Os bons, e os salvos

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. “ Ef 2; 8

“Os bons são maioria”, todo dia ouvimos isso, em uma propaganda da Coca Cola. Se a coisa é mesmo assim, algo deve estar fora do lugar. De qualquer forma, adjetivar alguém como, bom, é relativo, fruto de valorações peculiares. Num sentido amplo, consideramos bom, alguém de boa índole, bom caráter, honesto. Um dos “critérios” citados no anúncio, é que na Internet, a palavra, amor, aparece mais que, medo. O problema é que se usarmos palavras como aferidoras, acharemos bons, todos os políticos, afinal, falam tanta coisa interessante. Aliás, o novo testamento avisa mais sobre o inferno que aponta para o céu, daí, Jesus seria mau(?). E se tentássemos pelo prisma da honestidade? Ontem, (16/06) o Jornal Nacional publicou reportagem sobre os manobristas de São Paulo. Uma câmera escondida foi instalada no carro da reportagem, tendo deixado à vista, moedas, bonbons, coisas assim, para verificar a honestidade dos ditos funcionários. Foram testados dez homens, e oito, roubaram, como seria se a tentação fosse maior? Qual nosso percentual real de honestidade? Bem, certamente, ínfima minoria. Agora, para a empresa, podem ser bons, aqueles que consomem seus produtos... Cristo foi meio rigoroso quando o assunto foi levantado; “...Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus.” Mc 10; 18 O Senhor não disse que não era bom, mas, perguntou a razão pela qual foi chamado; a válida, seria reconhecÊ-lo como Deus. Ele, jamais se preocupou com maioria, não o vemos deslumbrado com as multidões que eventualmente o seguiam. Antes, admirou-se de coisas singulares; “...Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé.” Luc 7; 9 “...ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas...” Mat 15; 28 Mesmo amando a todos, Ele não se ilude com o sentimento, pois, sabe que poucos hão de correspondê-lo. Quando acusado de se juntar aos maus, advertiu: “...Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes.” Mat 9; 12 Isso disse, embora a sanidade dos fariseus fosse pura pretensão. O fato humilhante e rejeitado pelo homem natural, é que somos todos maus, inúteis, falidos. Deus recicla lixo, quando nos salva. “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam.” Is 64; 6 Ainda assim, nos salva, maus, que somos, seremos reputados bons, se crermos Nele, e O obedecermos. Ele comparou o juízo com uma rede cheia de peixes mistos que é tirada do mar; “E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora.” Mat 13; 48 Os bons, pois, não são por justiça própria, mas, por identificação a Ele, mediante submissão. É certo que a identidade sentimental faz a coruja achar mais lindos seus filhos, que os do beija-flor; de igual modo, muito bicho feio moralmente, acha bons aqueles com os quais se identifica. Sejam, pois, os “bons” a maioria, se o mundo prefere essa canção; porém, quanto aos salvos, a melodia é outra. “...E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” Mat 7; 14

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 17/06/2011
Código do texto: T3040301