ASCENSÃO E QUEDA DO REI SALOMÃO

Quando Deus viu que Salomão lhe era fiel, e se mantinha integro a Seus olhos, disse a ele num sonho, que pedisse o que desejasse e lhe seria concedido. Então, pediu-lhe sabedoria e se tornou o homem mais sábio da face da terra e o mais rico.

Se tivéssemos uma oportunidade dessas, acho que, dificilmente pediríamos o que ele escolheu, pois, temos uma tendência natural de buscar por nossas necessidades mais imediatas, principalmente as materiais. Realmente, usou dessa sabedoria durante bom tempo de seu reinado e suas decisões demonstravam isso, até que se afastou do Deus vivo e, envolvido com mulheres idólatras, passou a servir aos deuses delas, se corrompendo por isso.

Entorpecido pela fama, Salomão rendeu-se à mais absoluta vaidade, acumulando riquezas até o ponto de tornar o ouro extremamente comum em Israel. Salomão deixou-se arrastar pela força dos sentimentos, até sua incomparável sabedoria tornar-se totalmente cega. Passou a desconhecer a modéstia e a moderação. 1Re 10.1-13

Assim, vemos que a sabedoria que Deus lhe concedeu não foi suficiente para manter o rei sintonizado com os planos do criador, senão, não teria praticado tanta iniquidade! Assim, também concluímos que, quando se é fiel, não há nada que separe o homem do amor do Altíssimo, a exemplo do que diz o apóstolo Paulo em Romanos 8:38-39. Quando o ser se afasta do Pai, se corrompe e suas atitudes passam a ser o reflexo dessa escolha insensata. Infelizmente, nos afastamos de Deus também quando reincidimos no pecado, que afasta o homem de sua glória.

Os últimos anos do reinado de Salomão não ostentaram a mesma glória de antes. Pelo seu comportamento, isso seria previsível. Deus levantou adversários contra ele e ele, o rei apóstata, foi castigado por seus inimigos durante o resto da sua vida. Os conflitos provocados por esses adversários levaram ao enfraqueceram o seu reinado e, posteriormente, à divisão de Israel em dois reinos distintos: Judá, o reino da tribo do Sul e Israel, o reino das dez tribos do Norte. Jeroboão, o capataz dos trabalhos de construção, foi aclamado para governar as dez tribos que se separaram depois da morte do rei Salomão.

O livro de Eclesiastes nos mostra quão vazia foi a vida do sábio Salomão. O homem mais sábio do mundo tornou-se insensato e deixou que o orgulho, os prazeres do mundo, e o materialismo o arrastassem para a completa ruína. Isso mostra que nem mesmo a sabedoria é suficiente para respaldar o homem espiritualmente. Sem uma real experiência com Deus, é impossível ao homem a transformação.

Pela Bíblia, em várias passagens, percebemos também que, ainda que a pessoa se arrependa e Deus a perdoe pelos erros, não está livre das consequências do passo errado: é mais ou menos como alguém que pratique um crime, mesmo se arrependendo, deve cumprir a pena que lhe foi imposta no seu julgamento. Salomão pagou caro pelas transgressões contra o Deus vivo, sofrendo horrivelmente, até a total desilusão.

"Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;" Eclesiastes 12:1-2. Salomão, como poucos, conheceu os maus dias, depois de gozar de tantas e tamanhas bem-aventuranças, por ter-se desviado dos caminhos do Senhor.

Percebemos que sabia muito bem o que estava dizendo quando afirmou nos versos 13-14: "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau."

A vida sem Deus ou distante do Seu amor é vazia, pois, somente Ele nos preenche de maneira completa. Mesmo em meio a lutas e dificuldades, quando estamos na Sua presença e O servimos, obedecendo a seus mandamentos, nos sentimos plenos e de nada sentimos falta, pois a Sua graça nos basta, de verdade!