tanta emoção que o reitor perguntou a ele porque estava chorando, e ele relatou essa história, que ali estava se cumprindo uma promessa de Deus feita na sua infância. O reitor retirou o lenço e foi chorando com ele até São Paulo.