Melhor que péssimo
“O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: O Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.” Luc 18 11
Dada a grande interação da vida social, inevitável que ocorram comparações, uma vez que corremos todos a carreira da vida, teoricamente, com meta comum. Pessoas que desfrutam grande prestígio, recebem altas somas para anunciarem como confiáveis certos produtos, de modo a induzir mediante identificação, seus fãs a fazerem o mesmo. Gasta-se, pois, para ser comparado a alguém famoso. Embora seja mera ilusão, pela qual pagamos, isso funciona muito bem. Celebridades enriquecem ainda mais, anunciando qualquer coisa. Nossa vaidade se alimenta ao sermos, de alguma forma, associados aos “bons”. Agora, no âmbito espiritual, geralmente ocorre o inverso. Ao invés de nos identificarmos com O Bom, descansamos em sermos melhores que os péssimos. Nesses dias tenebrosos de pastores gays, pastoras lésbicas, de “apóstolos” acionistas da Air Gospel, ao não fazermos parte disso, podemos orar como o fariseu, felizes com nossa estatura espiritual, mesmo sendo uns pigmeus da fé. “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal.” Prov 3; 7 Talvez foi para nos vacinar contra nossa tolice que o Senhor ensinou isso mediante Salomão. Certo, hoje é fácil vermos um monte de “parâmetros” que fariam nos sentir melhores que, de fato, somos, um perigo. Claro que há níveis de compreensão diferenciados, e esses, são a nossa luz. Deus não nos cobra pelo que ainda não sabemos, mas, adverte: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.” I Jo 1; 7 O que já sabemos ser a vontade de Deus para nós, isso deve moldar nosso agir. Mas, dirá alguém, todos querem se identificar com Cristo, mencionam Seu Nome, usam adesivos nos carros, falam de Sua Palavra... esse “Cristo” marqueteiro, é só uma griffe comercial usada por vivaldinos aproveitadores da ingenuidade humana. O Senhor é bem mais que isso: “não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” Ensinou. Onde de fato habita, Ele mesmo se apresenta, uma vez que não pode ser ocultado. Paulo orientando a Timóteo explicou como isso se dá: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.” II Tim 2; 19 Viu, tem até selo de garantia. Um modo de agir identificado com o Salvador, isso propaga Cristo nesse mundo, o demais, pode anunciar meros interesses desviados Dele. Mesmo no prisma humano, há muitos servos melhores que nós. Sejam esses, pois, nosso estímulo ao crescimento, não aqueloutros, nossos justificadores baratos. E não nos contentemos ao menos que vejamos cumprido em nós o propósito eterno do Pai. “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” Ef 4; 13 e 14
Vê que preciosos os frutos do crescimento? Constância na fé, e discernimento do engano. Possivelmente, há muitos piores que nós, mas, não sejamos fariseus projetando nossa justificação sobre outros, afinal, ela deriva apenas dos méritos de Jesus Cristo.
"É melhor ser odiado pelo que você é do que ser amado pelo que você não é." (André Gide)