Se beber, não fale
“Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar.” Is 59; 14
O texto profético nos apresenta a verdade como um bêbado, incapaz de firmar-se sobre os pés. Sabemos que se chega a esse estado depois de entorpecido por uma porção considerável de álcool, não após bebericar um pouco. Qual seria esse “álcool” que desestabiliza a verdade a ponto de chegar a tão miserável sina? Assim como a embriaguez expressa pelo corpo é um bloqueio do cérebro, da má formação moral e espiritual, que também usa a massa cinzenta, deriva o desapreço pela verdade. Isso, em troca de conforto, seja mental, a preguiça de pensar, seja emocional, o pavor de renúncias ainda que em prol de um bem maior, e, sobretudo o conforto da vontade. Tudo faço do modo fácil. Os devassos, pois, levam vantagem sobre os hipócritas, precisamente nesse quesito, verdade. Eles cometem seus erros publicamente como a dizer; sou mau sim, e daí? Porém, uma vez convencidos que devem mudar, o fazem de forma veraz, já que estão acostumados com a verdade. O hipócrita, que está habituado à verossimilhança apenas, com o parecer verdadeiro, ás vezes muda de teatro encenando a mesma peça. Desconhece o valor da verdade, e não raro, passa a acreditar que é, de fato, aquilo que encena, então que dificilmente muda. “...Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.” Mat 21; 31 Diante de quem aqueles pecadores públicos entrariam? Dos hipócritas, lideranças religiosas. O rei jeoaquim, confrontado com a verdade usou suas prerrogartivas, para ignorá-la; “E sucedeu que, tendo Jeudi lido três ou quatro folhas, cortou-as com um canivete de escrivão, e lançou-as no fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo que estava sobre o braseiro.” Jr 36 23 Ele não tinha o menor apreço pela Palavra. Aliás, tem uma turba aí refém de suas vontades desordenadas que é da escola de Jeioaquim, também queima do seu jeito à Palavra de Deus. Daví poderia ter feito o mesmo, quando denunciado por Natã, contudo, ante à verdade de seu erro humilhou-se. “Então disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR...” II Sam 12; 13 O fato é que o primeiro terminou cego e cativo em Babilônia, enquanto o outro,foi perdoado. Então, nesses tempos ébrios, onde vemos políticos fazendo acordos de véspera para dizer no dia seguinte que o mentiroso foi convincente, sentimos nossas inteligências afrontadas. Mas, o que fazer? Os púlpitos estão cheios de mentirosos... Isso de achar que um kilo de algodão pesa menos que um de chumbo tem a idade da humanidade, e desde que nossos cérebros se tornaram transgênicos, o desejo imediato tem dado as cartas, e Sophia não é convidada pro jogo. Triste sina. Deus, de modo sóbrio, disse que nossos pais poderiam “apenas” comer livremente de todas as árvores do jardim. Uma, restrita. O profeta alternativo, fez melhor: Pode comer tudo, e mais, nem precisam submissão, voces mesmo decidem o que conceituar bem, ou mal. Foi mais convincente. Na lousa estava escrito morte, pegou seu “apagador” e mudou. Escreveu, autonomia, poder. A aula ficou muito mais divertida. Continuamos gostando mais de nos divertirmos que estudar, mas, não adianta deletar os trechos que não gostamos da Palavra, Deus salvou todo o texto. “Para sempre, ó SENHOR, a tua palavra permanece no céu." Sal 119; 89 Aprendamos pois, respeitar à verdade, pois, em última análise, trata-se de respeitar a si prórpio, como ensina a Palavra. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” Pv 28; 13 Boa parte do laborar em erro deriva da cegueira espiritual, mas, a maioria, tem bebido nas fontes da hipocrisía.
“Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são.” Shakespeare