REFLITA E... TOME POSSE 46

Existem assuntos reveladores tanta perplexidade que chegam a determinar escândalos e murmurações entre as pessoas, principalmente se eles encontram-se no início de discussões, onde ainda não se tem nada definido.

Lembro agora do vírus HIV. Nos seus primórdios, em que não se sabia quase nada a respeito desse novo vírus, o mundo científico extasiou-se diante do que ele seria capaz de danificar e destruir o Ser Humano. O alvoroço determinado por essa descoberta e a inquietação surgida, quase puseram por terra qualquer chance de sobrevivência dos portadores, bem como geraram uma expectativa de desesperança tão atroz, que trazia como visão final a morte certa.

Voltemos à sinagoga de Cafarnaum onde Jesus pronunciava o seu discurso mais controverso. Anteriormente, após repetir aos que o ouviam palavras tais como: “Eu sou o pão da vida; Eu sou o pão vivo descido do céu; Quem comer da minha carne e beber do meu sangue...; Minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue verdadeiramente bebida; Quem não comer a carne do Filho do Homem não terá a vida eterna....”, a desconfiança, a perplexidade e as murmurações desencadearam-se. “Essas palavras são muito duras. Quem consegue suportá-las?” Não tinham mentalidade para entender “essas coisas.” Para incitá-los mais, Jesus abre uma nova expectativa: “E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes?” Era demais. A alma e o coração daqueles homens não podiam acolher essas palavras. Eram na realidade muito duras para mentalidades arraigadas e enraizadas profundamente no judaísmo. Comer carne humana; beber sangue; um homem que se diz ser pão, e pão vivo descido do céu... E a grande maioria retirou-se da sinagoga. Restaram apenas alguns dos setenta e dois discípulos e os apóstolos. Jesus não temeu perde-los também. Ergueu os olhos, fixou-os neles e arrematou: “Vós também quereis ir embora?” Simão (Pedro), que quer dizer fraco, débil, frágil, respondeu em nome de todos pela ação do Espírito Santo: “A quem iremos Senhor? Somente tu tens palavras de vida eterna.”

Aos nossos corações, distantes há mais de dois mil anos desse episódio, parece uma questão de fácil entendimento. Mas para aqueles homens...

O mais maravilhoso é que mesmo sem entenderem nada eles não deixaram de seguir Jesus. A sua fé estava alicerçada não nos sinais, mas nas palavras daquele que um dia dissera: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.” Para eles quem importava era Jesus de Nazaré e as suas palavras de vida eterna.

Penso que alguns continuaram no seguimento do Senhor porque as suas almas e os seus corações foram capazes de entender um pouquinho uma das assertivas de Jesus: “O Espírito é que dá vida,

a carne não adianta nada..” Essas palavras referem-se à Eucaristia. É uma afirmação de que ao chegar a hora – na quinta-feira santa – seria o Espírito o protagonista do milagre da transsubstanciação.

Hoje em cada missa o milagre se realiza. Jesus é o pão que não é pão – é seu corpo; é vinho que não é vinho – é seu sangue. O Espírito é que vivifica.

A Eucaristia, portanto, torna-se a obra de maior e mais significativa criatividade do Deus que se fez Homem – e através da intervenção do Espírito Santo – quer “permanecer conosco todos os dias, até o fim dos tempos.” Foi a única maneira que ele encontrou. TOME POSSE!

ALMacêdo

28/04/2012

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 28/04/2012
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