Deus tirou férias na idade média?
No filme O Todo-Poderoso, num breve diálogo entre o “Deus” circunstancial e o Eterno, (Jim Carey e Morgan Freeman) aquele pergunta: “Deus não tira férias, tira?” “Já ouviu falar na idade média”, responde o “Senhor”.
Como piada, válida, mas, teologicamente errado. Isaías ensina: “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga?” Is 40; 28
Jesus disse mais: “Meu pai trabalha até agora e eu trabalho também”. Jo 5; 17 Portanto, parece que esse negócio de férias não é com Ele.
Quando se diz que depois de criar tudo que há, “descansou” no sétimo dia, deve ser entendido não como o cansaço físico, até por que Deus é espírito. Significa que não fez nada nesse dia, além de contemplar o que fizera, e achar aquilo tudo, “Muito bom”.
A chamada idade das trevas foi um período de atrocidades sem precedentes, pior, em “nome de Deus” donde concluem alguns, que se Deus existe e tolerou aquilo tudo, só poderia estar de férias.
O conhecimento era sonegado, não só de Deus, mas toda sorte de saber era tolhido, pela “igreja” sendo mortos com requinte de crueldade os que ousassem resistir àquela ditadura religiosa.
Ora, o fim daquele nefasto período, de mais de um milênio, deu-se com o advento do chamado “Iluminismo”, que trouxe em sua “luz” pensadores “racionais”, ateus e difusores do ateísmo. Assim, a humanidade saltou do fanatismo religioso para o ateísmo científico de Marx, Freud, pra citar os mais destacados.
Teria Deus “voltado a trabalhar” ou continuava de férias? As razões desse combate milenar escapam à nossa plena compreensão, mas, Deus não foi surpreendido por nada, antes, avisou que seria assim.
“Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim.” Jo 16; 2 e 3 Eis as mortes em “nome de Deus” não por Sua vontade, mas, por vontade de ignorantes!
Aliás, quem leu “O Elogio da Loucura” de Erasmo de Roterdã, vai constatar que, se Deus estava de “folga”, então, fazia alguns “bicos”.
Ademais, todas as mazelas da história humana, foram sintetizadas nas figuras dos quatro cavalos do Apocalipse. Primeiro o cavalo branco; vencedor coroado, tendo um arco na mão.
Esse é o Senhor em sua luta contra o pecado. O fato de estar coroado significa que venceu e é Rei; o ter um arco na mão sem a flecha, significa que ela fora disparada, o Salmo 45 ensina: “Cinge a tua espada à coxa, ó valente, com a tua glória e a tua majestade. E neste teu esplendor cavalga prosperamente, por causa da verdade, da mansidão e da justiça; e a tua destra te ensinará coisas terríveis. As tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei,...” Sal 45; 3-5 Ele acertou o alvo quando bradou: “Está consumado”.
O cavalo vermelho que o sucedeu, foi a perseguição, primeiro à igreja fiel, nos seus primeiros tempos; depois da apostasia, quando o império romano foi “cristianizado” a “mulher cavalgou a besta” assumiu seu poder.
Passou de perseguida a perseguidora, e acrescentou crueldade, poluindo a imagem do cristianismo que, segundo o ensino do Senhor, deveria “orar pelos inimigos”, e se manter separado de César; o que não foi feito. Antes, exerceu o poder político e ainda o faz, tendo inclusive constituído um estado.
Os outros dois cavalos significam a escassez de alimento, as pestes e mortes que marcariam a saga humana antes da volta do Senhor.
Não careço mencionar a peste bubônica, a gripe espanhola, o vírus ebola, a AIDS, para que se constate a veracidade da profecia. Deus não tira férias jamais, mas, em respeito ao livre-arbítrio, depende da persuasão humana, que obra mediante o Espírito Santo e Sua palavra, pera efetuar Sua obra de Salvação.
“Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor; 1; 21
Além disso, se, ver o triunfo da safadeza religiosa, por exemplo, significar que Deus está de férias, possivelmente nesse tempo, ele esteja visitando uma galáxia qualquer; o “gato” teria saído, afinal, os ratos estão sobre a mesa banqueteando-se.
Na verdade muitos se escondem atrás desse “biombo” dizendo: “A religião causou esses estragos todos, por isso recuso a crer”. Ora, a religião foi pretexto para dominação política, afinal que outra ameaça assustaria mais que o “castigo de Deus”. Cristo não é uma religião, antes uma pessoa; que, todavia, religa com o Pai, os que lhE obedecem.
Outros desprezam a fé, dizendo que os crentes são meros produtos do meio, condicionados culturais. Ora, se a história nos mostra tais atrocidades que se fez em “nome de Deus” e ainda assim ousamos crer, mostramos uma coragem espiritual que vai “contra o vento,” malgrado o “meio” ser assim, incongruente.
A minha vizinhança em sua grande maioria é de pessoas que não creem, ao menos, agem assim, de modo que, novamente, o meio se me torna um desafio, caso eu queira ser fiel.
Cada um pode achar as desculpas que quiser para evitar sua rendição a Cristo, mas lá no fundo sabe que as barreiras reais são volitivas, não intelectuais. Ou seja, a vontade resiste mesmo a mente sabendo que os argumentos que oferece são refutáveis.
Nada errado há com os ensinos do Salvador, embora muito haja, entre aqueles que o tomam em seus lábios, advertência bíblica para que não o façam existe, mas, eles ignoram; “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, e em tomar a minha aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão, consentes com ele, e tens a tua parte com adúlteros. Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que era tal como tu, mas eu te argüirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos: Ouvi pois isto, vós que vos esqueceis de Deus; para que eu vos não faça em pedaços, sem haver quem vos livre. Aquele que oferece o sacrifício de louvor me glorificará; e àquele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.” Sal 50; 16 a 23
Vivemos em plena idade das trevas, em se tratando de luz espiritual, apenas, requintamos melhor as vestes do pecado, e usamos processos mais lentos para matar. Contudo, Deus trabalha muito para salvar ao que for possível.