GURADAR O SÁBADO É AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

Quando os irmãos de outras denominações cristãs nos defrontam, dizendo que Jesus substituiu a Lei dos Dez Mandamentos, de Êxodo 20:3-17, por dois “novos mandamentos”, Lucas 10:27 e João 13:34, defendemos a soberania do Eterno argumentando que esses dois "novos mandamentos", “amar a Deus cima de todas as coisas”, engloba os quatro primeiros mandamentos, e “amar ao próximo como a si mesmo”, engloba os outros seis. Com isso, dizemos que não adorar a deuses que não são Deus, que é o primeiro mandamento, não adorar imagens de escultura, que é o segundo, não tomar o nome de Deus em vão, que é o terceiro, e guardar o sábado, que é o quarto, são atitudes de amor a Deus, ao passo que honrar pai e mãe, que é o quinto, não matar, que é o sexto, não adulterar, que é o sétimo, não furtar, que é o oitavo, não dar falso testemunho, que é o nono, e não cobiçar o que é do próximo, que é o décimo, são atitudes de amor ao próximo. Entretanto, isso não está totalmente correto, pois todos os mandamentos são atitudes de amor ao próximo, assim como são de amor a Deus. O quarto mandamento, porém, produz maior e mais amplo efeito no quesito amor ao próximo, especialmente em ambientes racistas, escravagistas, segregacionistas, exploradores de mão-de-obra barata, opressores, repressores, etc., pois, segundo a Lei dos Dez Mandamentos, o sábado semanal, Êxodo 20:8-11, e a lei do ano sabático e da semana de anos sabáticos (após 49 anos), no quiquagésimo ano, Levítico 25:3-12, convidam a pessoa a livrar-se das cargas rotineiras e a constrangem a deixar livres também, não só seus familiares, mas também deixar ir forro todo e qualquer escravo, deixar descansar livres do trabalho os trabalhadores livres e também dar descanso e liberdade para os próprios animais, bem como para a terra, para que se nutra novamente e possa ser arada e semeada e dê bons frutos por mais sete anos.

Sendo assim, quem trabalha no sábado, não só transgride o quarto mandamento, Êxodo 20:8-11, mas também o primeiro e o segundo, Êxodo 20:3-6, pois o dinheiro tornou-se seu deus e a imagem que ele vê e na qual confia, tanto é que ele transgride o quarto mandamento da Lei de Deus para o bem de ganhar e acumular mais dinheiro, pondo fé no provento do dinheiro em vez de na providência Divina. E, com toda certeza, tal pessoa não dá descanso a seus funcionários, como bem se vê muitos irmãos evangélicos fazendo-os trabalhar os dois dias de folga que a lei do País proporciona. E muitos patrões têm para si que até são superiores aos pobres e estes estão aqui meramente para cumprir a função de servi-los. Alguns outros, não por obediência a Deus, mas unicamente para o próprio regalo, não trabalham no sábado, mas seus funcionários são obrigados a deixar suas famílias e interesses nesse dia para ainda trabalhar em prol do enriquecimento do patrão, não recebendo nenhuma recompensa por isso a não ser o salário extorsivo que comumente recebem os que não são obrigados a trabalhar no sábado. E todos esses que trabalham no sábado também transgridem os outros seis mandamentos, Êxodo 20:12-17, pois o dinheiro, que tornou-se seu deus, os compele a explorar e não dar descanso aos que com eles cooperam. Sendo assim, não têm amor a si mesmos e, se não amam a si, igualmente não amam ao próximo.

Portanto, unicamente reverenciar o sábado de Êxodo 20:8-11 já é os dois “novos mandamentos” dados por Jesus em Lucas 10:27 e João 13:34, pois é amor a Deus acima de todas as coisas (acima dos meus interesses, da minha confiança em mim mesmo, dos meus bens e do meu ganho) e amor ao próximo como a mim mesmo, pois, se me concedo descanso e liberdade durante um dia inteiro, concedo esse mesmo descanso e liberdade a todos que comigo cooperam, até mesmo a meu animal de carga, gratificando-os pelo tanto que me ajudaram. Se não faço assim, se não me permito um tempo para esquecer os problemas e meditar nas obras de Deus e em Seu amor, indo visitar a tantos quantos carecem de palavras de ânimo, de alimento, de agasalho e remédios, se não dou a meu corpo o tempo ideal e condições emocionais adequadas para ele refazer-se da fadiga semanal, não amo a Deus, pois destruo o templo do Espírito Santo, I Coríntio 6:19, não amo a mim mesmo e, tampouco, amarei a meu próximo.

Veja o exemplo das pessoas que não crêem na existência de Deus. Sendo que nem mesmo admitem a existência do Criador, não descansam no sábado, que é o memorial da Criação que Ele criou, tampouco dão descanso a seus trabalhadores, achando, inclusive, que ele é mais inteligente, mais coerente, mais sábio, mais merecedor e superior a todos os outros, embora alguns nos últimos tempos chegaram ao cúmulo de equiparar a importância da vida animal à importância da vida humana, demonstrando por aí mais claramente o quanto valorizam e amam aos semelhantes.

Devemos, portanto, corrigir nossos argumentos quanto a lei e o amor a Deus e ao próximo, pois reverenciar o sábado conforme o mandamento de Deus desde a Criação é muito mais atitude de amor a si mesmo e ao próximo do que a Deus, podendo passar esse mandamento para a ala dos mandamentos de amor ao próximo, formando então sete, em vez de seis, pois descansar no sábado nos beneficia a nós e a nosso próximo, não a Deus, pois Ele não se cansa e não precisa de descanso. E assim também confirmaremos que tudo que criou para o benéfico do ser humano, Deus contou em número de sete, o número da perfeição, de tudo que vem de Deus em bem do homem, inclusive Seu Filho que morreu por nós. Por isso Jesus disse que “o sábado foi feito por causa do homem e não o homem por causa do sábado. E por isso também o inimigo usa até mesmo pessoas cristãs para desmerecer e desautorizar o santo Sábado do Senhor, pois ele é um mandamento que faz ligação e produz harmonia e cooperação entre Deus, seus seguidores e seus semelhantes, estendendo as bênçãos do Eterno até para aqueles que não O conhecem, para que vejam como Ele é bom, o Criador, por sua obra de Criação, criou o sétimo dia embora nesse dia não fez nenhuma obra, o Redentor, por Seu sacrifício, esteve na tumba no dia sétimo, confirmando o dia de descanso e libertação, pois com Sua morte nos libertou do pecado, e o Libertador, por nos conceder a todos igualmente a comunhão, o descanso, a liberdade e a paz todas as semanas em um santo sétimo dia para nós, nosso próximo e Deus.

O sábado é um templo no tempo, um local de adoração ao Criador igual para todos, uma igreja individual onde todos podem se encontrar, propriedade de cada um, patrimônio que ninguém pode profanar e nos tirar. É nosso, é sagrado, é um presente para nosso regalo, foi dado a todos por nosso Pai, o Pai de todos, o "Crisador do céu e da terra e das fontes das águas". Êxodo 20:8-11.

Shabat Shalom! (a paz do Sábado! - a paz do senhor!)

Wilson do Amaral