As próprias tendências enganam

Nos dias do profeta Oséias o Senhor desabafou: “O meu povo foi destruído por falta de conhecimento…” (Os 4; 6) Claro que não aludia, Ele, ao conhecimento em si, como ensinou mais adiante: “Misericórdia quero e não sacrifício e o conhecimento DE DEUS, mais que holocaustos.” (Os 6; 6)

Em outras palavras, a ignorância acerca de Deus é que enseja a destruição do povo que se diz Dele. Antes mesmo de ser Salvador, Jesus foi Mestre. Enquanto não consumava sua obra perfeita na cruz, Ele ensinava às pessoas acerca de sua doutrina.

Se o conhecimento do Eterno não fosse vital, teria Ele gasto três anos e meio no ensino de sua palavra? Ademais, advertiu: “A vida eterna é esta: Que te conheçam, a ti só, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste.” (Jo 17; 3)

O “agnóstico” Pilatos, diante do Salvador, perguntou: “O que é a verdade?” e virou as costas sem esperar resposta, pois, sequer era uma pergunta; mas, quase uma afirmação que a verdade nos é intangível. Todavia, estava a dois metros dele.

De igual modo, muitos, recusam-se a beber na fonte, conhecer por si mesmos na Palavra, quem é Deus; aí, “conhecem” nos testemunhos de muitos safados que Furtam ao Santo por interesse, e concluem que nem vale à pena conhecer, se Deus manda agir assim.

Todavia, Ele mesmo assevera: “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, contudo eles profetizaram. Mas, se estivessem estado no meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir as minhas palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, e da maldade das suas ações.” Jr 23; 21 e 22

As decepções de hoje, pois, são filhas desse “cristianismo” tipo, siga-o-líder-cegamente, em meio a mantras “cristãos” e uma série de aberrações doutrinárias e ministeriais, que sonegam o conhecimento de Deus. Ora, a salvação por mim, que eu não podia operar, foi feita por Cristo; a parte que posso, devo fazer, ninguém fará em meu lugar.

O dito segmento protestante, que durante séculos criticou o pretenso apostolado do pontífice romano, agora se vê eivado de apóstolos, e o que é pior, cheios de seguidores fanáticos.

Nos lábios dessas “autoridades espirituais”, novas “revelações” campeiam entre incautos sinceros, que por sua falta de cuidado, são vítimas de tais salafrários.

É comum vermos adesivos nos carros e casas dos crentes contendo: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.” (Sal 23; 1) O problema é que a ideia geral privilegia apenas o, “nada me faltará” uma vez que o pastor é o Apóstolo, Missionário, ou bispo, da denominação, (ou seria dominação) que há muito furtou o lugar do Senhor, ensinando heresias.

O pior é que, nesses tempos de comodismo tecnológico, onde, basta acionar uma tecla qualquer, para pôr um robô trabalhando por nós, já não há muita disposição para aprender do Senhor. Basta assistir ao programa tal, contribuir com tanto, repetir as mandingas ensinadas, “determinar” a bênção, e está feito.

Não que se não deva ter pastores humanos; apenas, que esses devem ajudar a interpretar o que disse O PASTOR, sem usurpar-lhE o lugar.

Pouco adianta, porém, advertir a alguém, que está pondo sua salvação em risco, afinal, há muito, a ideia de salvação eterna foi solapada pela prosperidade temporal, que é única “Salvação” que esses cretinos conhecem.

É alentador ouvir algumas vozes bradando contra isso; lamentável, porém, saber que a maioria do povo, assim o deseja. Venturoso o dia, vaticinado por Isaías! “Não se fará mal algum em meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.” (Is 11; 9)

Que o Senhor desperte, pois, muitas vozes nesse país, para expor a nudez desse movimento hipócrita, e ensinar aos que são sinceros, a não se apartarem da simplicidade de Cristo, como disse Paulo.

Afinal, esses réprobos, além de andarem errados arrastam multidões pelos caminhos de seus desvios. “Porque tu sacerdote rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei dos teus filhos.” (Os 4; 6b)

Vemos que Deus rejeita aos falsos, mas, nem sempre rejeitamos falsos argumentos contra os quais deveríamos lutar, a bem de nossa saúde psíquica e espiritual.

"É impossível para um homem ser enganado por outra pessoa que não seja ele próprio." (Ralph Waldo Emerson)