Deus, o fugitivo

“Ele é sábio de coração, e forte em poder; quem se endureceu contra ele, e teve paz? “ Jó 9:4

Algumas traduções trazem quem O afrontou e ficou seguro, ou , quem pode afrontá-lO impunemente? Fato é que o texto questiona sobre a sensatez de se enfrentar a Deus. Num primeiro momento, isso é pacífico, ninguém ousaria. Mas, após uma segunda análise, veremos que não é bem assim. Alguns intentaram isso, por razões diversas, é certo, mas com resultado parecido. Em um desabafo de Sua ira, Deus até parece desejar um adversário à altura, para medir forças, mas, Ele sabe que não há. “Não há indignação em mim. Quem me poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Ou que se apodere da minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27; 4 e 5 Mesmo em Seu momento de ira Deus ainda é conselheiro, “faça paz comigo.” Prefere nossa conveniência à Sua ira. Faraó, tentou lutar com Ele. “Mas Faraó disse: Quem é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir Israel.” Ex 5; 2 Nabucodonosor fez uma pergunta parecida. “... E quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?” Dn 3; 15 Ainda Senaqueribe, o rei da Assíria ousou no discurso; “Não te engane o teu Deus, em quem confias, dizendo: Jerusalém não será entregue na mão do rei da Assíria.” Is 37; 10 O fim de todos esses arrogantes, bem conhecemos, vergonha, derrota, morte. Mas, é possível lutar contra Deus por ignorância, zêlo sem entendimento. “E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões.” Atos 26; 14 Me persegues, interessante a linguagem. Paulo perseguia aos servos de Deus, mas, Ele se identifica com os Seus de tal modo, que se apresentou como sendo um fugitivo, da ira de Saulo. Esse caso, porém, teve outro final, pois, liberto de sua ignorância e perdoado, Saulo, virou o apóstolo Paulo, com os frutos que conhecemos. Em nosso tempo, O Criador de tudo, continua sendo um fugitivo nas vidas que O representam, pois ainda é alvo de alucinados, ignorantes, que o desconhecem, posto que se tenha revelado plenamente em Cristo. Acontece que a revelação de Deus tolhe o filho predileto da raça humana, o orgulho. Muitos, tendo que optar entre o Filho de Deus e seu próprio rebento, ficam com o último. Muitas doenças psicológicas e até psicossomáticas derivam dessa luta inglória. “...os ímpios não têm paz, diz o SENHOR.” Is 48; 22 É como dizer que não tem Cristo, pois, “...o castigo que nos traz a paz estava sobre ele...” Is 53; 5 Essa rejeição deliberada do Príncipe da paz, nos deixa num deserto espiritual, reféns do engano e dos desejos impuros. “Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos.” Luc 19 42 Então, estava encoberto aos olhos de Jerusalém, pela incredulidade e rejeição demonstradas, mas, a nós está revelado de modo claro como encontrar paz e vida. “...aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” Mat 11; 29 Poderemos contruir máscaras com palavras, mas, o fato é que estamos ante duas possibilidades, apenas, diametralmente opostas. Ou faremos a paz com Deus, ou faremos guerra. Ele aconselha: “Faça paz comigo.”

“Termina com má fama aquele que quer se medir contra o mais forte.” Estobeu