Bíblia, use sem moderação
“... Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra de Deus.” Luc 4; 4
Muitas expressões derivadas da Bíblia são usadas livremente, viram provérbios populares, mesmo que desconheçam a origem.
Certas partes são “inofensivas” e todos lançam mão quando convém.
Por exemplo: Água mole em pedra dura... “As águas gastam as pedras...” Jó 14;19 ou, “... semearam vento segarão tormenta...” Os 8; 7 “Tal mãe, tal filha. “ Ez 16; 44 “Atire a primeira pedra”.
Citam ainda o bode expiatório sem se dar conta que esses textos são oriundos da Bíblia; quiçá, sabendo, e não se importando.
O texto favorito da maioria é: “... Deus É Amor. “ I Jo 4; 8
Por outro lado fazem muitas afirmações acerca do Eterno, que afrontam os ensinos da Palavra.
Muito pecador alheio à Sua Lei e justiça se ufana: “Também sou filho de Deus”; todavia, o ensino é: “Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, não filhos.” Heb 12; 8
Outros fazem afirmações atrevidas quando dizem: “Todos os caminhos levam a Deus” quando Jesus ensinou: “...Eu sou o caminho, A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14; 6
Ainda dizem: “A voz do povo é a voz de Deus”; embora a intenção seja: Se a maioria decidiu tá decidido, no fundo encerra uma blasfêmia. A voz do povo já “canonizou” Hitler, Mussolini, Idi Amim; gritou bem alto nos dias de Cristo; “Crucifica-o”.
A voz de Deus tem a pretensão de ser um pouco diferente. “... como o ruído de muitas águas, como a voz do Onipotente, um tumulto como o estrépito de um exército;...” Ez 1; 24 O profeta se esforçou para definir a voz de Deus que lhe fora impressionante.
Isso quanto ao som, mas no que se refere à eficácia, o salmista dissera mais: “A Voz do Senhor é poderosa... é cheia de majestade... quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano. Ele os faz saltar como um bezerro; ao Líbano e Siriom, como filhotes de bois selvagens. A voz do Senhor separa as labaredas do fogo.” Sal 29; 4-7
Sem contar que tudo foi criado pela Sua Palavra. Então, desconhecer que provérbios de domínio público são bíblicos não é problema; mas, fazer afirmações ignorantes sobre Deus tendo por perto Sua Palavra é temeridade.
O “Deus é amor” tem se prestado aos argumentos mais esdrúxulos até, em defesa do homossexualismo, que, seria uma forma de amor. Se, é válido o uso desse texto como argumento, o que impede o uso de outros igualmente bíblicos, que se referem especificamente ao assunto?
Que Ele é amor é certo, mas como isso se expressa é muito amplo. A presença do amor em um mundo dual, de verdade e mentira, justiça e injustiça, luz e trevas, demanda por si só, a presença do ódio, como ensina a mesma fonte: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade...” Sal 45; 7
A questão é: Ou usamos a Bíblia completa ou a rejeitamos totalmente. Se fôssemos escolher em quais partes “Deus está certo” e onde “errou”, seríamos deuses, e Ele pecador. Nesse caso, quem precisaria Dele?
A falta de noção de quem somos e Quem Ele É, que “patrocina” a loucura de nos fazermos idólatras, por colocarmos nossas opiniões e inclinações, adiante da Vontade expressa de Deus.
Ninguém é forçado a nada, cada um pode ser e agir como quiser, embora, advertir das consequências nefastas futuras seja uma forma de amar.
O que não podemos, até em nome do bom senso é torcer para o Grêmio com camisa do Inter, ou vice-versa; uma questão de coerência apenas.
Houve um tempo em que Ele “tirou a corda” de uns que O não queriam servir, apenas com o fito de ser separado da imundície. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um os seus ídolos, pois, mim não quereis ouvir; mas não profaneis mais Meu Santo Nome com vossas dádivas e vossos ídolos.” Ez 20; 39
Noutras palavras, se, a vos convém serdes homossexuais, sejais, mas não associem meu nome a isso, me incluam fora dessa.
Usemos, pois, a Palavra com verdade, ou, sequer a mencionemos, para não profaná-la. “... ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os meus estatutos, e em tomar a Minha Aliança na tua boca? Visto que odeias a correção, e lanças as minhas palavras para detrás de ti.” Sal 50; 16 e 17
A adesão seletiva a meras conveniências da Palavra é o matiz mais vívido de nossa loucura; tão perto do ouro, e mais afeitos o pó.