Porque Sou Mórmon- A missão

Porque Sou Mórmon- A missão

Jorge Linhaça

Servir como um missionário de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ( mórmons) não é uma tarefa que todos encarem com o mesmo ânimo ou disposição. Como tudo nesta vida, a personalidade e os talentos de cada um é que vão determinar o seu real empenho e as experiências espirituais que cada um colecionará durante os dois anos ( no caso dos homens) ou um ano e meio ( no caso das mulheres ).

É evidente que o conhecimento e o estudo das escrituras ajudam mas é preciso acima de tudo buscar a companhia constante do Espírito Santo.

Ilude-se aquele que acredita que converteu alguém durante sua missão, os missionários são apenas instrumentos nas mãos de Deus para levar às pessoas o conhecimento e as ferramentas que os levarão a buscar seus próprios testemunhos que vem diretamente de Deus através da influência do Espírito Santo.

É bem verdade que algumas pessoas filiam-se à igreja apenas por simpatia, mas não cabe aos missionários impedir que as pessoas se batizem desde que elas manifestem o desejo para tal.

Provavelmente entre as pessoas que ensinei no campo missionário algumas hão de existir que se batizaram sem obter um testemunho pessoal bastante forte, isso é uma questão pessoal de cada um.

Por outro lado sei de pessoas que permanecem firmes no seu testemunho apesar das perseguições, dificuldades e chacotas que sofreram ao longo dos anos.

Ensinei pessoas de todas as religiões e de todas as classes sociais, algumas aceitavam alegremente nossa chegada outras se mostravam reticentes.

Algumas aceitavam a nossa mensagem e filiavam-se à igreja, outras nos escorraçavam de suas vidas sem um motivo aparente.

A verdade é que somos chamados a pregar o evangelho a todas as pessoas e aprendemos a aceitar as opções de cada uma delas. Em verdade posso dizer que muito mais aprendi do que ensinei no campo missionário.

Os missionários mórmons não são formados em teologia ou passam por cursos de oratória, psicologia, e outras coisas, em sua maioria os jovens missionários vão a campo apenas com sua fé e o desejo de servir ao próximo.

Não somos remunerados pelo nosso trabalho, somos mantidos no campo missionário com uma pequena mesada que é enviada pelos nossos familiares ou, na ausência desses recursos, seja porque estes não são membros da Igreja ou porque não possuem condição econômica para tal,

o dinheiro para as nossas despesas ( transporte, aluguel, vestimentas, água, luz) vem de um fundo missionário criado com a contribuição de outras pessoas.

Nesse caso, muito raramente tomamos conhecimento de quem financiou nosso trabalho, o que por certo nos faz sermos gratos a todos os membros por suas doações. Na minha época a "mesada" era de um salário mínimo e dali tínhamos de tirar toda a nossa subsistência, incluindo as viagens de transferência para outras cidades ou estados.

Eu poderia relatar aqui experiências maravilhosas de minha missão, de milagres que vi se realizarem, da presença do Espírito Santo em nosso trabalho diário, no entanto, como disse ao iniciar esta série, não é minha intenção fazer proselitismo de minha fé, apenas explicar a minha opção e o porque de, apesar de todas as campanhas existentes contra a igreja, eu preservar meu testemunho até os dias de hoje.

Na verdade, minha intenção não é mais do que derrubar mitos absurdos que cercam a igreja.

Muitas pessoas se deixam levar por toda sorte de informações maldosas apenas por não disporem de conhecimento sobre a nossa fé.

Por certo que há aqueles que se desviaram de nossa crença e que hoje são alguns de nossos maiores detratores mas seus argumentos não resistem quando confrontados com os fatos. Enfim, assim são algumas pessoas, tão logo se decepcionam com alguém ou se sentem injustiçados por algum motivo, por mais tolo que seja, voltam-se contra aqueles que lhe eram mais próximos.

Enfim, cada um tem sua maneira de pensar e de agir, já conheci pessoas que buscavam na igreja uma maneira de ser ricos, já que achavam que todos os mórmons são bem de vida. Talvez aí esteja uma das razões da decepção.

Outros não suportam a pressão da família ou dos amigos, outros preferem uma igreja mais teatral e não se enquadram na simplicidade dos cultos mórmons.

Bem , já escrevi demais por hoje...em breve votaremos a nos ver se assim o desejarem.

abraços fraternos

Jorge Linhaça

Meu e-mail pessoal está à disposição para qualquer curiosidade ou dúvida específica. Apenas não responderei e-mails ofensivos.

anjo.loyro@gmail.com

Salvador, 4 de março de 2012