TOME POSSE 60

Santo Agostinho, grande doutor da Igreja, repetia insistentemente: “O nosso coração estará sempre inquieto enquanto não repousar em Deus.” Parodiando o santo, afirmo: o nosso coração está semptre inquieto enquanto não compreendemos o incompreensível. Para que isso aconteça e o nosso coração “acalme”, percorremos trilhas e veredas que não nos levam a lugar nenhum, a não ser à morte gradativa da fé.

Perde-se um ente querido, chora-se essa perda, participa-se da missa de corpo presente recheada de prantos, soluços, de “porquês”; na missa de sétimo dia parece que a ferida abre mais: lembranças, saudades, tristezas, mais lágrimas, mais dor, incerteza, desesperança... E logo no outro dia, ou em dias posteriores, busca-se consolo e conforto ao redor de uma “mesa branca”, ansiosos por receberem uma mensagem psicografada desse ente querido vinda do além.

Outros, na ânsia de perscrutar o futuro e aliviar as tensões e angústias em relação ao que os espera, recorrem às “cartomantes”, as conhecedoras da vida e dos fatos através das cartas de baralho ou cartas de tarô. E se alegram, e fazem propaganda porque ela “acertou” tudo.

Ainda alguns que não entendem os obstáculos, as tribulações, as dificuldades pelas quais estão passando, procuram “os pais-de-santo ou as mães-de-santo” a fim de receberem os banhos-de-cheiro, os passes, as bênçãos dos orixás com a finalidade de serem libertos do ‘encosto’ que está trazendo até eles todo o mal. Sem contar os “trabalhos” realizados com galinha preta, bode sem chifre, sapo com a boca costurada, almofadinhas espetadas de agulhas, cachaça, e muito mais.

E a nossa fé cristã vai agonizando lentamente nos centros espíritas, nas salas de cartomancia e nos rituais de umbanda ou quibanda. Ela que é “o fundamento da esperança” leva esse fundamento aos seus últimos suspiros.

Está na hora de nos voltarmos totalmente para o nosso Deus. O nosso primeiro e único amor. Que cristãos somos nós? Que católicos somos? De cristãos e católicos de meia pataca e meia tigela a Igreja encontra-se abarrotada. Ela necessita de pessoas autênticas e fiéis que professem e abracem a fé que lhes foi outorgada no sacramento do Batismo. Chega de frieza! Chega de mornidão! Nesse ponto cumprir-se-á uma promessa terrível de Jesus: “Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.”

Antes de voltar para o Pai, Jesus tinha toda a consciência de que tinha uma infinidade de coisas para falar aos seus discípulos, mas eles não iriam entender absolutamente nada. Durante três anos de catequese oral e vivencial dada por Jesus ainda não entendiam quase nada; quanto mais se ele aprofundasse o que tinha a ser aprofundado, seria perda de tempo. Nada mais.

A fim de que aqueles corações não se mantivessem na inquietude e ansiedade, o Senhor fez a maior de todas as suas promessas misericordiosas: “Quando, porém, vier o Espírito da Verdade,

ele vos conduzirá à plena verdade.”

É o Espírito Santo que revelará o que não compreendemos. Na sua pedagogia simples e sem mistério – a cada tempo – será manifestado o que deve ser manifestado. Não nos inquietemos. Não nos perturbemos. Não nos desesperancemos. Não enfraqueçamos na fé. O Espírito Santo – educador das almas – nos ensinará toda a verdade. TOME POSSE!

ALMacêdo

16/05/2012

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 16/05/2012
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