A Fé que remove montanhas
Este fato aconteceu na Colômbia. O pastor José Satírio dos Santos, radicado na cidade de Cúcuta e líder do Centro Cristiano, hoje o maior referencial evangélico naquele país, recebeu uma proposta para compra de um terreno a um preço tão baixo que fechou negócio sem ao menos olhar a propriedade. Ficava num bairro pobre chamado San Martín, mas o pastor Satírio pretendia implantar ali uma congregação. Quando foi conhecer o terreno, ficou chocado: havia adquirido um barranco rochoso. Mesmo assim, decidiu construir ali o templo para atender o bairro.
Convocou um grupo de irmãos e para infundir-lhes ânimo — que seria mesmo necessário — leu a passagem de Mateus sobre a fé que remove montanhas, pois teriam de fazer isso, literalmente. No dia marcado, o empolgado grupo rumou para o local do terreno. Depois de fazer uma oração, o pastor Satírio começou a distribuir as ferramentas. Então um jovem, chamado Jairo, que fora liberto das drogas protestou:
— Pastor, eu entendi que viríamos aqui para orar e ordenar que esse monte saísse daqui.
Não adiantou explicar o conceito de fé aliada ao trabalho, o jovem recusou-se a empunhar qualquer ferramenta. Enquanto o grupo arrebentava as mãos tentando inutilmente vencer o solo rochoso, Jairo instalou-se sob uma pequena árvore na parte de trás do terreno e ali ficou aguardando que a montanha se movesse.
Por volta das três da tarde, ouviu-se um ruído de motor. Pouco depois, um enorme trator de esteira parou diante do terreno, e o homem que estava no controle perguntou:
— O que vocês estão fazendo?
— Estamos tentando limpar este terreno para construir um templo e cultuar a Deus — foi a resposta.
— E vocês querem fazer isso com essas ferramentas?
— É o que temos — respondeu o pastor.
Então o homem falou:
— Tirem tudo o que está aí.
As ferramentas e os carrinhos foram recolhidos, e a pá do trator começou a cortar o terreno. Toneladas de terra e de pedras foram desaparecendo, e o terreno foi ficando cada vez mais plano. Às seis da tarde, o homem avisou:
— Hoje não posso mais trabalhar. Amanhã eu continuo. — E sumiu com o trator pelo caminho por onde viera.
No dia seguinte, quando o pastor chegou, a máquina já estava trabalhando. Antes do meio-dia, o terreno estava aplanado
— Quanto foi o seu trabalho? — perguntou o pastor Satírio.
— Você não me disse que era para Deus? Então ele já pagou!
Dito isso, tomou a estrada outra vez. O homem e o trator nunca mais foram vistos. Ninguém sabe nem mesmo o nome dele.