"Cristos" antes de Cristo

“Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” Jo 10; 8

Normalmente quando se fala sobre a vinda do ladrão para roubar, em oposição a Cristo que veio trazer vida, se pensa em satanás, como sendo esse. Em certo sentido, é isso, uma vez que é pai e inspirador de todo que age assim. Mas, especificamente no ministério messiânico, surgiram alguns que tentaram chamar pra si essa honra e responsabilidade. Gamaliel, o fariseu, em sua fala cita dois pretensos messias que amotinaram-se contra Roma, e foram dispersos. “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5; 36 e 37

Cristo disse que as ovelhas não lhes deram ouvidos, contudo, formaram pequenos exércitos, segundo o relato. Ninguém forma exército de ovelhas, são animais dóceis, mansos. Quando Pedro usou a espada, foi repreendido pelo Senhor. O traço divisório mais notável entre o Cristo real, e os pretensos, é que esses, sequer conheciam a natureza da obra messiânica, intentaram expulsar os romanos, talvez, pensando ser essa a vontade de Deus. O Senhor apareceu elogiando a fé de um centurião e curando seu servo, de modo que algo devia estar fora do lugar. Todavia, esses “cristos” precipitados são até compreensíveis, dadas as circunstâncias e ignorância de então. O problema é que temos muitos ladrões pós Cristo, falando em Seu nome, arrebanhando lobos, e desconhecendo a natureza da obra. Ele disse que devemos ajuntar tesouro no céu, esses, apontam pra terra. Ele ensinou que devemos nos humilhar, eles pregam que devemos “decretar, tomar posse.” O Mestre ensinou que a grandeza consiste em servir, tais, vivem como marajás, e ostentam títulos honoríficos dos grandes de Deus. Jesus manda resistir até à morte combatendo contra o pecado, esses, “combatem” a miséria, o desemprego, a doença.

Mas, seus templos estão repletos, não seria sinal que as ovelhas ouvem sua voz? Deixemos dois redis abertos, um com carne outro com pastagem, em qual deles as ovelhas entrarão? Na verdade, todos temos a natureza lupina, pois, nascemos da carne. A “metamorfose” que nos faz ovelhas, demanda a renúncia do eu, Cruz, algo ausente na prédica dos neocristos. Nicodemos, o príncipe, até viu Jesus com bons olhos, e o elogiou, mas, o Senhor respondeu-lhe: “...Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3; 5

Ele nunca facilitou as coisas para aumentar sua aceitação, antes, advertiu que a porta é estreita, e o caminho apertado. Não estava ciente do furto pretérito apenas, sabia dos ladrões futuros também; “Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.” C 13; 6 Pode-se identificar os falsos, pois, de muitas maneiras, mas a faceta mais marcante, é a completa ignorância do significado da Obra de Jesus Cristo. As multidões que os seguem não os legitimam, antes, denunciam. Jesus até teve Sua popularidade, quando multiplicou o pão e fez curas, mas, quando apresentou a doutrina simplesmente, quase sempre ficou só.

No nosso tempo de ativismos políticos, é fácil “marchar” para Ele; difícil andar com, envergonhando o inimigo com um testemunho inatacável, raridade, aos nossos olhos.

“A moral do lobo é comer ovelha, como a moral da ovelha é comer grama.” Anatole France

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 13/07/2011
Reeditado em 24/01/2021
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