Babel, Roma lidera o motim

“Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos suas ataduras, e sacudamos de nós suas cordas.” Sal; 2; 1-3

Ontem, 27/10/11 reuniram-se em Assis, Itália, mais de trezentos líderes espirituais de cinqüenta países, sob a batuta de Bento XVI. A idéia era orar em conjunto pela paz mundial, comemorando 25 anos de um evento semelhante que foi patrocinado pelo líder anterior.

Havia maoístas, shintoístas, budistas, ateus, agnósticos, ortodoxos, hindús, sicks, batistas, luteranos, etc. Cada ilustre fazendo uso da palavra assumia um “compromisso” de lutar pela paz mundial, respeitar à liberdade, e promover o bem. Não ouvi todos, mas uns quarenta que escutei falar disseram basicamente o mesmo; “comprometemo-nos lutar pela paz, a liberdade e a promoção do bem comum”.

Que mal tem isso? Se fosse uma reunião da ONU, com seu caráter laico, nenhum. Mas, tratando-se de uma reunião espiritual, ignorar completamente os meios e apontar para o fim, chega a ser obsceno, vergonhoso. Claro que Deus ama a paz, aconselha os Seus a serem pacíficos, mas não é ela, um fim em si mesma; antes, consequência do cabal cumprimento da Sua Palavra.

Isaías ensina: “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.”Is 32:17 Há situações em que os servos de Deus devem conflitar, uma vez que é necessário remover obstáculos à paz. Como nos dias de Jeú; “Sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há paz, Jeú? Disse ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e suas feitiçarias são tantas?” II Rs, 9; 22

Ousasse alguém dizer, ontem, que os meios em que lutaria pela paz seriam os ensinos do Príncipe da Paz, que advertiu: “Sem mim, nada podeis fazer”, e que antes de reconciliar homem com homem, tentaria fazê-lo em relação a Deus, teria gerado veementes protestos, estragando a pacífica reunião. Mas, tal desmancha-prazeres estaria falando segundo Deus.

Tivesse o Senhor, encaixado nos rígidos moldes do “politicamente correto” e, invés de ser morto na cruz teria batido o recorde de Matusalém. Somos desafiados a correr “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.” Heb 12;2

.

O que vimos ontem foi uma nova babel, de línguas, e credos; agora temos intérpretes, a confusão de línguas caducou. O Senhor foi categórico: “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14; 27

A “paz” do mundo muitas vezes se baseia no medo do adversário ser mais forte, em acordos interpessoais, inter-institucionais ou mesmo, internacionais. Ontem, o acordo comum, foi que todos concordavam em não discordar. Ou todos os caminhos levam a Deus, como dizem por aí, o que faria Jesus um mentiroso. Ou, Deus ama tanto essa “paz” que resolveu mudar para evitar conflitos, ou trata-se de colossal motim, profetizado no salmo segundo.

Claro que sou contra terrorismo, guerras religiosas, fanatismo, toda sorte de violência! Deus não preceitua isso. A paz na terra foi cantada por anjos que anunciaram o nascimento de Jesus, mas, precedida por uma condição: “Glória a Deus nas alturas...” Luc 2; 14 Ninguém glorifica a Deus duvidando da Sua Palavra; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5; 10

Portanto, como não autorizei ninguém a falar em meu nome, vou assumir aqui meu compromisso: “Comprometo-me a apregoar paz, entre homem e Deus mediante Jesus Cristo, pois, se atingido esse estágio, o mais, fica irrelevante, até, a morte; não falsear uma vírgula da Palavra de Deus em busca disso, fira as suscetibilidades que ferir; orar por pessoas de todos os credos para que se voltem ao Único que dá verdadeira paz, respeitar sua consciência, mantendo meu direito de discordar; denunciar como agora, todo embuste por poder político com máscaras espirituais; correr risco de perder simpatias e admiradores, coisas valiosas, mas insignificantes se comparadas ao aval de Deus."

A torre se fará, os fundamentos estão lançados, mas a Bíblia mostra seu fim; “E clamou fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande babilônia, e se tornou morada de demônios, covil de todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável.” Apoc; 18; 2

"É tão fácil enganar a si mesmo sem o perceber, como é difícil enganar os outros sem que o percebam." (François de La Rochefoucauld

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 28/10/2011
Reeditado em 16/10/2019
Código do texto: T3302972
Classificação de conteúdo: seguro