À procura de Maria


Procurando por teu nome nos escritos do Novo Testamento, vou encontrá-lo junto aos Apóstolos, no Cenáculo. Sei que estavas orando e recebendo a Luz do Espírito Santo, o Paráclito que nos prometeu o teu Filho querido,  antes de ir para junto do Pai. Aquela foi a derradeira vez que te percebi, sempre serena e orante, confiando na Promessa de Deus.
Eu já te encontrara antes, menina ainda, no Primeiro Capítulo do Evangelho de São Lucas, naquele dia em que o Anjo Gabriel te anunciou o Salvador e tu, dissestes o mais belo SIM da História da Humanidade. Ainda no mesmo livro, eu te vi caminhando até as montanhas, cheia de dúvidas, para encontrar tua prima. Soube que ficaste lá com Isabel por seis meses, até que tua prima desse à Luz o precursor do teu filho. E no aconchego carinhoso de José, fostes por ele desposada. Juntos caminharam até Belém e a Estrela de Davi brilhou no deserto para os Reis Magos que seguiam para adorá-lo.
Mais adiante, te encontrei nos textos de São João, o discípulo amado. Tu estavas lá no primeiro milagre de Jesus, naquelas Bodas de Caná da Galileia. Dissestes a mim, uma pobre serva do Senhor, que eu confiasse e fizesse tudo o que Ele me mandasse fazer. Dissestes que eu devo confiar no Senhorio de Jesus em minha vida. Dissestes que devo ser sempre o vinho novo diante da minha comunidade. Aquele vinho melhor, que servem primeiro nos grandes banquetes. Foi na festa de Caná que te conheci intercessora da humanidade.
Li nas belas linhas escritas por São João quão grande era o amor do teu filho por todos os homens.  E João segurou na tua mão, quando teu filho, agonizante na cruz, determinou que serias a mãe de todos os homens.
Descobri-te minha mãe, nas contas mal rezadas do meu terço, na adolescência órfã que o mundo me impôs. Encontrei-te com os olhos puros, singelos e doces, nas muitas denominações que te deram por toda a face da terra.
Estudei nos documentos da Igreja, que por definição dogmática, pronunciada por Pio XII em 1950, fostes declarada Assunta ao Céu porque em tu, a redenção já havia acontecido na preservação do pecado.
Não foram poucas as vezes em que recebi do céu a graça, por tua generosa intercessão para comigo. Tu és um afago, uma brisa indelével. Tu és o brilho do olhar materno no qual posso considerar todo o amor do mundo.
Achei-te por fim, no Apocalipse de São João, que me diz: Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas. (Apocalipse 12,1)
Achei-te Maria, medianeira de todas as causas.
Achei-te Maria, agora assunta ao céu, gloriosa Rainha, trazendo uma coroa na cabeça, um cetro na mão e nos braços o Menino Jesus. Achei-te para sempre minha mãe, que é o meu Socorro em todas as minhas aflições.




Lili Maia
Enviado por Lili Maia em 15/08/2011
Reeditado em 08/09/2012
Código do texto: T3160578
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