O SÁBADO PERDIDO

A igreja primitiva observava o sábado. O Prof. Edward Brerewood, em sua obra Learned Treatise of the Sabbath, Oxford, 1631 (notem bem a data), afirma: "O sábado ou sétimo dia... era observado religiosamente na igreja oriental por 300 anos ou mais depois da paixão do Salvador." Quer observadores do domingo (católicos e protestantes), quer da sexta-feira (mulçumanos) ou do sábado (judeus e adventistas), na era cristã, jamais houve eles a menor dúvida quanto ao dia que guardam.

Houve, de fato, mudanças no calendário. Nenhuma delas, porém, mexeu com a ordem dos dias da semana. Não vamos referir-nos às reformas precárias que não foram adotadas, ou apenas simbólicas como o calendário positivista, o da Revolução Francesa, e outros. Analisemos resumidamente as mudanças que alteraram a contagem dos meses, dias e anos. O calendário judaico vinha dos primeiros tempos bíblicos, e consignava o sábado. Os calendários das demais nações do Antigo Oriente, embora dessemelhantes quanto aos meses ou anos, eram contudo idênticos na divisão semanal.

O calendário romano mais antigo, que se crê fora dado por Rômulo, na qual propôs um ano de 305 dias em 10 meses, a partir de março. Numa, sucessor de Rômulo, acrescentou dois meses, elevando o ano civil para 365 dias. Quando Júlio César subiu ao poder supremo de Roma, notando que o calendário vigente era deficiente, chamou o famoso astrólogo Alexandrino Sosígenes para estudar a questão. Este determinou que se abandonasse o calendário dos meses lunares, e se adotasse o egípcio. Essa reforma foi feita em 45 a.C. e a semana que vinha no calendário egípcio era paralela à do calendário judaico, e foi mantida.

Assim a ordem setenária dos dias da semana não se alterou. Isso foi antes do nascimento de Cristo. Nos tempos de Jesus e dos apóstolos, a semana na Palestina coincidia com a semana dos romanos quanto a ordem dos dias. Também a denominação dos dias era a designação ordinal, pois os nomes aos dias da semana se devem a Constantino, o mesmo que, por decreto, legalizou a observância do primeiro dia. Voltando a Júlio César, o calendário ficou alterado, sem afetar a ordem dos dias semanais. É a reforma chamada juliana.

A outra reforma que alterou a contagem, mas não a semana, é a denominada gregoriana, feita por ordem do Papa Gregório XIII. Os países latinos: Espanha, Portugal e Itália aceitaram-na em 1582. A reforma se fez no dia 4 de outubro daquele ano. O dia 4 de outubro pulou para 15 (havendo portanto uma subtração de 10 dias). Mas o dia 4 foi quinta-feira, e o dia 15 logo a seguir foi a sexta-feira, permanecendo inalterado o ciclo semanal. Nos países de fala inglesa a mudança gregoriana só foi aceita em 1752, em setembro daquele ano. Assim o dia 2 foi seguido pelo dia 14. Mas o dia 2 de setembro caiu, numa quinta-feira. De novo não se alterou a semana.

Fonte: http://www.jesusvoltara.com.br/selo/semana.htm

Wilson do Amaral
Enviado por Wilson do Amaral em 22/01/2007
Reeditado em 22/01/2007
Código do texto: T355588