Reação em cadeia

“No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7; 14

Vivemos uma ética utilitarista no seio do cristianismo professo atual. Somos estimulados a permanecer porque está “dando certo”, ou exortados a mudar, colocando nossa fé em ação, para que, enfim, dê certo. O que faz de Cristo um meio, e do sucesso, um fim. A obra que começou centrada Nele, agora se volta para o homem. Esse deslocamento sutil do propósito de Deus, pode ser feito “biblicamente”, basta impor certos conceitos “a priori” , e a sadia interpretação se tornará enfermiça, insípida, inócua. Como o homem incauto pouco conhece, e o mesmo tanto, se importa conhecer, a Vontade de Deus, torna-se facilmente manipulável, dócil a toda sorte de engano. A idéia simplista que devemos ser bem sucedidos, nem carece apoio bíblico, o homem natural pensa assim; agora, se constatar que “Deus “ também pensa do mesmo modo, Ele, se tornará muito mais simpático. Graça a essa “simpatia Divina” vemos turbas enchendo templos para ouvir suas canções favoritas, cantadas por um coro de safados, pilantras góspeis, traidores de Deus. Temos muitas “velhinhas de Taubaté” que acreditam em tudo, e vibram com nosso “avivamento”. Tiremos o baile, deixando só Cristo e a cruz, a debandada será igual a narrada em joão cap 6. O avivamento se desfez, sobrando uma dúzia de coelhos assustados. Precisamos a ousadía de voar contra o vento, salgando um pouco a carne, antes que deteriore tudo... O Evangelho de Jesus Cristo deu certo há dois milênios, e veio pronto, acabado. Não precisa copo com água, sal grosso, rosas, carnês, bibelôs, e outras porcarias afins. Estão em jogo nossas vidas, agora e no porvir. Essa idéia de “servir” a Deus baseada no toma lá dá cá, até o diabo endossa. Foi isso que disse de Jó; “Então respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem?” Jó 1; 9 e 10 Acusou o servo de Deus de uma teologia barata, utilitarista, interesseira. Na verdade, a espôsa dele pensava assim. Quando o Senhor permitiu que o inimigo destruísse os bens de Jó ela subiu na mesa: “...Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” 2; 9 Deus havia empenhado Sua honra no caráter de seu servo e os fatos provaram que Ele estava certo. Quantos dessas multidões faceiras sofreriam de fato, por Cristo e Sua Palavra? Paulo e Silas foram lançados no cárcere interior, uma prisão dentro da prisão, mas, mesmo na cadeia, a reação deles foi admirável: “E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.” Atos 16; 25 Que diferença dos “valentes” de hoje, que se “vestem de vermelho”, para gritarem “revoltados”, que não aceitam ser pobres, estarem desempregados, enfermos, etc... Outrora, santos em cadeias cantavam hinos adorando ao Senhor, hoje, ímpios atrevidos, se amotinam contra os céus, exigindo obediência de Deus. No primeiro caso a terra tremeu, e os cativos foram libertos pela mão de Deus; no segundo, é um milagre da longanimidade Divina, que não se repita o terremoto dos dias de Moisés. “...E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens.” Núm 16; 32

“A porfia é a perseverança do lado avesso, a longanimidade do diabo.” Zeferino Rossa

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 06/07/2011
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