O vinho melhor
“E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.” Jo 2; 10
Interessante a observação supra, feita em Caná. O mestre-sala lembrou ao dono da casa: Não é assim que normalmente se faz. Foi como se perguntasse: Por que fizestes isso? Acontece que naquela ocasião não era o “modus operandi” de todo homem, mas, de Jesus, o filho de Deus. Certo é que os homens agem assim mesmo. Acaso algum político em campanha avisa sob os riscos de elegê-lo, sobre suas limitações? Não tentam passar a idéia de entender de tudo, o tempo todo? Infelizmente, até mesmo seu “vinho bom”, é falso. Desse modo atuam também os falsos profetas; uma vez que suas fontes não estão em Deus, agem como meros homens, carentes de aceitação, antes que zelosos de Deus. “E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jr 6; 14 Na verdade, nossa enfermidade psicológica se presta a isso, pois, se um candidato ousar a ser verdadeiro em sua campanha, possivelmente não será eleito. Como cantou alguém: “me engana que eu gosto.”
Mas, enfermidades da alma vigoram entre nós, quando nos recusamos a andar em espírito. A simples promessa de facilidades já deveria nos ser suspeita, entretanto, estão repletos os antros do “evangelho” do “pare de sofrer”. O Senhor começa sua abordagem apresentando seu lado “negativo”. “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” Luc 9; 23 Disse mais: “Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?” Luc 14:28 Os gastos dessa “torre” pois, são nossas inclinações naturais, também conhecidas por obras da carne. Aqui reside a origem de toda sorte conflitos em face ao que cada um é; ao homem natural parece certo a imposição dos “seus direitos”, enquanto o espiritual, tenta amoldar-se aos seu deveres. Quanto à cidadania terrena, contudo, mesmo os homens espirituais têm lá seus direitos, segundo reza a constituição. Uma parte do preço que teremos que pagar, infelizmente, são as aflições de conviver em um mundo maligno, divorciado de Deus. “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” Jo 16; 33 De novo, o Senhor colocou seu “vinho inferior”. Ele não veio nos elogiar para que O aceitássemos, pelo contrário, veio revelar nossa falência e inutilidade, para que desejássemos a vida, cuja fonte é Ele mesmo. “E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor.” Mat 9:36 Então, não pleiteemos por facilidades aqui, mas saibamos que depois, teremos o devido vinho, segundo as promessas de Deus. “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom 8; 18 Ele, o nosso padrão, mostrou o caminho, servir; o preço, sofrer; o prêmio, a vida eterna. O risco, pois, de um pregador é tentar agradar, e do pecador, se ele conseguir isso. O Reino de Deus precisa de despertadores não de encantadores de serpentes. “Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5; 14 Afinal, há uma festa nupcial sendo preparada, o bom vinho está pronto; o pórtico de entrada é a cruz, e o traje, vestes de justiça mediante Cristo; os convidados, todo o que Nele crer…