A OBRA SEM UM TIJOLO É MORTA

Dentro de um grande terreno estavam todos reunidos para realizarem juntos uma grande obra: O cimento, a areia, as telhas, as madeiras, os tijolos, os pregos, os vergalhões, enfim, todos os materiais necessários para uma construção.

Terminado a reunião, todos se preparavam para tomarem os seus postos: A areia se achegava ao cimento, que se ajuntava com as pedrinhas, e após um belo banho d’água se transformavam em um fortíssimo concreto; as madeiras se firmavam em pé com a firmeza dos pregos; as telhas em perfeita harmonia cuidavam da cobertura. Todos sabiam muito bem que somente com o grupo formado, chegariam de fato a realização de um projeto.

Mas ao longo daquela que parecia ser uma obra perfeita, um único material isolado dos demais de sua família, pensava no quão indiferente seria, se ele, um entre milhares de outros tijolos, se afastasse por um tempo e não participasse, quando todos dessem as mãos, para concluírem juntos com o embolso praticamente a conclusão da obra. Vendo que todos estavam ajustados em seus devidos lugares, o pincel e a tinta, em uníssono, bradou: - Podemos ir? E todos cientes do papel cumpridos e repletos de grande alegria, responderam: - Podem vir! E... pronto! Lá estava ela, a grande e fenomenal obra. Era uma linda Igreja, vislumbrada por dentro e por fora, tamanha a perfeição de sua estrutura. Ao passar alguns dias, uma forte chuva caiu sobre a sólida igreja, deixando o seu interior com uma enorme poça d’água. Indignados pelo fato ocorrido, os membros daquela igreja, procuravam uma explicação. – Aqui, encontrei! Então todo o mistério daquela aguaceira na igreja fora desvendada. Quase invisível aos olhos humanos, bem no cantinho de uma das paredes do templo, faltava um tijolo, justamente aquele tijolo que se achava insignificante, despercebido. E pela sua omissão a obra, permitiu que uma brecha deixada por ele fizesse tanta diferença. Assim somos nós, servos de Cristo, matéria prima do evangelho, pela graça imerecida de nosso eterno Pai; deixando de lado a grande comissão que nos outorgou Seu Filho, achando-nos pequenos para a grande obra, permitimos que seja criada uma brecha, pequena, mas suficiente para que possa entrar o pecado em nossas vidas, abalando assim o corpo de Cristo, pois somos membros desse corpo, o templo de Cristo, e Cristo é a cabeça da Igreja.

Paulo de Tarso Reis Ribeiro