O lava pés

“[Jesus] levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lava-me os pés a mim?... Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés” (João 13: 4-6,8).

Há quem use esse essa passagem bíblica para mostrar, entre tantas coisas, um dos traços marcantes do temperamento de Pedro: a precipitação. No entanto, estive pensando cuidadosamente nesta cena e concluí: muito dificilmente um cristão sincero e fiel poderia agir de modo diferente naquele instante.

Imaginemos o cenário e o momento. Já havia passado bastante tempo desde que Jesus se revelara àqueles homens. Não somente suas palavras, mas seus atos, milagres e feitos poderosos demonstravam quem Ele era.

Como o próprio texto anuncia, já estava bem próximo de sua partida de modo que aqueles discípulos tiveram tempo suficiente para saber que estava ali, diante deles, o Autor da vida e Salvador do mundo. Logo, não é de se estranhar a maneira como Pedro reagiu.

Quem de nós não teria reação semelhante? Afinal de contas, era o Senhor do universo, o eterno Criador curvando-se e lavando os pés de suas humildes criaturas.

Jesus ensinava com esse gesto uma lição superior: somos servos uns dos outros. Mas Pedro, embora zeloso, não havia tido essa compreensão. Bastou uma clara exposição, e não só os pés, mas todo o corpo era entregue a Jesus.

Poderia eu chamar isso de precipitação? Não! Para mim é muito mais, eu diria que um zelo apaixonado...

Antes sejamos admoestados por essa falta de entendimento que por nossas negligências.

Pensemos nisso.

Silvana Sales.

sil sales
Enviado por sil sales em 23/07/2011
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