Condolências de mais um dia!

Ser provado por Deus é garantir uma excêntrica gratidão por algo que ainda não temos.

É caminhar na direção oposta das certezas, é enxergar uma luz em meio à escuridão do futuro.

Ser provado por Deus é servir na prática, é colocar todas as teorias num envelope e lacrá-lo por um tempo provisório, e deixar “rolar”...

Fazer a nossa parte na provação muitas vezes é o mesmo que “cruzar os braços”, pode parecer um paradoxo, mas existem circunstâncias na nossa vida que não nos permitem sequer descruzar os braços e fazer algo.

A difícil tarefa de se esperar o tempo de Deus é árdua.

Acordar todos os dias com a dor da incerteza de um futuro melhor é duro demais para quem anseia pelo amanhecer de Deus.

Quando estamos sendo lapidados por Deus, os versículos nos incomodam nos dão ânsia, nos deixam inconformados com a demora da concretização da palavra na nossa vida.

O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã... Ao lermos essa palavra à ideia que temos é de que essa manhã será próxima, fica até a impressão de que essa manhã virá literalmente no dia seguinte.

Mas na prática não é assim que acontece. Às vezes, essa manhã demora dias, meses e em determinadas situações demoram até anos para essa manhã tão esperada chegar.

O que nos resta é buscar de Deus a força necessária para se manter “acordado” entre a noite e o amanhecer.

Ao contrário do que muitos Cristãos pensam, crer que a benção virá mesmo em meio ao deserto, não é ser hipócrita com Deus, fingindo está pronto para receber algo dele, como se o mérito de conquistarmos tal benção fosse todo nosso. Não existe “receita” para se alcançar uma benção de Deus.

A única coisa que podemos fazer não como receita, mas como forma de sobrevivência é crer, crer que ele fará, mas lembrem-se, cada um tem uma identidade com Deus, a maneira que essa identidade se desenvolve é particular de cada um.

Não se deixe levar pelos “oportunistas das dificuldades”, que adoram vender receitas de como alcançar uma benção.

Veja a seguir os dois exemplos magníficos que Jesus Cristo deu aos discípulos referentes às dificuldades da vida, exemplo que nos mostra as duas maneiras que Deus age na nossa vida.

Primeiro: O Milagre segundo o que temos.

Segundo: O Milagre 100% intervenção divina.

Primeiro Exemplo de Jesus: O Milagre segundo o que temos! (Mateus 14.13-21)

No evangelho de Matheus encontra-se um magnífico exemplo da providência de Jesus na vida dos seus.

Jesus estava pregando para uma grande multidão, e quase no final do dia os discípulos chegam disfarçadamente a Jesus Cristo e diz: Mestre dispense a multidão, pois já está tarde e não temos como alimentá-los e nem dinheiro para tal, e mesmo que tivéssemos dinheiro não há comércio nas redondezas, Mestre deixe que eles voltem para as suas casas e se alimentem, eles já ouviram o suficiente por hoje, além do mais há senhoras com fome no meio da multidão, crianças estão chorando, pois estão sem comer desde cedo e há por volta de uns cinco mil homens famintos na platéia...

Então Jesus olha para toda aquela multidão, e visualiza o quão estão debilitados, realmente os discípulos teem razão, o povo está com fome. Então Jesus pergunta para os discípulos, o que tens para que o povo possa se alimentar? Um deles chamado André responde, temos um garoto no meio da multidão que tem apenas cinco pães e dois peixinhos, e ele nos trouxe o que tinha em mãos, então Jesus diz: traga-o, para que eu dê graça por este alimento, então os discípulos o trouxeram a Jesus, e Jesus levantando o alimento para o alto e dando graças disse aos discípulos, faça a sua parte... Distribua-os que a multidão está faminta. A Partir daí acontece o milagre.

Os discípulos aprenderam com isso, que o milagre aconteceu a partir daquilo que eles tinham a oferecer a Deus, para que a multiplicação acontecesse fora necessário alguém se dispor a fazer a sua parte, levar a Deus o pouco que tinha. Mas o grande ensinamento de Jesus aos discípulos não acaba na multiplicação, Jesus primeiro mostrara a cada discípulo que existem milagres que acontecem a partir de algo físico, que se pode ver, ou seja, de algo que somos capazes de manejá-los e escolher entregar a Deus ou não. Porém na seqüência Jesus traz outro grande ensinamento, o mais difícil de colocar em prática.

Logo após Jesus dispensar a Multidão, ele diz para os discípulos: Vão a minha frente, e partem para o outro lado do mar da galiléia, pois eu irei orar e encontro vocês do outro lado do mar.

Os discípulos não questionaram, afinal de contas, estavam extasiados, eufóricos, cheios de fé, pois acabara de presenciar um grande milagre, viram Jesus alimentar uma multidão com apenas “cinco pães e dois peixinhos”, aliás, isso fora o que eles conseguiram contar, pois todos comeram e ainda assim sobraram 12 cestos cheios de pães e peixes; mas não eram cinco pães e dois peixes? Ah, deixa isso pra lá, Jesus pode todas as coisas. Certamente era esse o pensamento dos discípulos, talvez seja até por isso que não questionaram o mestre, e obedeceram de prontidão a sua ordem de seguir “sozinhos” para a outra margem do rio.

