SOBRE A FÉ

            Se é certo que cada qual tem o livre direito de crença, e até de não acreditar em nada, não é menos certo que, em algumas situações da vida, sobretudo as mais desesperadoras, a crença em um Deus todo-poderoso, um Criador e pai que provê as necessidades dos filhos alivia e renova os estoques de esperança de uma alma agoniada.
Por exemplo:
Que dizer ao filho, na hora de dormir, se não: “Dorme com Deus”?
Que dizer a alguém que vai viajar ou a algum lugar de perigo, se não: “Vai com Deus”?
Que dizer quando está tão agradecido a alguém, que não haja nada que possa pagar, se não: “Deus lhe pague?
Que dizer quando se deseja muito uma coisa que parece impossível, se não: “Se Deus quiser”?
Que dizer quando em extrema dificuldade, se não: “Deus, me ajude”?
Que dizer quando a doença chega, e os médicos já não têm esperança, se não: “Deus, me cure”?
Que dizer quando uma pessoa querida se vai, se não: “Deus a tenha”?
Que dizer quando, em total solidão, não puder sentir aquela presença que consola e protege, se não: “Não estou só, Deus está comigo”?
Que dizer quando acontece o que mais desejávamos se não: “Obrigado, meu Deus”?
Que dizer ao nos vermos livres de um grande perigo, se não: “Graças a Deus”?
Que dizer quando um mau pensamento nos preocupa, se não: “Deus me livre”?
Que dizer a alguém desesperançado e infeliz, se não: “Tenha fé em Deus”?
Que dizer diante das enormes injustiças deste mundo, se não: “A justiça divina não falha"?
            Nessas situações e em muitas outras, a fé funciona como um bálsamo ao espírito, a certeza de que, por mais difícil que seja o momento, haverá um alívio, uma ajuda providencial, pois não estamos sós e desamparados neste mundo.