Depois do milagre aparentemente nos sentimos com uma fé inabalável

Madrugada. Lá estão os discípulos no meio do mar, não conseguem dormir, pois a repercussão da multiplicação de pães ainda os intriga, uns tentam contabilizar quantos pães foram multiplicados, outros comentam a atitude do garoto em oferecer o pouco que tinha para alimentar a multidão faminta, outros mais céticos dizem que o garoto quisera se promover em dar o alimento, enfim, o assunto da noite é a multiplicação de pães.

Tudo é lindo e maravilhoso, até que o tempo muda drasticamente, um vento assombroso e impetuoso balança o pequeno barco de um lado para o outro, alguns discípulos teem até enjôo, pois mesmo acostumados a navegar, jamais tinham enfrentado tamanha tempestade, em questão de segundos o assunto principal da noite se dissipa junto às águas que caem no interior do barco.

Alguém aí sabe o que é fé? Pois os discípulos estão tão apavorados e temerosos com a tempestade que “Fé” é a ultima coisa que os discípulos querem discernir, aliás, essa palavra significa o quê mesmo? Ah! Deixa pra lá, os discípulos precisam urgentemente de algo físico em que possam se apegar para se salvar...

O Segundo ensinamento de Jesus: O Milagre 100% Intervenção Divina!

(Mateus 14.23-33)

Existem milagres que são 100% intervenção divina, não há nada que o homem possa fazer para alcançá-lo, senão somente crer.

No âmbito do desespero Pedro e os outros discípulos enxergam algo não identificado na escuridão, pois quando estamos em desespero, dificilmente enxergamos nitidamente, talvez seja por isso, que nenhum discípulo tenha identificado o Mestre, o multiplicador de pães e peixes, o Homem que opera milagres. Engraçado, o que mais almejamos enxergar nas dificuldades é a presença de Jesus nas nossas vidas, e quando isso acontece não o reconhecemos.

Uns dizem: é um fantasma, outros resmungam, não pode ser, além de enfrentarmos uma tempestade, agora somos obrigados a enfrentar fantasmas, o que mais falta nos acontecer esta noite?

Em meio a esse turbilhão de palpites e “chutes” para tentar descobrir quem está ali, na direção do barco, um louco se arrisca: Gente! Acho que é o Mestre, Parece que Jesus está andando sobre as águas!

Pronto, só faltava essa agora, o medo deixou os discípulos alucinados, agora estão tendo visões surreais, onde isso vai parar?

Alguns mais reflexivos se questionam em pensamento: “por que quando estamos perto da morte somos tentados a acreditar que estamos vendo Jesus?”

E de repente, o fantasma diz: Calma meus amigos, tende bom ânimo, sou Eu, não temais.

Então, Pedro o mais ousado, ou talvez o mais medroso de todos, propõe um desafio: Se tu és realmente Jesus Cristo permita-me que eu também ande por sobre as águas, em outras palavras Pedro propõe a Jesus que ele permita-o que ele faça aquilo que somente Cristo é capacitado a fazer, ou seja, andar por sobre as águas.

Na verdade a tempestade não acabou quando Jesus aparecera aos discípulos. A tempestade só se acalmou quando Jesus deu a ordem para que esta cessasse.

Para muitos Pedro foi ousado, pois fora o único discípulo a ter andado pelo menos por alguns segundos por sobre as águas, mas na verdade Pedro não foi ousado, mas sim, ansioso. Estava com tanto medo da tempestade que não agüentou esperar que o mestre chegasse até o barco, ao contrário, quis fazer aquilo que não era para ele fazer, quis percorrer caminhos que não era necessário ele percorrer.

Quando queremos fazer a parte de Deus, afundamos!

O que será que Pedro pretendia levar a Jesus para que a tempestade se acalmasse?

Há algumas horas atrás os discípulos levaram o que tinham em mãos, cinco pães e dois peixinhos, mas e agora, o que eles teem em mãos?

Será uma âncora? Será um bote salva vidas, caso o barco afunde? Serão alguns coletes salva-vidas? A resposta: Os discípulos não tinham nada em mãos para que pudessem contribuir para o Milagre do escape da tempestade.

Até que Jesus sobe no barco, trazendo consigo Pedro todo molhado, imagine só o quanto ele está tremendo, e Jesus olha para todos os discípulos e simplesmente diz a cada um deles com apenas um olhar, tente visualizar este olhar: Amados amigos, não há nada que vocês possam fazer este milagre só poderá ser feito por mim. Deixem comigo! Tende bom ânimo, sou Eu, não temais!

... Caiu a ficha? Existem milagres que a intervenção é 100% sobrenatural. Nessas horas só resta-nos crer, crer que ele fará. Não tente dar uma forcinha para Deus, porque certamente você afundará nas águas dos problemas.

Luciano Cavalcante
Enviado por Luciano Cavalcante em 02/11/2011
Código do texto: T3312072
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